1- O COMPOSITOR MANDA
-compilações da obra de Joseph Kerman, por Coelho De Moraes –
a idéia é popularizar o tema ópera e as críticas sobre essa arte
Prefácio: Em ópera, o dramaturgo é o compositor. O que ele conta não é uma narrativa, situação ou símbolo, ou metáfora, e assim pr diante, conforme estabelecido por um libretto, mas, o que o compositor conta é o modo como tudo isso deve ser interpretado.
Estou ciente, é claro, que essa visão de ópera é tão prescritiva quanto descritiva. Uma obra de arte em que a música não consegue exercer a função articuladora central deveria se chamar de tudo menos de ópera.
Um princípio corolário é de que um crítico de ópera deve ser sensível em primeiro lugar e antes de tudo, à música, e que tal sensibilidade é mais, e não menos, importante do que sua sensibilidade a outro estímulos, tais como, por exemplo, a literatura ou as forças históricas e sociais.
O drama é ou transmite a revelação da qualidade da reação humana a ações e eventos no contexto direto dessas ações e eventos. A ópera será drama quando proporcionar tais revelações.
Diz Edward Cone: É um princípio importante do drama musical que toda motivação importante deva, em um certo ponto, ser traduzida em termos musicais. Não pode ser meramente falada ou interpretada: precisa ser ouvida como música... sua compreensão [do drama musical] não pode se derivar apenas de uma leitura do texto. Em qualquer ópera podemos descobrir que as mensagens musicais e verbais parecem reforçar ou contradizer umas às outras; mas, num caso ou outro, devemos sempre nos apoiar na música como nosso guia pára a compreensão da concepção que o compositor tem do texto. É essa concepção e não o texto em si que tem a força de definir o significado final da obra.