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Artigos-->Nietzsche e a música -- 04/10/2011 - 11:56 (Lúcio Emílio do Espírito Santo Júnior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A música foi de extrema importância para a filosofia de Nietzsche. sendo também um músico, ele chegou até mesmo a teorizar que a música expressava a vontade pura, as coisas são música corporificada. A música lhe dava uma impressão tão forte que ele se perguntava, num questionamento que depois virou música dos The Doors (When the Music is Over): “Como viver depois que a música acaba?” O vocalista da banda The Doors, Jim Morrison, passou pelo menos três anos de sua vida tentando, por meio de vinho, canções e mulheres, chegar a Dionísio. Pode-se também dizer que, por fim, ele se queimou na própria chama (morreu de overdose em Paris, aos vinte e sete anos).

Embora Nietzsche não tenha dado destaque à música popular, tendo se concentrado na música erudita, é bem provável que debateria as canções que apresentassem conteúdos ligados à sua filosofia. É provável, então, que valorizasse e interpretasse ao piano (afinal, Nietzsche também era músico) canções como “Oh, Coisas Lindas”, de David Bowie, onde o roqueiro inglês canta: “Veja suas crianças/Veja suas faces com raios pintados/Não pensem que pertencem a vocês/São o começo de uma nova raça/a Terra é promíscua/Nós estamos no fim/o Homo Sapiens já passou do limite (...). Vou deixar claro/Vocês têm de abrir caminho para o Homo Superior”. Todo esse disco de Bowie, Hunky Dory (“Tudo Bem”). É também provável que ele proporia a Bowie, que cantou (na canção Quicksand) que “não era profeta nem homem das cavernas, mas sim um mortal com potencial de super-homem”, compusessem juntos um dueto para piano (como ele fazia com seu amigo Franz Overbeck).

Por falar em ópera, suponho que Nietzsche reveria seu alto conceito da ópera Carmen de Bizet depois que ela se tornasse a ópera mais popular do mundo. Ele poderia continuar admirando Tristão e Isolda ou Anel dos Nibelungos, uma vez que a ária Liebestod ilustra muito bem o amor fati (amor à fatalidade, aceitação da morte), mas continuaria rejeitando o cristianismo de Parsifal. Ou, quem sabe, num ato de rebeldia aristocrata inspirada por Theodor Adorno, dizer que só o que presta é Arnold Schoenberg e a dodecafonia.

É rico, então, analisar conteúdos nietzschianos que aparecem na música popular, tal como a canção Peter Gast, de Caetano Veloso, que afinal trata da parceria entre o maestro Henri Koselitz) e Nietzsche. A busca de uma “estética do sul” talvez o aproximasse de Caetano Veloso e seu elogio de Peter Gast, maestro com que Nietzsche planejava óperas: “O profundo silêncio/ Da música límpida de Peter Gast/Escuto a música silenciosa de Peter Gast/Peter Gast/O hóspede do profeta sem morada.” Quem sabe ele também admirasse escritores indubitavelmente influenciados por ele, como o colombiano José Vargas Villa e o mexicano José Vasconcellos, sendo talvez seduzido pela teoria de que o super-homem nasceria nos trópicos (segundo Vasconcelos, seria uma raça cósmica a nascer entre o Amazonas e o Prata).



Lúcio Jr (lucio@bdonline.com.br)

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