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Ensaios-->18. ASPECTOS ESPIRITUAIS DOS BENS TERRENOS -- 26/07/2003 - 08:20 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
I — UTILIZAÇÃO

Sem boa dose de sacrifício pessoal dos bens terrenos, jamais conseguirá o homem evolutir diante da Divindade. É sabido que, se cada qual pudesse deixar para os irmãos necessitados o que de excesso possui, haveria maior equilíbrio dentro da sociedade, de modo que mais pessoas pudessem usufruir comodidades materiais. No entanto, preciso seria que muitos dos desideratos espirituais sofressem alterações, pois a pobreza, embora triste do ponto de vista meramente do encarnado, é muitas vezes solicitada pelos encarnantes como prova a que se deixam submeter, no intuito de fazer com que sofrimentos materiais possam vir a ser motivo de ascensão espiritual. É claro que muitos se enganam diante da obnubilação carnal e só fazem resmungar, praguejar contra o destino, esquecidos totalmente da possibilidade de terem sido atendidos. No mais, no entanto, é plenamente louvável o espírito de doação, embora ninguém deva obrigar os familiares a palmilhar-lhe as pegadas, de sorte que a distribuição de bens pelos necessitados deve fazer-se sem que haja deserdações.

Quando espíritos muito superiores se encarnam, admitem desde logo trilhar os difíceis caminhos da pobreza, mas não sentem peso algum ao carregarem tal cruz, pois os valores morais e espirituais soem sobrepujar de muito qualquer importância que se possa dar a meros meios de enriquecimento ou até de simples posse de alguns bens diminutos. Tais espíritos superiores, no entanto, não vêm ao mundo com o intuito de sofrer ou de se sacrificar na justa medida de seu soerguimento; por isso trazem consigo a missão superior de arrastar atrás de sua pregação e de seu exemplo a muitos encarnados em vias de redenção. Estas santas criaturas poderiam até recusar-se ao encarne, mas utilizam-se dele para melhor se consagrarem ao trabalho do socorrismo fraternal. São apóstolos do bem, mas não são comumente encontradiços.

Quanto ao comum dos mortais, o desejo de progredir materialmente está intimamente ligado à própria natureza do encarne, que ameaça de sofrimento e de desamparo a velhice, dada a condição de desfazimento energético e de deterioração física. A perspectiva desse transe ao final da vida torna o homem temeroso do futuro, de maneira que a cultura das diversas civilizações insiste em que haja precauções de caráter material, para que as pessoas não se tornem pesos mortos ao final da vida. Tal perspectiva cultural, muitas vezes, torna as pessoas temerosas do futuro e descrentes da providência divina, principalmente se suas posses se estendem por largas fazendas, que de nada lhes valerão diante da “débâcle” física iminente.

Sendo assim, diante da perspectiva de se verem em situações nada propiciadoras de objetivos espirituais superiores, muitos aceitam encarnes nas camadas mais pobres das sociedades, na esperança de que os bens que venham a ser amealhados não os desestimulem diante da divina misericórdia, tornando-os, ao contrário, criaturas bem agradecidas, por chegarem a final de vida em que as perspectivas de relativa acomodação entre os fatores espirituais e os materiais propiciam a possibilidade de se consignarem vitórias na conquista de diversas qualidades e virtudes morais, que lhes tornariam os encarnes proveitosos para conseguirem merecer acrescentamentos de atributos que lhes facultem ascender na escala evolutiva.

Que cada leitor se arvore em defensor da distribuição de suas riquezas materiais não é evidentemente o nosso objetivo. O que de fato estimulamos é o crescimento do espírito de fraternidade, na caridosa atitude de se estenderem mantos de proteção aos desvalidos da sorte, mais no intuito de encaminhá-los à aceitação de sua condição de vida como forma de ganhar méritos no campo espiritual, do que de realmente lhes proporcionar grandes quantidades de bens materiais, que só lhes incendiariam o desejo de usufruir comodidades, sem que para elas tenham contribuído com qualquer esforço de caráter moral. A benemerência, pois, do ponto de vista de quem dá, deve ser sábia e, daquele que recebe, absolutamente humilde e consciente de que o socorro recebido deve sê-lo no caráter de mero empréstimo, pois pode ocorrer que, em próxima encarnação, os papéis estejam totalmente invertidos.

Sendo assim, recomendamos aos socorristas que instituam verdadeiros cursos de socorrismo consciente, para que não se percam as pessoas na ilusão de que a só distribuição de bens materiais possa justificar a palavra de Jesus em sua gloriosa pregação evangélica. Vender o que se possui e distribuir o resultado da venda entre os necessitados pode até constituir-se em atitude megalômana ou de desafio às entidades superiores que presidem ao caminhar humano sobre a face da Terra. Antes, seria preferível nada doar de seu no sentido material, mas dedicar-se integralmente aos trabalhos de ajuda, propondo-se a estimular os ganhos espirituais através de muito estudo e meditação.



Exercícios

Como vê você, caro amigo, o relacionamento entre riqueza ou pobreza e evolução espiritual? Acha que seria preferível ter vindo ao mundo dos encarnados em situação de inferioridade social ou preferiria ter nascido em berço de ouro? Justifique a resposta. Procure analisar a sua conduta em face do nível econômico em que se situa. Teve de lutar por ascender na escala social através de ganhos de capital ou tudo que conquistou adveio do suor do rosto, mediante trabalho pesado proporcionado pela profissão? Já verberou alguma vez contra a fortuna quando desejava obter algum bem e não conseguiu? Aconteceu-lhe algum dia lamentar não ter feito alguma doação por medo de que lhe pudesse vir a faltar e ter verificado depois que agiu por pura sovinice? Seria capaz de contar o acontecimento ao grupo? Se for, conte; se não for, diga qual a causa da inibição.



II — VICISSITUDES

Vamos proceder a algumas ilações no sentido de aproximar o nível de riqueza aos aspectos puramente intelectuais das pessoas.

É sabido que quem nasce em meio da miséria não consegue bom desenvolvimento das faculdades mentais, principalmente se houver desnutrição crônica a partir da gestação, perpassando pela primeira infância até atingir a idade chamada escolar. O atraso intelectual, nesses ambientes extremamente pobres, é considerável.

Evidentemente, a perspectiva de aprendizagem dos valores morais do espiritismo, como doutrina e como filosofia de vida, se torna muito precária, de sorte que a formação do caráter desses largos contingentes da população mundial se faz segundo normas vigentes em seu meio ambiente. Daqui o extremo cuidado que se deve ter ao contatar com tais pessoas, no intuito de lhes retransmitir as noções morais e evangélicas, segundo a Terceira Revelação, uma vez que, desamparadas da fortuna dos homens, incrédulas da potencialidade de Deus (o mais das vezes por não terem como se dedicar ao estudo mais comezinho das primeiras letras), não têm como superar deficiências congênitas e de formação psicossomática, de forma que só conseguem pleitear melhorias físicas da condição de vida, sem que vislumbrem qualquer benefício no campo moral. Sendo assim, é bom desconfiar de que encarnações em tais ambientes não tenham sido solicitadas, de modo que, na verdade, são encarnes expiatórios e de grande dificuldade. É certo que muitos conseguem superar, com inaudita capacidade de trabalho, tão adversa conjuntura. Nem seria diferente diante da grandiosidade da divina misericórdia. No entanto, a maioria acaba a peregrinação tão apegada à matéria como começou, embora possam até apresentar laivos de conhecimento ou acatamento das forças espirituais, sem, contudo, adentrar na vasta soma dos aspectos morais necessários para sua ascensão e progresso.

Por outro lado, pessoas nascidas em berços excessivamente ricos, embora usufruam magníficas condições materiais, costumam postergar a formação religiosa, não sendo poucos os casos de total desleixo ao se instituírem religiões cujos ministros se arvorem em seres especializados no contacto com a Divindade, de sorte que se relega a plano muito inferior a formação moral, constituindo-se os pastores como intermediários junto ao plano superior. Tais indivíduos costumam, por transferência de responsabilidade, tornar padres, pastores ou representantes doutrinários das igrejas em sujeitos de suas ações morais, de modo que passam a ser meros fantoches nas poderosas mãos dos argutos orientadores. Se os miseráveis que povoam favelas e palafitas, nas condições mais ingratas, não têm como obter discernimento diante da existência, muitos desses filhos da opulência e da riqueza, apesar de terem ao alcance das mãos todos os recursos materiais que lhes facultariam dominar o intelecto, se vêem em estado de total penúria moral, ao alvitre de péssimos conselheiros, que conseguem, por meio de elucubrações e prestidigitações intelectuais, sonegar as informações que propiciariam a seus adeptos as luzes do entendimento real da vida.

Assim, tanto o socorrismo espirítico se vê às voltas com pessoas da mais profunda ignorância no fundo da maior miserabilidade, como nos domínios da riqueza e do poder econômico. É preciso, pois, que os aluninhos estejam preparados para a luta da conversão das pessoas sob os mais diferentes aspectos. Sabemos que nenhuma novidade estamos a lhes trazer, embora algumas notícias possam servir para que se ampliem as discussões.

Sentimos, por nossa parte, ter de confessar certo descrédito no poder de atuação dos diversos grupos de amigos que tão generosamente têm compartilhado destes momentos de estudo e de trabalho, pois sabemos das limitações que o conceito de livre-arbítrio impõe ao desejo de apostolado. Mas temos iniludível esperança de que, advertidos dos percalços, saibam os amigos e condiscípulos atuar diante das dificuldades ambientais, para trazerem ao convívio do Senhor mais algumas almas necessitadas de luz e de amparo espiritual. Cremos que, neste sentido, obteremos incondicional apoio à nossa determinação de acompanhar o desenvolvimento dos estudos, no sentido de se conseguir acrisolar, na vontade e na consciência de cada um, o sagrado desiderato de servir ao Senhor, com muito amor e espírito de fraternidade.

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