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Artigos-->Educação de Merda -- 25/07/2000 - 03:23 (Guilherme Gouvea) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Educação de merda





Não são apenas as quatro paredes que fazem da sala de aula um ambiente limitado. Sentados, uns atrás dos outros, numa ordem pouco frutífera, milhões de crianças e jovens vegetam enquanto recebem o morto conhecimento. Até os de mais idade, amargurados na solidão da velhice desprezada, buscam na academia a bagagem que sua pacata vida não alcançou. O quê sabem, como viveram todos esses anos sem o conhecimento acadêmico, nem eles mesmos têm as respostas.

Os educadores profissionais que me desculpem, mas a educação, aplicada da forma medíocre que é, serve apenas para o que vem servindo. Porém, esta ordem que vige, de velhos esquecidos e crianças mal-amadas, fica para uma próxima crônica, quem sabe do Frei Beto ou João Ubaldo. Agora vamos à escola.

Da sua carteira, perdido entre milhões de outras iguais, observa os pássaros na árvore que a construção deixou sobreviver. Gostaria de voar com eles, pássaros, que esbanjam liberdade enquanto pardais sem-valor. Mas o dinheiro gasto com educação lhe faz parecer um canário, rico entre grades que seguram suas asas, mas não prendem sua imaginação e pouco inibem o seu canto. Até que o professor ordena a próxima atividade. Mesmo não querendo, a concentração foi quebrada por uma raiz quadrada. Quem entregar primeiro ganha um ponto.

Antes que pegasse o lápis para tentar colar do colega, o primeiro da fila já havia entregado. E estava certo, como sempre. Por tempos admirei sua capacidade de apreender. Hoje desprezo sua medíocre obediência, apesar de ele ganhar o dobro do que eu. Mas, se o salário me preocupasse, não gostaria de ser professor. Na verdade, nunca gostei dos de matemática. Aí voltei à árvore.

Imaginem quantas formigas se alimentam daquela árvore? Por que será que elas se alimentam? Quem se alimenta delas? Será que eu preciso decorar a raiz de 36 para me alimentar? Só vivo para comer? Para que o índios vão à escola? Quando é a prova de história? Eu quero brincar. Me tirem deste lugar sem vida, com um cara lá na frente defensor da verdade que não existe. Me tratando como acéfalo e rindo do que eu sei. E sei muito mais que ele, mas ele não quer saber. Que diabos eu vou fazer numa aula particular. Me deixem subir naquela árvore. Eu não quero tirar 10, me soltem, me soltem...



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