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Ensaios-->6. A CAMINHADA -- 28/05/2003 - 06:57 (wladimir olivier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Hoje nós não vamos dar “mole”, não! Quem quiser que se arrisque. Nós vamos encetar caminhada cheia de percalços, nós sabemos, mas esperamos torná-la plena de glória (“glória” no sentido de perfazer todos os objetivos). No entanto, se alguém não quiser colaborar conosco, vamos ver-nos obrigados a rechaçar tal indivíduo, pois a desonra de um não pode refletir em todo o grupo. Queremos deixar claro que o afastamento do colega será à revelia de nosso princípio de ação e de reação, pois o que gostaríamos de fazer é reintegrá-lo ao grupo, favorecendo-lhe a caminhada através de nossa companhia. Mas se ele não quiser, “sponte propria”, acompanhar-nos, o que poderemos fazer?

Dado o preâmbulo, vamos convocar os nossos patrícios. Atenção, pois, à chamada: Jurandir, Rubens, Anacleto Piemonte, Douglas, Ari, Ruibarbo, Antônio Augusto, Josefina, Renato e Anacleto Rodrigues. Esses os nossos convidados. Se houver alguém que não aceite a convocação que se manifeste agora.

Estão todos de acordo? Bem. Então, vamos prosseguir com as instruções.

Cada um deve preparar a sua bagagem, na qual, além dos objetos de uso pessoal, devem constar, obrigatoriamente, os seguintes apetrechos: a Bíblia, O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, cinco cadernos de brochura, lápis, borrachas, canetas, régua, compasso, lapiseira, lápis de cor (estojo com vinte e quatro cores), transferidor e cinco gramas de boa vontade. Todo o material deve ser adquirido na lojinha da esquina, com exceção da boa vontade, que deve vir acompanhada de um grande bloco de amor ao próximo, bem como de uma caixa grande de espírito de fraternidade. É dispensável trazer equanimidade e justiça, pois, para onde vamos, isso está espalhado por todo o caminho. Não se esqueçam de trazer também um pouquinho de benquerença ao trabalho e de ânimo forte.

Ao chegarem para o agrupamento, todo o material deverá estar acondicionado em sacola, com exceção dos bens mais etéreos, que devem estar fortemente arrolhados na consciência.



Uma vez que estamos reunidos, todos devidamente preparados, vamos partir. Se houver qualquer que tenha alguma pergunta, aproveite para fazer agora.

Jurandir:

— Qual é o objetivo final?

Rubens:

— Faremos alguma parada para verificar se o roteiro estará sendo cumprido?

Anacleto Piemonte:

— Quem estará encarregado de manter o clima sempre harmonioso?

Douglas:

— Se tivermos alguma hesitação, poderemos contar com o apoio de todos?

Ari:

— Sem querer, esqueci-me de um dos ingredientes. Será que alguém terá um pouco de boa vontade para me emprestar?

Ruibarbo:

— Sabendo, pelos apetrechos recomendados, que a travessia vai ser longa, por que não nos foi pedido também para que trouxéssemos água fluidificada?

Antônio Augusto:

— Eu gostaria de saber se existe alguém do grupo que já fez esta mesma caminhada.

Josefina:

— Por que sou a única do sexo feminino a compor a equipe?

Renato:

— Se vocês me perdoarem, irei pedir para que as perguntas não sejam respondidas agora para não atrasar o início da viagem.

Anacleto Rodrigues:

— Meus amigos, vejo que muitos estão preocupados com esta jornada ao desconhecido. Gostaria de frisar que nenhum de nós gostaria de saber previamente com quem irá dançar a próxima valsa vienense, pois não?! Então, vamos confiar em que tudo se realizará da melhor forma, uma vez que a próxima parada se dará em momento incerto, não determinado ainda pelo roteiro que traçamos. Enquanto caminharmos, iremos meditando a respeito das perguntas e, quando alguém tiver a resposta que esperava, deve colocar para os outros, já que a ninguém foi dado adivinhar o nosso destino.

Foi com essa exortação que todos se puseram a caminho, com o coração opresso, pois a jornada rumava para o desconhecido. Ninguém queria deixar de responder às perguntas feitas, embora algumas dependessem do humor dos demais. Foi assim que caminharam durante largo tempo.

De súbito, Jurandir chamou a atenção de todos e disse:...




Exercícios



1. Qual teria sido a resposta de Jurandir à sua pergunta? Saberia você determinar as diferentes respostas que cada qual foi capaz de elaborar para responder às próprias perguntas?

2. Quem era o narrador, que ficou sem identificação?

3. Por que era preciso caminhar? Não seria suficiente enfrentar os problemas propostos ali mesmo onde se encontravam?

4. Quem do grupo demostrou maior segurança na observação que fez? Justifique sua resposta.

5. Ao se despedirem dos que não foram chamados, que teriam recebido como recomendação de viagem?

6. Que poderia ser feito com as obras indicadas para facilitar a caminhada?

7. Você teria recusado a convocação? Então, diga por que aceitou.

8. Se você tivesse um pouquinho de boa vontade, teria emprestado para o Ari? Por quê?

9. Qual a pergunta que você faria, se tivesse tido oportunidade de fazê-la antes do início de sua viagem?



Aos poucos, vamos informando aos leitores quais os temas que a “Escolinha” tem para discutir. Este roteiro meio surrealista foi preparado para os encarnados que desejarem, como no dizer evangélico, parecer “loucos” para os que se recusam a compreender por que estão viajando. Não há desatinos que Deus não explique, se o coração humano se predispuser a receber a sabedoria divina. Para isso, no entanto, é preciso estar municiado de muita força de vontade, de muito amor ao próximo, de muita dedicação ao trabalho, de elevado espírito de justiça, de profunda solidariedade humana. Nesse caso, as informações surgirão no fundo de sua consciência, sob forma de inspiração. Pautar, então, os atos pelo procedimento inspirado será talvez muito estranho para os outros; para isso, será preciso acrescentar boa dose de espírito de sacrifício e de desprendimento dos valores mundanos mais arraigadamente presos à carne.

Se de tudo que dissemos, alguma coisa de bom puder ser aproveitada pelo caro leitor, ficaremos imensamente felizes.

Este roteiro poderá ser aplicado aos encarnados até o início das perguntas, ficando o texto aberto às discussões e interpretações. Como se trata de texto não muito racional, em que as informações são um tanto aleatórias, abrirá leque bem amplo de idéias, de sorte que as observações poderão ser até esdrúxulas, que não causarão estranheza ou mal-estar. O orientador, no entanto, a partir do momento em que todos, mais ou menos, tiverem definido a sua interpretação do trecho, deverá oferecer a todos a oportunidade de fazer uma pergunta cada, revelando, em seguida, as perguntas por nós elaboradas, através dos nomes das personagens. Verificadas as semelhanças e as diferenças, estabelece-se roteiro para as respostas, após o que, e só nesse momento, são oferecidas as perguntas do último bloco (as que o elaborador do trabalho fez). Após a resposta a cada uma, será feito apanhado geral, segundo o ponto de vista pessoal de cada qual, em dissertação em que se deve comentar o caráter educativo das tarefas e o resultado obtido. Como se trata de longo desenvolvimento, devem ser reservadas muitas aulas para esta unidade, permitindo-se que as pessoas se agrupem livremente para discutirem parcial ou totalmente os diversos itens.



Devemos acrescentar, para esclarecimento do organizador dos trabalhos, que o narrador inicial é Jesus Cristo, simbolicamente considerado; que a meta final é o reino de Deus; que a caminhada é a vida encarnada, quer seja considerada neste orbe, quer em qualquer outro círculo em que seja preciso vestimenta própria para envolver o espírito em sua contextura etérea.

Caso haja tergiversações quanto às interpretações, peça para que sejam utilizados os apetrechos guardados na sacola ou na consciência, segundo o nível do entrevero. Jamais, no entanto, permita que alguém do grupo se retraia durante o trabalho, escondendo dos demais seus pensamentos ou emoções. É extremamente importante que a discussão se volte para a própria pessoa, de sorte que os problemas sejam postos à luz, para que venham a receber o influxo das sugestões para sua superação. Caso contrário, de nada adiantará essa penosa viagem ao mundo do conhecimento de si mesmo.

Quero agradecer mais uma vez ao escrevente a sua boa vontade e pedir-lhe escusar-nos por ter apresentado trabalho que não lhe ficou muito claro. Advertimos que, no entanto, uma vez aplicado ao grupo, este se estimulará e se revelará perfeitamente capaz de suplantar as dificuldades.

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