Ela disse que precisava conversar um pouco.
O convite foi aceito.
Havia uma xícara de chá sobre a mesa.
Entre bolachas de mel e a conversa explicou que mentia sobre sexo. Aos vinte e cinco ainda era virgem.
Precisava resolver a questão, mas queria um homem sincero, que não comentasse nada sobre seu problema e esquecesse tudo o que acontecesse entre as paredes de seu apartamento.
Bem, não era uma questão tão simples.
Disse também que tinha alergia a barba, perfumes, odores de roupas masculinas e detestava a idéia que alguém penetrasse seu corpo.
Mas queria resolver o problema.
Disse também que se houvesse um ato, que não houvessem palavras. Nem olhares indecentes para seu corpo. Nem pensamentos.
Também não era para pensar sobre uma outra vez.
Queria perder a virgindade sem perder o pensamento de virgem.
Queria também sexo no escuro, mas tinha medo do escuro.
O interlocutor foi ficando chateado, mas ela falou então que precisava esclarecer mais alguns pontos muito importantes.
Enquanto ela foi falando o interlocutor foi deixando o recinto, pensando que deixou de assistir um Gre-Nal ao vivo pela televisão para perder tempo com sua vizinha chata.