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Ensaios-->Sobre Noel Rosa -- 02/02/2003 - 19:28 (Felipe Cerquize) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
'Vila Isabel veste luto/ Pelas esquinas escuto / Violões em funeral/ Choram bordões choram primas/ Soluçam todas as rimas/ Numa saudade imortal/ Pelas ruas escondida/ Cheia de crepes vestida/ A lua fica a chorar/ E por onde a lua chora/ Goteja, goteja agora/ Nos oitís do Boulevard/ Adeus cigarra vadia/ Que em toda a sua agonia/ Cantava para morrer..'(trecho da música 'Violões em funeral'de Sílvio Caldas e Sebastião Fonseca)

Noel de Medeiros Rosa nasceu no chalé da rua Teodoro Silva, em Vila Isabel (RJ), no dia 11 de dezembro de 1911 e lá morreu, em 4 de maio de 1937. Filho de Manoel Garcia de Medeiros Rosa, funcionário público, e de Martha de Medeiros Rosa, professora que o iniciou nas primeiras letras na escolinha que mantinha na sua própria casa.

Noel nasceu de um parto muito difícil, arrancado a fórceps sofreu afundamento e fratura do maxilar o que lhe causou uma paralisia parcial no lado direito do rosto, como conseqüência carregou o defeito no queixo, o qual acentuava nas suas auto-caricaturas, ao mesmo tempo que manteve-se sempre tímido em público, evitando ser visto comendo.

Sob o efeito da bebida e nas rodas de músicas descontraía-se, deixando vir à tona o seu humor inteligente e sarcástico. Com a mãe aprendeu a tocar bandolim e com o pai violão pelo qual troca o bandolim, desenvolvendo-se como autodidata.

Com dezesseis anos já havia feito uma composição e tornara-se um bom violonista, freqüentando as reuniões do Bar dos Cem Réis, próximo à sua casa. Torna-se um assíduo participante das serenatas organizadas pelos amigos, ao mesmo tempo que estabelece contato com os sambistas do Estácio de Sá e dos 'morros' do Rio de Janeiro, atento à cadência e à forma de compor e cantar destes sambistas.

Ainda no 'Colégio São Bento', presta exames para o 'Pedro II', quando é beneficiado pelo decreto do presidente Getúlio Vargas, que assumira o governo pela Revolução de outubro de 1930, dispensando a avaliação e aprovando os alunos. Assim, Noel bacharelou-se, tornando-se apto para prestar exame para a escola de medicina. Mas o ano de 1930 lhe reservava, ainda, uma outra surpresa, que definiria a sua vida como artista profissional e o faria abandonar o curso de Medicina ainda no primeiro ano: o convite par integrar o Bando dos Tangarás, ao lado de Almirante, João de Barro (Braguinha), Alvinho e Henrique Britto.

Desse modo, começam as apresentações públicas de Noel e aos poucos o meio radiofônico e o público vai tomando conhecimento daquele que, em menos de oito anos, construiu uma obra invejável, não só pelo número de composições que fez -- mais de 250 --, mas, principalmente, por sua genialidade de músico e letrista. E a certeza da importância de Noel Rosa para a cultura brasileira já era clara na época, como atestam as palavras de Orestes Barbosa, dezoito anos mais velho, para Nássara: 'Sabe de uma coisa, Nássara? O sem-queixo é um gênio'.

Ao lado de Almirante e do Bando dos Tangarás introduziram a 'cozinha' como a batucada com latas feita na gravação da música 'Lataria', de Almirante e João de Barro; bem como dos instrumentos de percussão como pandeiro, reco-reco, cuíca, surdo e cuíca, entre outros, nas execuções dos conjuntos musicais e das orquestras.

Além disto, o fascínio que os 'malandros' dos 'morros' exerciam sobre Noel e da música feita por eles, fez com que Noel incorporasse não só a forma de compor, mas também a cadência melódica, marcando, em definitivo, a difusão e aceitação do samba como música de qualidade, contribuindo para a superação dos preconceitos que identificavam o samba como 'música de negro', coisa de um povo 'bárbaro'

Por outro lado, Noel usou o seu talento para realizar nas suas músicas uma brilhante crônica social do Rio de Janeiro que se urbanizava com rapidez, das injustiças sociais do país, da política, das relações amorosas e das mudanças culturais provocadas pelo crescimento da 'mass mídia', particularmente o cinema falado e o rádio.

Mas, Noel de Medeiros Rosa foi também um homem atormentado e descrente, que não concebia a vida sem a boêmia, a malandragem, os botequins, os cabarés, os prostíbulos -- como os do Mangue que freqüentou desde o início da adolescência -- e as grandes bebedeiras. Este era seu modo particular de amar a vida, a tal ponto que mesmo sabendo que a tuberculose lhe corroía os pulmões nunca largou o cigarro, a bebida e a boêmia. Foi um sedutor incorrigível, envolvendo-se com várias mulheres ao mesmo tempo, o que lhe custou um casamento forçado com Laurinda, embora não a amasse, e se declarasse um inimigo mortal do casamento. Amou intensamente Ceci, para quem deixou como última composição, entre as inúmeras feitas para ela, Meu Último Desejo, em parceria com Vadico, lembrando o dia que se conheceram numa festa de São João, no cabaré Apollo, fazendo uma espécie de samba-testamento. Sua relação com Ceci foi longa, intensa e tumultuada.

Ao morrer aos 26 anos de idade havia construído uma vasta obra, sendo suas algumas das mais belas composições da música popular brasileira. Participou dos mais importantes programas radiofônicos da época, como o Programa Casé, teve grandes parceiros como Heitor dos Prazeres, Ismael Silva, Vadico, Lamartine Babo, Braguinha, entre outros, e conheceu o sucesso desde a sua primeira gravação Com Que Roupa?, cantada à exaustão no carnaval de 1931.


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MATERIAL RETIRADO DE SITE SOBRE O COMPOSITOR
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