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Ensaios-->Não Consigo Ver o Ar -- 17/12/2002 - 16:42 (Sérgio Taboada) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ultimamente tenho procurado ver o invisível. Se não vê-lo descobri-lo. Ter certeza que está lá, aqui, ali ou que talvez esteja entre os elétrons, prótons e outras substâncias que só os físicos tratam com intimidade. Sempre ouvi falar que existem ondas de rádio, eletromagnéticas e microondas entre outras, além das ondas do mar. Mas nunca parei para pensar seriamente que elas passam na minha frente todo dia sem perturbar ou turvar minha visão. Compreendi que além dos olhos físicos, tenho que usar melhor os olhos da razão e da intuição. Quanto mais procuro enxergar o que não se vê, percebo que somos um sopro leve frente à grandeza da tempestade de energias que varre o universo desde seu princípio. Lentamente sentimentos como a raiva, a mágoa, a vaidade vão se apequenando, que tenho medo até, de sair por aí de sandálias e roupas rasgadas falando de amor, paz e espiritualidade consciente. Para onde nos levam nossas brigas? Disputas? Se somos o que somos e não o que dizemos ser? Só nós sabemos o que sentimos e pensamos em qualquer momento da nossa existência e isto é o mais importante para a paz interior do que tentar mostrar aos outros nossas virtudes. Apenas somos. Eu sou. Você é. O que os outros são só eles sabem. Não adianta tentar desvendar os mistérios alheios, julga-los, que sempre haverá injustiça, provocada pela ignorância do que estes sentem verdadeiramente no coração. Qualquer ação que devemos empreender e que envolve outras pessoas, só tem significado se seu objetivo for apenas a busca ou esclarecimento da verdade e movida com serenidade e amor.
Estes dias estava olhando para as estrelas e galáxias por intermédio do meu computador e da Internet, que publicou para o mundo conhecer, as extraordinárias imagens do universo coletadas pelo Telescópio Hubble, uma maravilha da tecnologia humana. Aquela visão esplendorosa de bilhões de bilhões de astros no espaço num caleidoscópio de formas, cores e mistérios me fizeram pensar o quanto somos arrogantes toda hora, mesmo quando parecemos humildes, pois nosso conhecimento de tudo, pode ser representado como algo parecido com um zero, uma vírgula decimal e bilhões de zeros seguidos do número um. Algo assim: 0,000000000000000000000000000000000000000000000............................00001. É isto que conhecemos sobre o fantástico universo que nos rodeia. Estes dias li que cientistas afirmam, que no segundo antes do Big Bang, a mega explosão que “criou” o universo, tudo estava contido num ponto do tamanho de uma bolinha de gude de altíssima temperatura. Isto significa que a matéria ou a gênesis do que constitui nossos corpos estava lá, pois no universo “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Que coisa maluca! Pensei. Raciocinando sobre a hipótese me veio imediatamente a pergunta: E a vida? Também estava lá? Se como dizem os cientistas ela surgiu da matéria inanimada e de reações químicas é claro que já estava no começo de tudo, pois nenhuma substância foi adicionada de fora do universo posteriormente. Os elementos químicos já traziam a essência da vida deste o começo. Ou será que alguém soprou em determinado momento como dizem as religiões? Não se admire se algum cientista vir dizer daqui uns dias, que esta bola de gude era viva e tinha consciência ou que alguma coisa acendeu o estopim que a explodiu criando a luz, o espaço, a matéria e depois a vida. Não se surpreenda se outro cientista afirmar, que só uma inteligência de origem desconhecida poderia fazer tudo isto. Aliás, o principal defensor da idéia da teoria aqui relatada, disse que todas as hipóteses devem ser levadas em conta para o surgimento da bola de gude, inclusive o fator Deus.
Como eu sou pequeno, ínfimo mesmo! Um cego que não queria ver, que além do solo que piso, da fruta que consumo, do corpo que abraço, das flagrâncias que absorvo e do amor em que me deleito, existe um mundo tão diferente que só a razão, a intuição e a fé podem me mostrar. Estou procurando compreender o mais que puder este novo paradigma. Estamos vivendo num mundo desconhecido de energias invisíveis, onde a relatividade espaço/tempo/velocidade descoberta por Einstein parece ficção e as partículas não são materiais, mas ondulatórias como descobriu Max Planck, físico alemão ganhador do Prêmio Nobel. Em outras palavras: “A matéria não existe. Tudo é energia”. Vivemos uma ilusão de ótica. Na verdade tudo ao nosso redor está em movimento, como um borbulhar atômico e não é sólido, mas cheio de vazios e buracos. Nós é que não enxergamos isto.
Recentemente, o físico da Universidade de Londres, David Bohm, afirmou que descobertas recentes implicam que a realidade objetiva não existe e que a despeito da aparente solidez o universo está no coração de um holograma fantástico, gigantesco e extremamente detalhado. Mas ele não é o único pesquisador que encontrou estas evidências. Trabalhando independentemente no campo da pesquisa cerebral, o neurofisiologista Karl Pribram, de Standford também se persuadiu da natureza holográfica da realidade. Ecoa em meu cérebro, provavelmente holográfico, a conhecida frase de Shakespeare: “Há mais coisas entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia” e lembro que não consigo ver o ar, mas ele está aqui ao meu redor entrando toda hora pelo meu nariz.
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