E agora?... Se vão da lei da vida libertando! Sugere-se-me, por indução sobre ligeira abordagem camoniana aqui na Usina e sem intuito que intente aguilhoar algo ou alguém, tendo-me documentado em fidedigna fonte que exprimo a meu jeito, ensaiar perpasse pelos últimos instantes da vida Luis Vaz de Camões. Tão de mais não se intua que estabeleço paradigma pessoal. Montículo e montanha não se equivalem. Oh... Sórdido destino por onde a glória se semeia e desponta em intocável fruto, quem sabe se fluindo à guisa de percurso bíblico e enformando-se identicamente em duradoura sabedoria. Os Lusíadas, alicerce basilar e contentor rítmico do idioma português, entre outras demais linhas adjacentes, provocaram sobre Camões inqualificáveis malefícios intelectuais pela banda de outros vates bem menores como Caminha, Bernardes, Corte Real e Sá de Menezes. Assim, para a expedição a África, em 1578, D.Sebastião preferiu a companhia de Bernardes. Logo após a derrota de Alcácer-Quibir, Camões sentiu fundo a traição à nacionalidade portuguesa pelo então reinante Cardeal D. Henrique, o que suscitou que se agrupassem em seu redor alguns partidários da independência. O poeta adoeceu no período denominado 'tempo das alterações' e em decisivo soçobro faleceu a 10 de Junho de 1580, sabendo que os soldados de Filipe II de Espanha iam entrar por Badajoz em Portugal. Febril e tremelicante Camões conseguiu ainda escrever: 'Ao menos morro com a pátria', expressão que dirigiu em derradeira carta a seu amigo D. Francisco de Almeida que na altura resistia estoicamente à invasão dos usurpadores castelhanos. Finado em estreita miséria, foi obscuramente sepultado na igreja de Santa Ana da pobre Irmandade dos Sapateiros. O motejo ainda hoje continua Pelo disparate que verseja De sedimento cruel a inveja Subvertida em língua nua e crua... Quiçá por isso quem tanto o deseja Se envergonhe de abraçar a lua! Torre da Guia |