AMOR IATROGÊNICO
Eu quero a embriaguez do álcool,
Ter delírios com monstros na parede,
Ver mil bichos enroscados em minha rede,
Mas não quero sentir o vazio náufrago.
Preciso do entorpecimento da morfina,
A falsa alegria da droga potente,
As promessas mentirosas do amor decadente,
Só não quero essa dor que me azucrina.
Suplico pelas viagens de tóxicos letais,
Alucinações bizarras de casais amantes,
Todas as sensações das doses convenientes,
Para suportar a falta que você me faz.
Faço tudo pelos anticorpos do seu corpo,
A defesa natural para o mal que me aflige,
A cura de tudo o que a saudade inflige,
A adrenalina que me provoca mais conforto.
Eu imploro pelo antídoto dessa paixão
E tenho apenas pouco tempo de vida,
Porque se não cicatrizar logo essa ferida,
Viverei sepultada em meu coração.
Lílian Maial
Rio, 11/08/00.
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