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Ensaios-->36. O SENTIMENTO AUSENTE -- 27/06/2003 - 08:16 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Eu cruzei o oceano para me apresentar para este trabalho. Fui convocado porque tenho algumas assertivas muito próprias a respeito do ato de amar, coisa que até hoje bem poucos encarnados compreenderam. Trata-se de opinião “sui generis”, que desenvolvi após longos estudos e observações rigorosas. Sem mais tardança, vamos aos fatos.



Em primeiro lugar, é necessário saber que o amor não é uma realização divina. Só os homens, diante de toda a natureza, é que enaltecem esse sentimento. A benquerença universal é aproximação orgânica: “similia similibus amantur”, ou seja, só o que é próximo é que estabelece vínculo entre as pessoas e demais seres. Para que você possa atender à exortação cristã do amar aos inimigos, deve, inicialmente, transformá-los em amigos, isto é, em semelhantes. Sendo assim, não irá mais amar a um inimigo.

Esse princípio de aproximação pela similitude é a base de minha teoria. Duas moléculas de água se amam tão profundamente que se unem indissoluvelmente e juntas ficam pela eternidade. Dessa mesma forma se compenetram os elementos análogos em toda a natureza: isso é amor para mim, ou seja, integração total dos indivíduos sem que haja participação de qualquer sentimento. Se nós formos pesquisar na história da humanidade, vamos deparar-nos com grupos humanos inteiros dominados política e militarmente por populações mais poderosas e que, no entanto, estabelecem entre si conexões tão profundas e arraigadas que, onde se poderia esperar inimizade e ódio, acaba ocorrendo muito amor, embora tal sentimento não seja assim reconhecido pela nossa cultura.

Toda essa divagação a respeito do tema deve fundamentar princípio moral dos mais elevados, qual seja o da pregação do Cristo, que não é de sua autoria, pois já se encontrava nos fundamentos mosaicos das leis de Israel, mas sobre os quais baseou o seu evangelho: AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO.

Não nos atreveríamos, vejam bem, a descartar a hipótese de que o amor envolva as pessoas também sentimentalmente. Não é este o ponto e tolos seríamos se nos consagrássemos a afastar de nossa vista tal concepção. Não é por aí. O que queremos enfatizar para os mortais é que não é necessário engajar-se sentimentalmente para cumprir os desígnios das leis maiores. Pode o homem cumprir a lei e amar a Deus e ao próximo, sem oferecer sequer uma lágrima, um arrepio de pele ou um calafrio na espinha. O transbordamento do amor se dará através das obras realizadas com o objetivo racionalmente elaborado de se concretizarem operações visantes à elevação do indivíduo no concerto das entidades superiores, interesseiramente, o que não descarta de modo algum o fato de ser também ato missionário e apostólico. Se cada membro escolhido por Jesus para divulgação de seu ministério não tivesse largamente refletido, meditado, a respeito do próprio trabalho e dos meios necessários para consecução de seus fins específicos, encerrando-se emotiva e sentimentalmente dentro dos limites de suas fazendas, não teríamos conhecimento da peregrinação do Cristo e, portanto, da salvação por ele trazida e representada.

Vamos raciocinar por absurdo. Imaginemos que os mártires da fé cristã, aqueles que se deixaram abater nos circos romanos, se manifestassem tão-só sentimentalmente no momento do sacrifício. Com que forças iriam amenizar as dores e sofrimentos ao envolverem pelo princípio do amor os próprios algozes? Não suportariam eles o princípio da similitude, pois não haveria nenhuma possibilidade de aceitarem aqueles seres monstruosos como o próximo a ser amado e perdoado. No entanto, muitos mártires souberam ultrapassar os limites do sentimento, acatando como igualmente filhos de Deus a todos os que os condenaram e supliciaram. Esse acatamento é fruto da contenção da emoção e da seletividade de sentimentos. Para poder receber como irmãos a quantos lhes infligiam os castigos mais profundos, tiveram de concretizar no fundo da consciência pregação de superior quilate, oriunda da meditação mais profundamente arraigada no princípio racional da lei e não de seus aspectos emotivos ou sentimentais.



Não queremos alongar-nos muito nestas considerações. O texto está aí para servir de roteiro de estudo para os amigos da “Escolinha de Evangelização”. Grato estamos ao irmão Otávio por acolher a mensagem e por fazer dela motivo de desenvolvimento moral e espiritual dos companheiros. Até mais ver, irmãos. Fiquem com Deus!



Exercícios

Solicitamos ao confrade José que viesse trazer texto de apoio para a meditação. Eis que nos surpreendeu com tema que nos parece muito controverso, principalmente porque visa a interpretar a natureza da pregação do Mestre. Enchamo-nos de coragem, pois, e iniciemos o nosso trabalho.


1. A quem você confiaria os segredos de seu coração: a amigo ou a inimigo? Certamente a amigo. Será porque você vê nele qualidades e virtudes ou simplesmente por força de similitude de comportamento? Exemplificando. Se você estivesse preso com diversos assassinos de sua mesma laia, iria barganhar com eles os segredos ou se restringiria a contactos meramente formais? Veja que o nosso ponto é o de encontrar meios para opor pensamento de total racionalidade ao princípio do amor segundo a visão do texto. Esse transbordar de intimidade para com alguém pode significar alguma espécie de amor sem sentimentalismo? Responda tecendo considerações a respeito das diversas propostas contidas na questão.

2. Você deve ser pessoa adulta ou não estaria respondendo a estas questões. Como encara o amor dos pais para com os filhos: obrigatório, químico, racional ou sentimental? Ou acha que o amor dos pais se dá na estrita medida em que os filhos retribuem à afeição? Se o seu filho nascesse deformado, teria por ele menos amor? E se crescesse causando-lhe inúmeros problemas, continuaria amando-o? Existem pais que repudiam os filhos (e filhos a seus pais), por atos de violência. Como encara tais fatos? Consideraria a possibilidade de inimizades cármicas, ou seja, pessoas a quem se deve oferecer guarida para resgate de débitos passados? Raciocinando a respeito de temas correlatos a estes, descreva o amor que você manifesta a respeito das pessoas da família.

3. Caso você se recusasse a considerar as próprias atitudes de ofensa como de repúdio a entidades que o tenham ofendido, como, então, as consideraria? Se, por exemplo, um infortúnio qualquer atingir a sua cidade, quem socorreria em primeiro lugar: o irmão que está em dificuldades à sua frente ou atravessaria todo o cataclismo para salvar os seus “amados”, aqueles a quem ama de todo o coração? Analise a sua reação ao dilema e exponha os seus pensamentos, procurando eliminar da dissertação todo e qualquer sentimento ou estremecimento emotivo.

4. Se você já foi capaz de formular parecer a respeito do texto de estudo, exponha suas idéias aos companheiros, forcejando por dar-lhes caráter meramente especulativo e não pessoal, ou seja, extraindo qualquer nuança sentimental e considerando só os aspectos racionais, como se fora tema puramente científico. Você será capaz de descobrir a verdadeira natureza do amor, segundo a visão cristã? Faça-o com seus recursos intelectuais e aceite as considerações dos colegas de grupo, respeitando-as na justa medida de seu próprio esforço ao responder. Para embasamento de suas considerações, lembre-se do Cristo: SEDE VÓS PERFEITOS, COMO É PERFEITO O VOSSO PAI QUE ESTÁ NOS CÉUS. (MATEUS, 5:48.)



Comentário

Graças a Deus, irmãozinho, mais uma vez superamos algumas dificuldades e pudemos desenvolver mais uma unidade de ensino. Queremos agradecer a valiosa colaboração do caro José e do solerte escrevente. Orem, caros amigos, pela redenção da humanidade e trabalhem em prol dos semelhantes, qualquer seja o seu conceito de amor. É pelas obras que serão julgados um dia, mas não se esqueçam de que devem ser a demonstração mais elevada de sua humildade e perseverança no bem.

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