Um dia, todos terão separados corpo e espírito e o que perecerá? O corpo, mesmo que metafisicamente considerado, ou seja, o invólucro etéreo que reveste mais sutilmente a chamada “centelha divina”, o sopro do Criador. Neste ponto, devemos, então, raciocinar: por que cuidar do corpo, se se putrefará, para reintegrar-se à matéria densa que lhe forneceu as moléculas para a composição orgânica? Por que não nos atermos a só considerar a alma, forcejando por obter virtudes imperecíveis, que nos darão foros de cidadãos do Eterno? Curiosa é a mentalidade dos encarnados! Em sã consciência, ninguém seria capaz de refutar o aforismo acima e, no entanto, o que ocorre com mais freqüência, na quase totalidade mesmo das vezes, é justamente o contrário: cuida-se da carne perecível e despreza-se jactanciosamente o espírito imortal. Eis aí a grave dicotomia que sói invalidar a maior parte dos encarnes: o homem tem consciência do dever espiritual, mas, à vista das lantejoulas de suas fantasias carnavalescas, se prende inconsutilmente aos seus apetites de uma hora, para relegar a segundo plano sua verdadeira existência.
Não é preciso, portanto, enfatizar que é importante dar valor ao corpo mortal porque o homem já lhe atribui poder que não tem, embora, por mais absurdo que possa parecer, materialmente, o tratamento que lhe dispensa seja ridículo. Nestes últimos tempos, é preciso reconhecer, a cultura física tem sido estimulada e, apesar dos interesses econômicos e financeiros que estão a manipular esse estímulo, muitos jovens e até mesmo criaturas mais idosas freqüentam aulas em instituições em que, às recomendações das atividades físicas, se juntam orientações de caráter alimentar, de sorte que está em ascensão social vigorosa a proteção à saúde corpórea. Se se aliassem a esses cuidados preocupações espirituais (“morais” será um passo adiante), poderíamos obter dos mortais avanços rapidíssimos, no sentido da conquista de méritos para insuflação de procedimento mais consentâneo com os reais objetivos da vida na crosta.
Se estendêssemos os raciocínios para perspectiva histórica, iríamos poder confrontar a figura humana em seu desenvolvimento e implementações cármicas, de sorte que obteríamos linha de nítidas diferenciações de épocas e estabeleceríamos critério metodológico para a compreensão do progresso que o passar do tempo vai impondo às sociedades. Está claro que a essa visão desenvolvimentista se opõe figuração multifacetada fundamentada nos critérios comparativos de aglutinações humanas estratificadas sincronicamente, de forma que haveria necessidade de perlustrar a história de cada grupo. De qualquer modo, porém, para visão generalizadora e abrangente, é possível situar-se a humanidade toda como grande bloco a caminhar rumo ao seu destino final.
Exercícios
Essa visão universalizante não nos desobriga de considerar o indivíduo em si, em seus aspectos mais íntimos e pessoais, de modo que nossas advertências ganham autenticidade e o estigma da necessidade. Por isso, vamos realizar questionário a respeito dos objetivos da vida, quer imediatos quer universalizantes.
Responda com toda a sinceridade e honestidade:
1. Você está satisfeito(a) com a vida que está levando? Existe algum aspecto profundamente negativo que gostaria de extirpar, relativamente ao corpo físico? E ao nível da espiritualidade, da intelectualidade e da moralidade? Nunca responda simplesmente com “sim” ou “não”, mas procure definir exatamente o que seja, dando exemplos elucidativos.
2. Se você pudesse programar a sua vida futura, que aspectos implementaria com maior vigor, quais manteria e quais suprimiria? Por quê?
3. Você pratica algum tipo de atividade física intensa, a ponto de suportar, por exemplo, caminhada seguida de várias horas? Se você não tem condições de caminhar, responda se suportaria algum outro tipo de desempenho físico intensivo. Se a resposta for negativa, o que você se propõe fazer para corrigir a falha? Ou você não considera isso falha? Justifique suas respostas.
4. Que peregrinações espirituais você está acostumado a fazer: ajustar-se a alguma equipe de socorro fraterno; proceder à leitura das obras evangélicas e de conteúdo doutrinal; participar de mesas mediúnica para contato com a realidade superior, no sentido de promover amparo às equipes espirituais? Se alguma outra, aponte. Se todas, queira aceitar os nossos parabéns. Explique, em seguida, quais os méritos dessas participações e a que objetivos você está ou estaria visando, em função de cada uma dessas atividades.
5. Caso você tenha perpassado pelo texto sem ter conseguido entender alguma coisa ou, se entendeu, ficou com dúvidas ou até mesmo com objeções, levante a voz e exponha aos companheiros os seus pensamentos, mesmo que totalmente hostis ou contrários aos enunciados no “caput”. Elaborem em conjunto, após as devidas discussões, texto paralelo em que as suas idéias se entremostrem condizentemente com as que tiverem sido aceitas, forjando nova mensagem, como se vocês tivessem a obrigação de transmiti-la mediunicamente para orientação dos encarnados.
6. Caracterize três fases bem distintas da humanidade em sua história. Evidencie as diferenças, buscando nas leis de causa e efeito as ligações entre as fases. Não se esqueça de efetuar levantamento das semelhanças, de sorte a deixar bem nítidos os desencontros. Veja em que sentido se deu a evolução, se houve progresso ou retrogradação. Não busque idéias muito gerais, limitando o seu estudo a aspectos simples, como a maneira de se vestir, de se calçar, de se alimentar. Se preferir, busque características espirituais, como usos e costumes, religião, ensino e escolaridade etc. Essas fases devem fundamentar raciocínio dedutivo, de forma que o querido aluno possa flagrar momentos históricos específicos dos homens encarnados como entidades espirituais em desenvolvimento cármico universal.
Vamos suspender as exigências por aqui. Não sofreríamos se nos acusassem de extremamente complexos, mas ficaríamos profundamente abatidos se as aulas recebessem a pecha de “impossíveis”. Sendo assim, para nos deixarem bem contentes, devem os queridos irmãos proceder às respostas com muito entusiasmo, do mesmo modo que nós nos esforçamos por trazer unidades programadas, no intuito de favorecer a meditação e a reflexão a respeito dos temas básicos da vida humana sobre a crosta, como havíamos prometido. Está claro que “abatidos” é apenas brincadeirinha para estimular a inteligência dos amiguinhos mais percucientes e mais sensíveis. Por isso, não nos levem a mal.
Gratos ficamos a todos, de modo mui especial ao escrevente.
Graças a Deus! Vamos todos orar prece de agradecimento ao Senhor pelas luzes com que nos abonou e que nos propiciam condições de realizar tarefas espirituais de tanto vulto.
Prece
Obrigado, Senhor. A vós nos damos por inteiro, pois somos vossos. Queira aceitar a nossa oferta de trabalho e favorecei-nos a compreensão do destino, para que sejamos capazes de nos orientar na jornada, rumo à vossa casa. Dai-nos, Senhor, ânimo e inteligência para superarmos as falhas, especialmente aquelas que nos provocam angustiante repugnância pelo lavor espiritual. Sabemos, Senhor, que temos de progredir, mas nos desfalece o anseio diante da perspectiva de termos de nos sujeitar àquilo que indevidamente chamamos de “sacrifício”. Dai-nos, portanto, Senhor, a possibilidade de julgar por amor de vós e do próximo qual o caminho que devemos seguir para superação total dos aleijões e recebei o nosso agradecimento pela oportunidade que temos tido de progredir. Amém, Jesus!
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