Ouvi falar do “Café com Bobagens”. Depois do “Café com Astral”. Na verdade, ouvi mesmo alguns desses programas de rádio. O primeiro, mais que natural, pois quem não participa do slogan de chamada é a minoria. Poder-se-iam juntar àqueles que assistem os bons-dias de rádios e tvs com programas de ocorrências policiais e más notícias de todos os tipos. O segundo, feito só para os chamados esotéricos que os entrópicos bobagentos do primeiro grupo recriminam sem conhecer os prefixos eso e exo. Einstein que me desculpe, mas o café de hoje à tarde extrapolou os limites dos dois primeiros em anos-luz, onde os protagonistas estiveram unidos local e também não-localmente. Foi um “Café com Viagens”. E quânticas, com certeza, para mais desespero de Einstein. Para os do primeiro time, os partícipes pareciam se enquadrar no segundo time. Para os do segundo, à notícia do encontro surge um êxtase inesperado seguido de um desdém próprio de desconhecimento não aceito, porquanto não faz parte do script anunciado nas aulas dogmatizadas de seu grupo. Para os dois seres humanos que participaram do terceiro tipo de café, um deslumbre. Descobriram que “Café com Viagens” combina muito bem com os malucos efeitos da Física Quântica, com declarações de amor, espiritualidade, quebra de padrões antigos e compromissos assumidos que nem a mais bela aliança de mão na mais bela catedral já registrou. Pudera, está fora do tempo linear! Para os transeuntes, apenas um casal a mais tomando café. O mesmo para os funcionários e os costumeiros usuários, fofoqueiros e politiqueiros do local. A realidade, porém, se colapsava de formas diferentes para os diferentes seres humanos ali presentes. Era a própria atualização, versão 2003, do experimento do Gato de Schrodinger. Um simples café, um sinal que pode tudo mudar num sistema natural que se mantém aberto por escolha própria. O longe do equilíbrio que se transmuta em divino. Outro conceito científico moderno que se operacionalizou no hoje: o Efeito Borboleta! Que maravilha para quem acredita que a nova ciência salta dos bancos escolares e influi diretamente na vida. Na vida que evolui por saltos quânticos. Quem não quer, continua vivendo o mundo concreto de Newton e Descartes. Na verdade, nem mesmo do mundo deles, mas daquilo que se acostumou a estudar e trazer de suas idéias para os modelos científicos. Por outro lado, para quem escolhe o outro ramo da bifurcação, o das viagens quânticas, torna-se inevitável a exclamação: que café gostoso!
