Tréplica à Elucidação
(por Domingos Oliveira Medeiros)_
Meu mestre e amigo Almir
Como sempre educado
Deu-se ao imenso trabalho
De replicar meu recado
Sobre o caso de polícia
Do cangaço e da milícia
Ficou bem preocupado
Sem precisar, eu afirmo
Talvez tenha exagerado
No aparte bem ligeiro
Quando fiz o aparteado
Coisa de provocação
Essa foi minha intenção
Esse foi o acertado
Com a minha opinião
Pois é fato consumado
Que o sistema bancário
Anda muito enferrujado
Com a caixa bem guardada
Nada dela é tirada
E o cliente é roubado
Até que entendi o assunto
E resolvi provocar
Misturando as idéias
Para ao vento lançar
Esperando a repercussão
Da enorme confusão
Que tudo iria causar
Claro que o mestre Almir
Não teve outra intenção
Quando falou do cangaço
Que nos enche de emoção
Pois ao seu modo enfrentou
E seu lugar conquistou
À luz da melhor razão
Urge minha explicação
Diante do inusitado
Desta vez de minha parte
Pelo transtorno gerado
Não cabe reparação
Mestre Almir meu irmão
Por mim tão admirado
Foi apenas brincadeira
Não houve qualquer ofensa
Provoquei a discussão
Valeu por sua presença
No tema provocativo
Pois o mais imperativo
É nossa amizade imensa
E fica no ar a pergunta
Sem lançar outro estilhaço
Quem está com a razão ?
O banqueiro ou o cangaço?
Aquele ajuda o nobre
E este defende o pobre
Assim, o verso repasso
“Sempre está com a razão”
Nosso amigo e companheiro
Nosso grande mestre Almir
“Quando dá tiro certeiro”
Sem barulho e com firmeza
Põe logo a carta na mesa
Esclarece por inteiro
Caro Almir. Não se preocupe com as bobagens que escrevi. Foi tudo brincadeira, mesmo. Para provocar os amigos. Ainda bem que atirei no que vi, e acertei no que não queria. Pois de você, eu já sabia. A explicação, logo viria. E com rara maestria.