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Ensaios-->13. DE VOLTA DAS TREVAS -- 04/06/2003 - 07:09 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Nem era preciso dizer: o homem não soube coordenar os pensamentos naqueles dias angustiantes e soterrou os sentimentos de bondade, de afeto, de carinho, mantendo somente acesa a vela bruxuleante de esperança natimorta.

Agora que estou aqui a me perguntar a respeito das incertezas do mundo, não sei mais aonde deveria ter ido e não tenho consciência do momento exato durante o qual se deu definitivamente o desajuste que me arremessou pelas vielas escuras e tortuosas daquela cidade-fantasma. Não me arriscaria a dizer que a causa principal da desdita foi o abandono do lar, mas estou profundamente desconfiado de que tenha sido, pois o amor se perdeu nas brumas da manhã, quando eu não era mais que boneco de palha a espantar pássaros invisíveis.

Eis que, de repente, tudo se revelou inquestionavelmente sóbrio e “rasputinescamente” miraculoso. Era a luz que faltava para aclarar o cérebro repleto de questões. Eu precisava de algo sólido para não divagar a esmo pela penumbra daquela ilha selvagem. Não mais me infestavam a mente idéias de luxúria, de perversão e de poder. Eu só queria era libertar-me de imensa tristeza, de sofrimento conjuntural, pois antevia, com toda a clareza, que meu desamor estava no fim. Agora podia tranqüilizar o coração e fechar os olhos para suave e deleitoso sono.

Saí do estupor exatamente dez anos depois do desencarne. Não tinha noção de por onde havia vagado imerso nas trevas. Saía para uma luz pálida mas cheia de promessas de vibrações de amor. Não tinha certeza de onde estivera mas sabia para onde estava indo, pois, do fundo da consciência, vinha ordem para que prosseguisse conquistando os valores morais que jaziam perdidos em sombras de egolatria.

Uma vez na vida me disseram quais eram os méritos para se adentrar no reino de Deus. Eu não lhes dera importância, no entanto, como que brotavam agora do fundo do coração, como remota lembrança a coruscar muito longe qual estrela-guia perdida na noite brumosa e que se sabe que está lá aguardando a dissipação da névoa.

Ainda sinto desejo muito sério de que tudo pudesse voltar atrás para não ter sofrido aqueles angustiantes momentos que pareciam querer eternizarem-se. Eis que hoje, inteiramente desperto de meu trevoso e apavorante refúgio, me volto para o trabalho de soerguimento rumo à redenção definitiva. Não sei o que será preciso para restabelecer os meus direitos de provação no mundo dos encarnados, mas qualquer coisa será preferível à solidão nas trevas.

— “Nunca mais! Nunca mais!”, eu clamava sempre, pois aprendi a minha lição. Eis-me, pois, inteiramente desperto para a vida, disposto a enfrentar mais uma vez o carma dos sofrimentos terrenos, preparado para “o que der e vier”, como se costuma dizer, quando se prefere enfrentar o desconhecido na crosta a ter de novamente trilhar os caminhos da angústia e da dor moral.

Estou, pois, aqui, amigos, disposto a tudo para reverter o processo de dissolução da personalidade acrisolada por várias encarnações de sofrimento e de dor, não aproveitadas, desperdiçadas, jogadas na lama, como se fora algo sem préstimo ou valor.



Exercícios

Não quero alongar mais este texto para não cansar o amigo escrevente nem os leitores. Vamos estabelecer como princípio de trabalho roteiro em que algumas questões deverão ser completadas pelos aluninhos das escolas de evangelização.


1. Se você se predispusesse a novo encarne, teria três objetivos, a partir da leitura do texto. São eles:...

2. Em caso de desespero, deve-se recorrer à lembrança dos deveres que um dia se prenderam na memória ou deve-se orar muito para conseguir a simpatia dos espíritos afins. Se não conseguirmos nem uma coisa nem outra, deveremos então...

3. Em dias de festa, quando a maioria do povo se encontra vibrando em função deste ou daquele acontecimento, os espíritos entrevados, carentes de luz, saem à folia para espairecer sua dor. Esta assertiva vale para certos tipos de sofrimento ou não tem fundamento algum. Como você encararia a situação do espírito cujo texto terminamos de ler em semelhante conjuntura? Acha que ele teria condições de entrever saída junto aos mortais ou preferiria apenas continuar a procura incessante das causas de seus sofrimentos?

4. Sem que você se tenha arrependido de algum malfeito, poderia usufruir a companhia de algum espírito superior na hierarquia das esferas? Baseado no texto, emita sua resposta.

5. Que considerações estaria você apto a efetuar quanto à coerência e ao bom senso de quem produziu a mensagem? Será que o espírito ainda estava confuso ou as suas palavras são próprias de quem quer estabelecer confusão no espírito do leitor? Disse o que disse por ignorância ou maldade? Justifique sua apreciação.

6. Se há alguma inconveniência no texto, aponte-a e explique por que assim a considerou.

7. Quem não se atrever a responder às questões por considerá-las ocas ou maliciosas, deve submeter-se às apreciações dos companheiros do grupo quanto a alguma situação de mistério que o tenha envolvido. Em outras palavras: relate caso em que você se recorde de algo extraordinariamente angustiante ou ameaçador e diga quais os sentimentos envolvidos, procurando fazê-lo sob as impressões daquela circunstância. Caso o seu relato fique demasiado claro, devem os companheiros tecer considerações a respeito da falta de conteúdo psicológico, especificando exatamente o que fez com que se revelasse o fato: ou a ausência de verdade ou a malícia da interpretação dos sentimentos.

8. A barbárie humana mais grosseira produz na mente dos oprimidos tensões tão fortes que, às vezes, causam suicídios, pelo desejo irrefreável de se safarem daquela angústia. Imagine tormento na face da Terra comparável ao sofrimento que se pode obter após o desencarne de vida perdida em “pecados”, em atrocidades, em delinqüência, em ausência de espírito cristão, em detrimento dos companheiros de jornada. Após o relato, situe sua personagem no Hades e faça com que o sofrimento não possa ser revertido, pelo menos na perspectiva do sofredor. A que conclusões morais se pode chegar?



Quem será o primeiro a levantar a mão para falar? Será que não é intempestiva sua participação? Terá você meditado profundamente a respeito do trabalho solicitado? Se você se acha adequadamente apto a relatar os resultados de suas meditações, ponha-se à frente do grupo e inicie a palração, o “speech”, o “discours”. Caso você se sinta muito limitado diante das dificuldades do trabalho, lembre-se de que um dia terá de expor-se diante dos demais em situação verídica; por isso, é bom treinar junto aos colegas que têm o mesmo trabalho e o mesmo nível de dificuldades. Não estabeleça julgamentos críticos no que diga respeito às personalidades dos companheiros, mas seja altamente exigente quanto à qualidade do trabalho.



Por ora, vamos encerrando mais esta manifestação, orando a Deus, com todo fervor no coração, para que nossas intenções sejam bem interpretadas, no sentido de estimular para a meditação, para a pesquisa, para o crescimento moral e espiritual.

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