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Ensaios-->12. EM TRÊS TEMPOS -- 21/07/2003 - 12:49 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

I — Estorvos para o contacto mediúnico

Corriqueiramente, um ditado para psicografia deveria tão-só envolver momentos de desprendimento e de muito amor. No entanto, sempre que comparecem para a sessão seres curiosos pelo que está acontecendo, sói acontecer que múltiplas influenciações perturbam a transmissão e o campo vibratório fica comprometido, alijando-se do comunicador a faculdade de conseguir, dadas as condições adversas, realizar a sua parte da tarefa. Não havendo emissor nem transmissão, obviamente não haverá recepção. Tal fato costuma ser muito decepcionante para o médium, que crê ter partido dele a causa que impediu o ato mediúnico de se concretizar.

Por outro lado, empecilhos de caráter meramente material também ocorrem no âmbito das atividades do receptor. Neste caso, têm os espíritos que aguardavam pela predisposição do mediador ampla possibilidade de conhecer os impedimentos que deram origem à interrupção, cessação ou, até mesmo, intermitência do apanhado das mensagens, uma vez que conseguem, com a maior facilidade, perceber o que se passa. Se, para o instrumento, o contacto não se dá sem que sua capacidade de magnetização esteja à disposição dos guias, havendo, ainda, precisão de que estes trabalhem no sentido da imantação do aparelho, já para aqueles se torna possível vibrar favoravelmente a que, por meio da intuição, se façam notar pelo mediador. De pronto, havendo condições favoráveis (e deverá haver senão o contacto não teria sido mantido da parte dos espíritos), deve o encarnado oferecer-se para o trabalho medianímico.

Eis que estamos fazendo referência a tais temas para alertar aos leitores de situações em que lhes parece de total inconveniência proceder à preparação para a psicografia, mas nas quais se tem inteira possibilidade de se conseguir sucesso no contato e desenvolvimento das tarefas.



II — A catalepsia

Muitas vezes, os seres humanos são acometidos de ataques epilépticos, durante os quais a consciência se esvai totalmente, como facilmente se comprova pelos testemunhos numerosíssimos de pessoas que passaram pela experiência e dela não têm qualquer recordação.

Muito mais raramente, certos indivíduos sofrem desmaios em que tônus orgânico fica totalmente paralisado, não lhe permitindo qualquer movimento, mesmo que seja simples contração sensório-motor. Em tais circunstâncias, costuma-se pensar até que se esvaiu a vida, não sendo raros os casos em que falsos defuntos se erguem do caixão mortuário, podendo até ocorrer mortes por sufocamento, quando indivíduos em tal estado de letargia, dado o prolongamento do ataque, chegam a ser enterrados vivos. Contam-se inúmeros casos de pessoas que, ao serem exumadas, são encontradas reviradas dentro do féretro, com os dedos enodoados pelo sofrimento e desespero a que se entregaram, na vã tentativa de escapar ao suplício de se verem na contingência de enfrentar o momento supremo do trespasse, principalmente por perceberem que se encontravam lamentavelmente abandonadas à própria sorte.

Não vamos deter-nos longamente nas emoções que a impressão de catalepsia, causada pelo deslocamento do cadáver no caixão, provoca nos circunstantes no momento do descerramento da tampa. Estes são casos muito comuns, dados os solavancos costumeiros que se dão no esquife durante o translado e o engavetamento na sepultura, embora reajam os mortais muitas vezes com espanto e profundo sentimento de culpa. Inúteis emoções. Aliás, inúteis mesmo se verdadeiro tivesse sido o enterramento em vida.

Vamos deter-nos nos aspectos espiríticos do real caso de catalepsia. Ocorre com este fenômeno algo muito semelhante com o sono comum. Durante a noite, as pessoas dormem e os perispíritos conseguem projetar-se para fora do corpo denso repousado, elevando o espírito para as regiões etéreas do plano espiritual. Isto é sabido. Quanto ao repouso cataléptico, além de o espírito poder pairar no etéreo, carrega consigo boa parte do sistema nervoso vital do encarnado, não no que ele tem de material, como os nervos, os aminoácidos, os elementos físico-químicos e eletromagnéticos, mas aquele que se refere aos ingredientes específicos da vinculação que o perispírito estabelece entre o espírito e o cérebro como aparato material. Sabemos que é de difícil intelecção esta passagem, uma vez que não têm os mortais domínio algum desses ingredientes inteiramente subordinados às forças energéticas e vibratórias do nosso plano. De qualquer modo, entenda-se a catalepsia como fenômeno muito mais abrangente que o sono, o que o senso comum pode perceber sem grande esforço de raciocínio, não sendo esta a nossa preocupação.

O que verdadeiramente nos levou a tratar da catalepsia são os seus aspectos morais e espirituais. Quando o homem se encontra em estado cataléptico, está quase inteiramente afastado do mundo denso da carne e age em espírito como se apartado estivesse. Esse momento é de suma importância para sérios reajustes de caráter espiritual, quer na reintegração do indivíduo nos seus desígnios de vida, quer na restauração de elementos psicossomáticos avariados, estando ameaçado o perispírito, quer no sentido de se incrementarem novas decisões organizacionais através da discussão direta com os guias e espíritos de luz encarregados de se atingirem certos objetivos com o auxílio previamente assentido do encarnado.

Existem certas pessoas, quase sempre missionários e apóstolos designados para altas realizações no campo físico dos homens, que têm a faculdade de entrar em transe cataléptico conscientemente, como se fossem verdadeiros médiuns mecânicos, com a só diferença de que estes transmitem mensagens aos demais encarnados, enquanto aqueles apenas registram os fatos espirituais na consciência, sendo capazes de transpassá-los para a tangibilidade da memória. Esses indivíduos têm quintessenciada qualidade inerente a todos os mortais, qual seja a do poder de concentração e de alheamento quase completo do circunstante.



III — Necessidades psicográficas

Unindo as observações acima concernentes à catalepsia e ao transe mediúnico consciente àquilo que de início dissemos a respeito da mediunidade embargada ou embaraçada, podemos propor ao leitor algumas conclusões.

Em primeiro lugar, o fenômeno mediúnico deve ser considerado tão comum como beber água, ou seja, dada a necessidade orgânica, desencadeia-se nos indivíduos série de reações corpóreas que resultam na busca da mitigação da sede. “Mutatis mutandis”, dada a necessidade da psicografia (tema específico da mensagem), desencadeiam-se reações espirituais, quer por orientação etérea, quer por deliberação do encarnado, que propiciam o envolvimento energético do indivíduo, capaz de favorecer-lhe o contacto com o nosso plano.

É por isso que incentivamos os irmãos médiuns, experientes ou em desenvolvimento, para se prevenirem contra as eventuais suspensões dos trabalhos, principalmente daqueles que se realizam solitariamente, tendo em vista as características da psicografia. Mesmo que as mensagens possam parecer demasiado complexas ou se pautem pela simplicidade vocabular, de qualquer modo, ofereçam o seu veículo psicofísico para que os irmãos tenham possibilidade de desenvolver os atributos tão penosamente conquistados junto às escolas e seus conselheiros.

Evidentemente, não recomendamos às pessoas que se iniciam no mediunato que, inocentemente, se julguem capazes de grandes feitos neste campo. Há que se mirar nos exemplos dos mais antigos nesse mister, ao mesmo tempo que se destine boa quantidade de tempo para leitura e estudo das obras essenciais do espiritismo. Mas àqueles que dominam as ambições no campo da mediunidade e se compenetraram de que tal trabalho visa a ajudar o próximo em ambos os planos da existência, propugnamos que se ofereçam com toda a seriedade ao trabalho psicográfico, uma vez que existe extensa necessidade de se perpetrarem inúmeros atos medianímicos, tanto no campo da aprendizagem dos valores morais como no da ajuda fraternal, o que se dá em vias de dupla mão, pois, se os espíritos trazem notícias acertadas a respeito da formulação e reformulação do proceder humano, os encarnados oferecem oportunidade aos irmãos do etéreo de se aperfeiçoarem e crescerem.



Exercícios

O trabalho será extremamente dificultoso: trata-se de elaborar dissertação em que se unam os conceitos da mediunidade psicográfica aos da catalepsia e do entorpecimento físico consciente. Como podem ambos os fenômenos (se considerarmos os dois últimos como de mesma natureza) aproximar-se como realização de caráter cármico, como frutos distintos de uma mesma árvore? Que árvore é essa?

Se da discussão do grupo brotarem teorias diferentes mas não opostas entre si, que se busque a conciliação; se opostas, que se faça perdurar a discussão até definitivo acordo, mesmo que alguém tenha de ceder inteiramente à evidencia do opositor. Claro está que vamos insistir em que se trata de ponto de estudo, tão-somente, não devendo os alunos levar nada para o lado pessoal. Essa é a dificuldade proposital da temática: levar o aluno a refrear possíveis impulsos de sofreguidão e de intolerância, na tentativa de fazer prevalecer os aspectos morais da humildade e da humilhação diante da verdade.

É necessário enfatizar que, para que tudo possa terminar em paz, será preciso revolutear o pensamento inúmeras vezes até que se faça a luz.

Boa sorte, amiguinhos! Ao final, não se esqueçam de agradecer a Deus a felicidade de serem capazes de se concentrar em temas especulativos, quando muitos irmãos sofrem a desdita da mais profunda ignorância. Se cada um souber compenetrar-se de que o saber é sagrado para que se possa exercer plenamente o socorrismo, teremos conseguido alcançar um dos mais importantes objetivos.



Comentário

Evidentemente, o trabalho apresenta-se como verdadeiro desafio aos alunos, servindo para testar-lhes o poder de equilíbrio emocional, muito mais que o conhecimento técnico da matéria.

Para aqueles que duvidam da presença dos espíritos e de suas orientações por conseguinte, não temos palavras. Devem os alunos coordenar as palestras, os contactos as sugestões, de modo sábio, sem hipocrisias e sem forçar situações em que tais pessoas ficariam constrangidas a expor pensamentos e idéias que absolutamente não lhes firmaram convicção na mente. Deste modo, os exercícios devem servir também para testar a fé de nossos correligionários, de sorte que se busque concretizar, em seu coração, confiança inabalável na participação dos espíritos em sua vida quotidiana, mesmo que no simples acompanhamento de seus passos pelos ínvios caminhos do mundo.

Para os crentes mais fiéis é que destinamos as orientações ditadas por Otávio, em nome de toda a equipe integrada por professores e alunos (se assim podemos chamar a este agrupamento de seres, cujo objetivo é único: o de progredir em conjunto, aproveitando cada um das experiências dos demais). Neste sentido é que vemos necessidade de agrupar as mensagens para publicação. Pessoas encarnadas sentir-se-ão membros do grupo e poderão desenvolver os trabalhos propostos, na certeza de que terão o apoio e o congraçamento pelo menos de um de nós, na eventualidade de chamamento idôneo.

Quanto aos colaboradores mais diretos, quais sejam o escrevente e família, só temos de nos regozijar com seu desvelo e dedicação. A eles o mais comovido agradecimento.

Que a paz do Senhor perdure para sempre em seus lares!

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