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Ensaios-->Texto sobre OS SUPERIORES E OS INFERIORES -- 16/01/2003 - 18:04 (Michel Pinheiro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Texto sobre o evangélio segundo o Espiritismo - Allan Kardec



OS SUPERIORES E OS INFERIORES



A autoridade, da mesma forma que a fortuna, é uma delegação da qual serão pedidas contas àquele que dela se acha investido; não creiais que ela lhe seja dada para lhe proporcionar o vão prazer de comandar, nem, assim como o crêem falsamente a maioria dos poderosos da Terra, como um direito, uma propriedade. Deus, entretanto, lhes prova suficientemente que não é nem uma nem outra coisa, uma vez que lhas retira quando isso lhe apraz. Se fosse um privilégio ligado à sua pessoa, ela seria inalienável. Ninguém pode, pois, dizer que uma coisa lhe pertence, quando lhe pode ser tirada sem seu consentimento. Deus dá a autoridade a título de missão ou de prova quando isso lhe convém, e a retira da mesma forma.

Todo aquele que é depositário da autoridade, de qualquer extensão que ela seja, desde o senhor sobre seu servo até o soberano sobre seu povo, não deve se dissimular que tem encargo de almas; ele responderá pela boa ou má direção que tiver dado aos seus subordinados, e as faltas que estes poderão cometer, os vícios a que serão arrastados, em conseqüência dessa direção ou de maus exemplos recairão sobre ele, enquanto que recolherá os frutos da sua solicitude para conduzi-los ao bem. Todo homem tem, na Terra, uma missão pequena ou grande; qualquer que ela seja, é sempre dada para o bem; é, pois, nela falir, falseá-la em seu princípio.

Se Deus pergunta ao rico: Que fizeste da fortuna que deveria ser em tuas mãos uma fonte espalhando a fecundidade ao teu redor? Ele perguntará àquele que possui uma autoridade qualquer: Que uso fizeste dessa autoridade? Que mal detiveste? Que progresso fizeste? Se eu te dei subordinados não foi para fazer deles escravos da tua vontade, nem os instrumentos dóceis de teus caprichos e da tua cupidez; eu te fiz forte, e te confiei os fracos para os sustentar e os ajudar a subir até mim.

O superior, que está compenetrado das palavras do Cristo, não despreza a nenhum daqueles que estão abaixo de si, porque sabe que as distinções sociais nada instituem diante de Deus. O Espiritismo lhe ensina que se o obedecem hoje, puderam lhe comandar, ou poderão lhe comandar mais tarde, e que então será tratado, como os tiver tratado ele mesmo.

Se o superior tem deveres a cumprir, o inferior os tem, de seu lado, e não são menos sagrados. Se este último é espírita, sua consciência lhe dirá, melhor ainda, que deles não está dispensado, mesmo quando seu chefe não cumprisse os seus, porque sabe que não se deve retribuir o mal com mal, e que as faltas de uns não autorizam as faltas de outros. Se sofre em sua posição, diz a si mesmo que, sem dúvida, a mereceu, porque talvez, ele mesmo, abusou outrora de sua autoridade, e deve sentir, a seu turno, os inconvenientes daquilo que fez os outros sofrerem. Se está forçado a suportar essa posição na falta de achar uma melhor, o Espiritismo lhe ensina a nela se resignar como sendo uma prova para a sua humildade, necessária ao seu adiantamento. Sua crença o guia em sua conduta; age como quereria que seus subordinados agissem para com ele, se fosse chefe. Por isso mesmo, é mais escrupuloso no cumprimento de suas obrigações, porque compreende que toda negligência no trabalho que lhe está confiado é um prejuízo para aquele que o remunera e a quem deve seu tempo e seus cuidados; numa palavra, ele é solicitado pelo sentimento do dever que lhe dá sua fé, e a certeza de que todo desvio do caminho reto é uma dívida que será preciso pagar, cedo ou tarde.


(FRANÇOIS - NICOLAS - MADELEINE, Cardeal MORLOT, Paris, 1863).
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