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Ensaios-->UMA MEDIDA ESPECIAL DE AMOR: OS POVOS INDÍGENAS -- 18/03/2003 - 09:12 (WASHINGTON ARAÚJO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se formos contemplar com imparcialidade a extensão da tragédia que se abateu sobre os povos indígenas na América, veremos que mais que um assassinato físico, ocorreu um genocídio em largas proporções, com o aniquilamento de civilizações e com o soterramento de culturas milenares. Lamentavelmente muito poderia ter sido feito para impedir a marca da gritante crueldade contra estes povos espoliados. Mas, algo que não se pode mudar, com certeza é aquilo que passou. O que ainda não passou foi o momento para uma ampla reflexão sobre o muito que deixamos de nos enriquecer enquanto povo e enquanto humanidade se tivéssemos aprendido a admirar o conhecimento e a cultura dos povos indígenas na América.

Torna-se urgente um novo posicionamento da sociedade visando proteger a integridade étnica, moral, cultural de seus descendentes, ora tão escassos e vivendo em adiantado estado de decadência, vítimas que têm sido dos males de nossa civilização: corrupção moral, guerras e conflitos ruinosos, hipocrisia e vaidade. E nada mais perverso que submeter povos outrora altivos e senhores de seu destino à uma realidade atual que os diminuem em sua dimensão humana, que os torna objeto de ridículo e que os priva de seus direitos humanos fundamentais.

Compreendi que era uma cidadão do mundo no ano de 1975. Era julho e naquele ano, aos 16 anos, conheci a mensagem da unidade do gênero humano, proclamada em meados do século passado por Bahá’u’lláh (1817-1892), o Profeta-Fundador da Fé Bahá’í. Descobri nessa mensagem algo diferente e ao mesmo tempo tão antigo quanto o próprio tempo: somos todos pertencentes a uma mesma espécie, a espécie humana. E assim, alargando cada vez mais minha visão do mundo, vi que não existem raças, mas sim, uma única raça, a raça humana e assim por diante.

Com satisfação observei que Bahá’u’lláh referiu-se a um futuro glorioso para os povos indígenas. E com efeito, os ensinamentos bahá’ís são enfáticos ao afirmar as potencialidades latentes nestes povos. ‘Abdu’l-Bahá (1844-1921), filho de Bahá’u’lláh, disse:

“O continente americano é aos olhos do Deus Único e Verdadeiro, a terra em que os esplendores de sua luz serão revelados, onde os mistérios de Sua Fé serão desvendados, onde os retos habitarão e os livres se reunirão.”

Portanto é grande, além de nossas maiores expectativas o que está reservado, segundo a visão bahá’í, a este Continente que recentemente assinalou a passagem do quinto centenário do encontro dessas duas civilizações, com histórias e culturas tão diversas.

Referindo-se aos indígenas e seu futuro glorioso, um futuro tão radiante que abraçaria todo o planeta, ‘Abdu’l-Bahá, nas primeiras décadas deste século que tem os dias contados fez esta solene admoestação:

“Deveis dar a máxima importância aos índios, os habitantes nativos da América, pois se estes índios se educarem e forem guiados corretamente através dos Ensinamentos Divinos eles se tornarão tão esclarecidos que a Terra inteira será iluminada.”

Vivemos em uma época marcada por tantos retrocessos históricos e processos de desintegração a nível mundial, uma realidade que nos mostra que diversas luzes estão sendo apagadas: a luz da justiça, a luz da solidariedade, a luz da tolerância, a luz do respeito à diversidade étnica, cultural, racial.

O “apagar destas luzes” pode ser melhor assimilado se observarmos o escuro cenário internacional com que nos deparamos:

- guerras ruinosas em 16 países, como em Bósnia Herzegovina, Ruanda e no Zaire;

- elevada militarização e tensão entre as nações do golfo pérsico;

- atos de terrorismo na Europa e na América do Sul e do Norte;

- aumento da criminalidade rural motivada principalmente pela recusa de governos em implementarem leis de reforma agrária;

- aumento da criminalidade urbana devido à perniciosa divisão do mundo entre ricos e pobres e ausência de leis que promovam uma justiça social abrangente;

- ampla ramificação do narcotráfico e seus derivados;

- escalada de corrupção nos primeiros escalões de muitas nações integrantes desde o primeiro até o terceiro mundo e difundida por telejornais diariamente.

Os exemplos acima são apenas breves sinais da época em que vivemos, símbolos de uma realidade que nos informa que o modelo de convivência social que conhecemos parece ter chegado à exaustão, ao seu limite. Quando então nos deparamos com a assertiva do sábio ‘Abdu’l-Bahá de que através dos povos indígenas poderemos encontrar a fonte de iluminação de todo o planeta, sentimo-nos aliviados e volta a se acender em nossos coração a chama da esperança e da fé em um novo homem e em uma nova humanidade.

Mas, que importância têm os povos indígenas recebido das sociedades, governos e governados, ao longo deste meio milênio?

Confirmando estas palavras e referindo-se à portentosa influência que os os indígenas poderão ter sobre a civilização, ‘Abdu’l-Bahá ainda “... igualou os índios em seus países às primitivas tribos árabes nômades na época do aparecimento de Maomé, quando dentro de um curto período de tempo eles se tornaram destacados exemplos de educação, de cultura e de civilização para o mundo inteiro”afirmado “que maravilhas similares ocorrerão hoje se os índios forem ensinados adequadamente e se o poder do Espírito Santo entrar apropriadamente em suas vidas.”

Isto sem dúvida ocorrerá, pois os índios cultivam dentro de si valores humanos tão fundamentais quanto escassos nos dias de hoje.

É um grave equívoco acreditar que “porque as pessoas são analfabetas ou vivem uma vida primitiva”, assinalou Shoghi Effendi (1897-1957), pensador e escritor neto de ‘Abdu’l-Bahá, “sejam desprovidas de inteligência ou de sensibilidade. Ao contrário, elas podem muito bem olhar para nós, com os males de nossa civilização, com a corrupção moral, com as guerras ruinosas, hipocrisia e vaidade, como pessoas que devem ser observadas tanto com suspeita como com desprezo”.

Nunca é demais recordar as grandes lições da História, onde constatamos que as pessoas simples, pobres e anônimas na maioria da vezes, alteraram mais o curso do destino humano do que aqueles que tinham renome, fortuna, cultura. Para ilustrar basta que vejamos os primórdios da era cristã, no qual simples pescadores tiveram a primazia de serem os primeiros Apóstolos de Cristo, ao contrário dos famosos sacerdotes da época que levantaram suas vozes unicamente para escanecer daquela “heresia” proclamada pelo filho de um ignóbil carpinteiro da Judéia. E, apesar aparente fragilidade, esses anônimos fizeram florescer a civilização cristã, levando à explosão de conhecimento nunca antes imaginados pelo homem.

Com efeito, conforme o testemunho de ‘Abdu’l-Bahá, não se pode diminuir a influência da palavra de Maomé, o Fundador do Islã, sobre as tribos nômades da península arábica cerca de seiscentos anos depois de Cristo, resultando no surgimento de uma magnífica civilização, estabelecendo o conceito de unidade nacional, produzido gênios com Al-Biruni que foi um dos maiores pensadores da humanidade e Avicena que lançou luz sobre vastos campos do conhecimento humano da época, intendo nos transmitido as bases de nossos sistemas de cálculos, paternidade que lhes é até hoje atribuída pela expressão de “algarismos arábicos”em tributo ao grande intelectual muçulmano Muhammad Ibn Musa Al-Khwarazmí.

Como bahá’í, acredito que é necessário que nutramos um profundo sentimento de respeito pela ascendência antiga dos povos indígenas bem como uma compreensão adequada de seu destino, buscando erradicar por completo este quase generalizado sentimento de superioridade racial, cultural e social que infatilmente vimos cultivando ao longo das gerações.

É passado tempo suficiente para que humilde e corajosamente reflitamos sobre os danos que nossa chamada “civilização” causou aos povos indígenas e tentarmos então preencher o vazio que criamos em nossas mentes e em nossos corações a respeito da integridade e dignidade desses povos sofridos e, quem sabe, nos seja dado uma nova oportunidade de demonstra que não descuidamos por completo daquelas características essenciais que formam o padrão de dignidade humana, como a justiça e a benevolência.

Proclamando desde meados do século passado a unidade do gênero humana, a Fé Bahá’í ensina que somos folhas e frutos de uma mesma árvore, ramos da árvore de Adão; tendo portanto uma mesma origem.

Ainda mais, confirmando a regra de ouro de todos as escrituras sagradas do passado, encontro na Fé Bahá’í faz um apelo vigoroso para que saibamos apreciar cada membro da família chamada humanidade e que de certa forma é um apelo contido tanto no Pentateuco de Moisés como no Novo Testamento de Jesus Cristo:

“A variedade na família humana deveria ser a causa do amor e da harmonia, como na música, em que muitas notas diferentes se harmonizam na composição de um perfeito acorde. Se encontrardes pessoas de raça e cor diferentes das vossas, não vos fecheis em vosso invólucro de convencionalidade; ao contrário, sede alegres e mostrai-lhes bondade. Imaginai-as como diferentes rosas coloridas crescendo no belo jardim na humanidade, e regozijai-vos por estardes entre elas.”

Dentro deste contexto de unidade em meio à diversidade, bem poderíamos dedicar uma atenção e uma afeição especial àquelas minorias que ao longo da história vêm sendo tratadas como pertencentes a classes inferiores.

Este é um desafio não somente às instituições como a todos nós que somos beneficiários de uma herança comum, herdada em uma primeira instância de nossos antepassados indígenas.

Ao mirarmos a formação da população de muitos países americanos, pouco encontramos da cultura original do continente, que logo passou a ser um cadinho da mistura dos costumes indígenas e europeus. O Uruguai, apenas como um exemplo, praticamente dizimou toda a sua população indígena. O que vale dizer que um sueco ou chinês em Montevidéu deve causar tanta estranheza quanto um indígena. Poucas são as regiões ainda inacessíveis, dentre estas a floresta amazônica, na qual podemos encontrar persistindo ainda o modelo aborígene.

Uma cultura de resistência tem sido criada por esses bravos descendentes dos povos indígenas:

- Resistem a esquecer sua identidade étnica, continuam indígenas.

- Resistem a esquecer suas línguas: buscam reforçar a tradição oral.

- Resistem a abandonar suas terras: lutam por elas.

- Resistem a esquecer sua espiritualidade: mantêm ritos e cerimônias.

- Resistem a esquecer sua arte: mantêm pinturas e artesanatos.

Trata-se de uma luta, no mínimo, desigual, onde a força do dinheiro, do poder temporal e de toda a tecnologia hoje disponível parece estar ao lado dos que desejam extirpar um passado indígena, pré-colombiano na América.

Nada mais apropriado porém que dirijamos algumas palavras a seus primeiros habitantes. Em uma linguagem clara, a renomada autora bahá’í, Amatu’l-Bahá Ruhíyyih Khanum, escreveu uma carta em 16 de março de 1969, da qual transcrevemos os seguintes excertos:

“Meus irmãos e Irmãs a quem amo de maneira especial,

Durante estes dias... meus pensamentos se dirigem com especiais intensidade a todos vocês. Eu me lembro da minha visita, há alguns anos atrás, aos Navajos e aos Hopies, nos Estados Unidos, e aos índios Blackfoot, no Canadá, os quais me deram o lindo nome indígena Natu-Okcist, que significa Mãe Abençoada e, no ano passado, ao Chaco, aos amigos Guamis e Kunas no Panamá, aos povos Aymara e Quechua na Bolívia, Peru e Equador, aos irmãos e irmãs Mapuche no Chile, aos povos amigos Mataco na Argentina, ao grupo de crentes Macá no Paraguai, aos inúmeros irmãos e irmãs entre os Guajiras, na Venezuela e Colômbia e aos meus queridos amigos Motelones nas montanhas perto de Valedupar, Colômbia, e não posso descrever o quanto desejo estar de novo com vocês, tão vivo o sentimento de que somos verdadeiros irmãos e irmãs.

Meus amigos, como lhes fazer conhecer as generosidades de Deus, o Todo-Poderoso, que estão sendo derramadas sobre seu povo neste dia? E vocês me perguntam: que povo? Nós, os Mapuches ou nós, os Kunas? A resposta é uma resposta maravilhosa: o mundo está dividido em duas partes, duas metades; em uma destas metades que se estende entre dois mares viveram povos indígenas e esquimós por milhares de anos sem fim - esta metade era sua terra natal.

Esta terra natal compreende uma distância tão vasta que um homem levaria pelo menos dois anos para caminhar de um extremo a outro, se ele pudesse caminhar todos os dias sem interrupção - mas já que há tantas montanhas, rios e desertos no meio, isto levaria mais de dez anos! Todas as suas tribos e muitas centenas mais, não mencionei aqui porque não tive ainda a felicidade de visitá-los, são um grande povo, o povo indígena do continente americano; o povo esquimó do extremo norte é um povo-primo diferente, porém também pertence ao que o homem branco chama de o Novo Mundo, isto porque centenas de anos atrás, quando ele chegou de sua pátria e atravessou os mares até a terra natal de vocês, era para ele um Novo Mundo mas para vocês, naturalmente, era um velho mundo, a sua própria terra. Como vocês bem sabem, nós homem não somos sempre bondosos uns para com os outros, nós não nos amamos como irmãos bahá’ís, lutamos uns contra os outros e nos apossamos da terra, lares, zonas de caça uns do outros, desde tempos imemo-riais.

Quando o homem branco pisou na metade do mundo indígena há centenas de anos atrás, ele lutou e venceu o índio. Isto vocês todos sabem. Mas não foi uma boa o que ele fez pis agiu como agiram os homens no passado, tirando tudo o que queriam dos povos que eram diferentes porque ele era o mais forte.

A razão pela qual ele era mais forte, não foi porque seu caráter era mais nobre ou melhor, mas sim porque suas armas eram mais novas e melhores e ele possuía a pólvora, que era desconhecida do índio. Isto é uma história muito comprida e nós não podemos nos alongar aqui...

Quero lhes dizer que estou certa de que virá o dia quando o índio estudará e conhecerá a história de seu próprio povo; o homem branco já vem estudando há mais de quatrocentos anos a história dos índios e quanto mais estuda mais admira vocês.

Vocês são uma raça grandiosa; seu povo no Novo Mundo, antes da chegada do homens branco, levantou grandes cidades e templos lindos. Vocês fizeram com suas próprias mãos estátuas maravilhosas e vasos de cerâmica, de ouro e de prata, jóias, assim como vestidos e arranjos para cabelos, feitos de contas e pemas, tecidos de lã e de outros materiais. Tão lindos foram os ornamentos que vocês fizeram destes materiais que o homem branco colecionou-os em casas especiais onde milhares de pessoas pagam para entrar e os estudantes são conduzidos lá para admirá-los. Outras pessoas no mundo estão estudando cada vez mais a história indígena, descobrindo cidades e templos antigos escondidos nasselvas, nas montanhas e nas planícies, desenterrando-os para que as pessoas possam visitá-las e se maravilharem com a grandeza da obra dos índios.

Vocês nunca devem se sentir inferiores, um povo sem conhecimentos, meus amigos, cada um de nós tem cinco dedos na mão. Sabemos que necessitamos de cada um de nossos dedos. Neste mundo há homens de pele vermelha, preta, branca, morena e amarela ( como costumamos chamar em nosso idioma) que São como os dedos de uma mão; cada um é necessário, cada um faz parte de nossa mão. Como seria prejudicado nosso trabalho se perdêssemos um dedo! Somos como os filhos de um só pai que colocou seus filhos em casas diferentes e em todas as partes do mundo...

Vocês, homens de pele vermelha, índios e esquimós do “Novo Mundo”, são alguns destes filhos e a voz de Deus lhes chama para participar de Seu próprio quinhão neste momento. Isto não é uma pequena coisa, esta é a maior coisa que aconteceu a vocês, isto está a brilhar sobre vocês como o sol num céu de meio-dia, portanto não fiquem cegos diante desta luz abençoada...

Meus amigos, observem o mundo que os rodeia! É certo que existem muitas coisas grandes que o homem branco criou e muito disto é bom, porém observem também tudo o que ele criou de mau. Que tal suas guerras terríveis, sua crueldade, sua má conduta, suas mentiras e enganos, imoralidade e falta de vergonha - porém lê e escreve muito bem!

Nós devemos nos dar conta de que ser uma pessoa nobre,um homem bom ou uma mulher boa, não mentir, não roubar, não ser cruel é mais importante do que saber ler e escrever. E entristece-me ter que confessar que nas cidades do homem branco, com todo o seu dinheiro e educação, sua conduta é muito pior do que a conduta de meus irmãos e irmãs índios das aldeias, que são pobres mas crêem em Deus, que são analfabetos mas ainda crêem que o homem tem uma alma que continua depois da morte e cujo padrão de moral é mais elevado do que aquele do povo das cidades.

Portanto, amigos, eu lhes suplico que nunca se sintam envergonhados de vocês mesmos. Deus os criou de um grande povo... e os chama para enfrentar o grande destino que Ele preparou para vocês neste dia.

Meditem sobre estas palavras maravilhosas de Bahá’u’lláh que promete a cada um de nós... uma felicidade e alegria eternas: “Ó Meus Servos! Não vos entristeçais se nestes dias e neste plano terreno coisas contrárias a vossos desejos foram ordenadas e manifestadas por Deus, pois dias de extrema alegria, de deleite celestial seguramente vos esperam. Mundos santos e espiritualmente gloriosos serão desvendados ante vossos olhos.”

Envio a vocês meu amor profundo. Vocês estão sempre em meu pensamento e em meu coração, meus queridos irmãos e irmãs.”

Ruhíyyíh”
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