A meio dia...
O céu que estava tão azul desfaleceu,
foi tomado de brisas escuras.
O tempo por minutos parou.
O rio na enchente se ensaia, se arrisca contra a ribanceira. E nessa troca de ofensas as flores impacientes a beira da várzea precipitam-se com a mare alta. Caem também buçu, abricó, castanha e caju, taperebá e andiroba,cipó e tajá.Seguem sem pestanejar o olho de boto,madeiras e o sus piro de gato.
As folhas sem alternativas adejam no ar pesado.
Um pouco de calor e a luz escurece as vistas, enquanto a canoa do pescador segue sem dizer nada. Vai e vem na marola apressada, em busca do outeiro.
São trovejos e muita água que descem a terra como senhores dos condenados.
Tudo está escuro,
Tudo está no embalo...É ciranda, é valsa e poróroca, é vendaval dos acampados.
É a chuva que de igual vem para todos...Os pássaros nos galhos, os rios que agora se acalmam, e a terra, que exala aquele cheiro de mato, aquele cheiro de vida da caatinga, do mangue...
As mangueiras não cansam, as palhas das taperas, dos barracos...
É o inverno de dezembro que acaba de chegar. |