E quando olho o caminho tortuoso que se me apresenta e não sei por onde ir? E quando não posso perguntar mais à s pessoas a quem sempre perguntei? E quando os pais não podem compreender e o padre não vai ajudar? E quando o pastor vai condenar e os irmãos da igreja vão sacudir a poeira? E quando irmãos e parentes tem tudo para questionar e rebaixar? E quando os antigos amigos não são as pessoas indicadas porque o assunto é polêmico demais? E quando o catecismo não dá as respostas das dobras da vida em que se está envolvido? E quando não há mais cartilhas? E quando não há mais receitas? E quando os conselhos de sempre não fazem mais sentido? E quando não se quer sova de dedo dos jurássicos e nem liberalismos irresponsáveis das novelas? E quando o apelo aparentemente liberal dos esotéricos é mais uma armadilha que liberdade? E quando os colegas do serviço começam a olhar torto e a julgar pela retaguarda? E quando o chão vai embora e parece que não se tem mais ninguém? Justamente aí é que Deus envia seus anjos. Anjos de carne e osso, que andam, trabalham, comem, fazem sexo, amam, etc...Anjos que aparecem do nada, caídos do céu. Anjos que não impõem, sugerem. Anjos que respeitam o caminhar diferente e as situações inusitadas. Anjos que dizem "não sei", e com isso confortam mais que qualquer certeza clássica. Anjos humildes e sábios. Anjos que dizem que não há caminho, mas que é preciso se fazer um. Anjos que asseguram que o caminho só se faz quando se passa. Esses são anjos, mensageiros, enviados. Estão por aí em toda parte, ensinando a se fazer caminhos. Abrir novos caminhos, esse é o desafio que quem quer viver em plenitude. É forçoso reconhecer que esse caminho não há outro que por você passa. Na verdade, o caminho só existe quando você passa.