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Ensaios-->A cara do autor -- 31/12/2002 - 14:45 (Lorde Kalidus) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Eu sempre questionei tudo. Desde pequeno observava pessoas e acontecimentos à minha volta e me perguntava porque as coisas eram daquela maneira. Sentia uma vontade imensa de participar de tudo, mas quase nunca consegui. Em parte porque era muito recluso e dificilmente me aproximava de outras pessoas ou fazia amigos. Hoje em dia eu entendo por quê.
Houve uma época em que eu saía muito. Passava noites infindáveis na balada, com pessoas que costumava chamar de amigos por não saber que outro termo usar para defini-los. O cenário não podia ser outro: som alto, bebedeira, brigas e, às vezes, eu conseguia passar a noite com alguém interessante que talvez eu voltasse a ver de novo. Mas é a parte da bebida que mais chama a atenção.
Nas poucas vezes em que senti o álcool descer pela garganta fiquei me perguntando qual o benefício que isso havia me trazido. Saldo negativo: uma puta dor de cabeça, tontura, mau hálito e uma mijaneira desgraçada. Saldo positivo: nenhum. E quando penso nas noites que passei (pra não dizer perdi) nas pistas de dança da vida, a conclusão a que cheguei não foi diferente: horas de sono perdidas, um fim de semana reduzido e um puta cansaço na segunda-feira. O mesmo vale pra viagens em feriados prolongados. É difícil alguém não se cansar mais nelas do que em uma semana inteira de trabalho. Essas inversões de valores do ser humano sempre me intrigaram. O trabalho e a produção, responsáveis por tudo que temos de bom e belo, são vistos como algo penoso; álcool, programas de tevê de domingo e outras drogas alienantes são vistos como uma espécie de alívio, não sendo importante o fato de que colaboram para o progresso da idiotice humana. Inacreditável. O mesmo povo que reclama da educação e saúde deficientes pede a Deus para ficar longe da escola o máximo de tempo possível e faz de tudo para que seus corpos estejam sempre deficientes, através dos vícios citados acima. Será que o ser humano tem alguma necessidade de sempre estar reclamando de algo?
Assistindo a tudo isso, a única conclusão a que posso chegar é que a solidão é algo lindo para se ter lado a lado, se a única companhia disponível for a de um ser humano.


Kalidus, 30 de dezembro de 2002




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