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Ensaios-->15 - A ÓPERA COMO PEÇA CANTADA -- 26/12/2002 - 10:57 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
15 - A ÓPERA COMO PEÇA CANTADA
-compilações da obra de Joseph Kerman, por Coelho De Moraes –
a idéia é popularizar o tema ópera e as críticas sobre essa arte

Terá dito Kierkegaard: Certas obras de arte nos dão a impressão de uma convergência quase mágica do artista e do tema.
De todas as convergências engenhosas, bem afortunadas e mágicas na história da ópera, Pelléas et Mélisande é certamente a mais extraordinária. Debussy usou as cenas do teatrólogo tal como as encontrou, com escrupulosamente pouquíssimos cortes. Em nenhum momento expandiu o sentimento de uma ária ou de uma “liebstod”, nem alterou o tempo dramático de forma mais conveniente para um músico, nem construiu vigorosas formas musicais para servirem de contraponto a outras, literárias. A peça inteira é musicada em uma declamação reticente sobre um sombrio contínuo musical; a palavra, o elemento literário é humildemente musicado. A música sustenta a peça jamais tentando fazer mais do que iluminá-la ou torna-la mais vívida ou verossímil. Maeterlinck, o autor, nem tem com que se preocupar: a peça está toda lá em seus próprios termos literários.
Na ópera de Debussy sua articulação dramática básica é mais literária do que musical – em contradição com o princípio repetido tantas vezes no decorrer desses ensaios.
O método extremado de Claude Debussy teve um efeito profundo na dramaturgia operística posterior como método quase diametralmente oposto ao de Wagner. Na verdade, pode-se dizer que Wagner e Debussy erguem-se nos pólos opostos da tão decantada “reforma” operística do século 19. Temos aqui uma forma literária de drama continuamente apoiada pela música. Peri, Caccini e um pouco mais tarde, Monteverdi formaram um ideal de declamação musical sobre a tradução musical da dicção de um grande ator. A música determinando a inflexão em todos os momentos, fazendo o trabalho do ator. Com mais pureza, talvez, do que o recitativo de qualquer outro compositor, Debussy segue a cadência da palavra momentânea, como se poderia imaginar que o grande ator proferisse, sem qualquer aspiração a uma coerência puramente musical.
Para Cláudio Monteverdi interpretar significa uma elocução altamente estilizada, emocional, passional e exagerada, e dessa forma o seu recitativo tentava captar as impressões dos grandes heróis em termos de emocionalismo extremo. Para Cláudio Debussy e Maeterlinck, uma boa interpretação era essencialmente naturalista; apesar de todo o seu simbolismo, a peça se propõe a registrar o diálogo tranqüilo e reservado da vida contemporânea.


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