O nosso pouco foi o tudo vivido em sonhos,
Ilusões planejadas num mundo irreal.
A vida mudou, os caminhos tomados nos distanciaram.
Deixaste o vazio a corromper-me a alma,
A dor a dilacerar o meu peito.
A noite traz-me lembranças,
Dentro delas vivo a esperança.
A vida tornou-se escura,
Dentro da escuridão vejo a censura
A ferir-me, a açoitar-me...
À ti devotei minh’alma, meu corpo, minha vida...
Restou-me apenas abertas feridas.
Foste pra longe, bem longe de mim
Deixando teu perfume, tua voz a enlouquecer-me.
Esta dor lancinante, aguda, perversa
Faz meu peito em bagaços
Querendo encontrar espaço
Para eu novamente existir.
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