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Contos-->Tudo Comçou...parte 8 -- 09/11/2002 - 21:44 (Lucilene Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
-ANULADO? Quem é esse advogado? O que ele pode saber sobre isso? Talvez ele entenda de leis, mas jamais entenderá o meu amor pelo Eduardo.
Todos se calaram, sua mãe chorava. Meu pai ainda tentou dizer mais alguma coisa, mas eu o interrompi, dizendo:
-Eu amo vocês, mas não admito que ninguém ouse fazer isso. Eu sou esposa do Eduardo e serei pra sempre, para toda a eternidade. E tem mais uma coisa, gostaria de avisar que estou me preparando para ir morar em nossa casa.
Meu pai ficou nervoso e disse:
-Filha não faça isso, você só vai se magoar e sofrer. Fique aqui, nos te amamos e vamos cuidar de você.
Eu vi nesse momento, que aquele homem, que às vezes era tão rude, estava falando com o coração, então me aproximei dele, o abracei e disse:
- Não se preocupe papai, eu vou saber me cuidar e jamais estarei sozinha. E sei, que quando precisar, você estará aqui.
Nesse momento, houve na sala uma comoção total. Todos nos abraçamos e choramos juntos.
No dia seguinte, fui ao Cemitério. Quando vi seu nome na lápide da sepultura eu não chorei, fui forte. Procurei a administração do Cemitério e fiz um pedido a eles e eles de pronto me atenderam. Dias depois estava lá, em sua sepultura uma placa com os seguintes dizeres:
-Aqui dorme meu amor!
E um dia aqui também dormirei!
Por que nosso amor é eterno!
Depois disso, peguei minhas coisa e me mudei pra nossa casa. Tudo estava como havíamos deixado. Os presentes nem tinham sido mexidos. Então arregacei as mangas e comecei a colocar tudo no lugar.
Foram dias de muito trabalho, mas eu nem me importei. A única coisa que realmente me deixou triste foi ter que mexer no nosso segredo, mas eu precisava fazer isso.
A partir daí, comecei usar a aliança na mão esquerda e no pescoço o símbolo do nosso amor.
Depois de colocar tudo em ordem, resolvi que era hora de voltar a vida. Eu tinha um emprego antes de tudo acontecer. Será que eu ainda podia voltar pra ele?
Então fui até lá e perguntei se podia voltar, se ainda estavam a minha espera. A resposta foi negativa e então sai em busca de um novo trabalho e por coincidência ou destino, acabei indo trabalhar na Clínica onde havia ficado, por tanto tempo.
Comecei a trabalhar, os dias iam passando tranqüilamente, mas sempre sentia um certo arrepio, quando tinha que entrar naquele quarto onde eu tinha ficado.
Eu era assistente social, e tinha que ouvir tudo o que eles achavam a respeito do tratamento que estavam recebendo ali. Alguns nem sabiam o que diziam, mas mesmo assim eu os ouvia e depois tentava entender como poderia ajuda-los.
Nos finais de semana, às vezes tinha que estar lá, pra poder conversar com os parentes dos internos. Assim minha vida foi seguindo.
Já haviam se passados três anos da morte do Eduardo. Mas eu jamais o esqueci um só segundo, durante todos esses anos.
Era uma manhã de domingo. Não sei porque me sentia muito só, nem tinha dormido bem, quando o telefone tocou. Atendi era papai e ele me disse:
-Aninha, você está bem?
Não me sentia tão bem, mas pra não preocupa-lo disse que sim, e ele continuou:
-Filha, sinto muito, mas sua sogra faleceu essa madrugada.
Senti um arrepio percorrer todo o meu corpo. Agora entendia o por que daquela noite mal dormida, daquele vazio. Você com certeza tinha ido ajudar sua mãe.Depois de me recuperar da noticia disse a pai:
-Não se preocupe papai, ela esta feliz, agora ela está com o Eduardo.
O silencio do outro lado da linha foi imenso, podia ouvir meu pai chorando e tentando me dizer algo, mas não conseguia, então falei:
-Papai, quem está cuidando de tudo?
Ele mal conseguia falar, mas me disse que era o advogado dela. Então procurei saber dos detalhes.
Depois de desligar o telefone, parei e olhei firmemente o sol, que era lindo no céu. E imaginei que você Eduardo, estava de certa forma feliz, pois tinha reencontrado sua mãe.
Subi, tomei um banho, coloquei uma roupa bem própria para a ocasião e fui ao velório.
Quando entrei na sala onde sua mãe estava sendo velada, as pessoas me olharam com piedade. Mas ninguém podia imaginar que o que eu sentia não era tristeza, mas sim inveja dela, por poder naquele momento estar com você e eu não.
O velório transcorria normal, até que um senhor se aproximou de mim e disse:
-A senhora é a nora dela, certo? Então precisamos conversar depois. Por favor, pegue esse cartão e me ligue assim que puder. Obrigado e perdoe-me por tê-la incomodado.
Não entendi nada, então li o cartão, e vi que se tratava de um advogado. Depois papai me explicou que esse era o advogado e procurador da minha sogra.
Após o enterro, papai insistiu, para que eu fosse pra casa com eles. Mas eu preferi voltar pra nossa casa, lá eu sabia que estaria com você. Por que você jamais havia me abandonado.
Dias depois estava no meu trabalho, quando recebi um recado, do Drº Celso, o advogado de sua mãe. Nossa eu havia me esquecido de ligar, fui até minha sala e atendi ao telefone.
Ele me dizia que precisávamos conversar, que tínhamos que marcar um horário, pra resolver algumas pendências. Respondi que estava tudo bem e pedi que marcasse.
No horário marcado, eu estava no escritório dele. A secretário me pediu que aguardasse, que já iria ser atendida.Alguns minutos depois voltou e me mandou entrar.
Não sei por que, mas quando entrei naquele escritório, senti que alguma coisa não estava bem. Mas respirei fundo e disse:
-Boa tarde. O senhor me desculpe, mas se puder ser breve eu agradeço.
Drº Celso olhou pra mim, como sem entender e me pediu pra sentar, e então começou a falar:
-Não sei se a senhora sabe, mas sua sogra deixou um testamento a seu favor, por isso, pedi que viesse aqui.
Fiquei surpresa, mas como sendo sua esposa até que aceitei. E ele continuou falando:
-Tudo que era dela agora é seu, e ela me deixou essa carta para que eu lê-se após a sua morte.
Nesse momento senti novamente, aquela mal estar. Mas me controlei e respondi:
-Então, por favor, leia.
E ele começou:
-Hoje fazem dois anos da morte do meu amado e único filho. Sempre pensei que não viveria tanto tempo após tê-lo perdido, mas já se vão dois anos e estou aqui.
Precisei deste tempo, pra conhecer melhor uma pessoa que fez parte da vida do meu filho, fazendo com que ele fosse o homem mais feliz deste mundo. Pena que isso não tenha durado tempo suficiente, pra eu conhece-la e compreende-la, como conheço e admiro agora.
Hoje eu entendo, o por que meu filho a amava tanto, porque eu também a amo e respeito demais.
Às vezes me pergunto, como ela pode estar até hoje, tão ligada a ele, ela vive em função dele. Tudo na casa deles é como se ele fosse chegar a qualquer momento ou como se ele sempre estivesse lá.
Quando sinto saudades do meu filho, é com ela que eu falo, é ela que tem a palavra certa, o conselho animador. Ela sempre fala dele, como se ele estivesse ali junto a nós e isso me conforta.
Jamais imaginei que alguém pudesse amar tanto, que nem mesmo a morte, abalasse essa relação. Tudo que tenho quero que seja dado a ela, pois ele soube fazer feliz a pessoa mais importante da minha vida, que era meu filho e com certeza saberá o que fazer com tudo agora.
Fico feliz, por hoje ser um pouco mãe dessa pessoa iluminada, que mesmo na hora da dor, resolveu atender a um pedido, pois jamais quis ver meu filho sofrendo.
Aninha, pra você eu deixo tudo, pois sei que você vai saber muito bem o que fazer, pois você soube e sabe amar a coisa mais importante da minha vida, que é o Eduardo, e até hoje cuida bem dele.
Quero que você saiba, que quando estiver lendo essa carta, eu com certeza estarei feliz, pois você me ensinou que a morte é só o inicio de uma nova existência. E com certeza, eu estarei juntinho do nosso amado Eduardo. E nós dois estaremos aqui, olhando por você e te esperando, para um dia sermos novamente uma família feliz........
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