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Artigos-->AINDA O JARDIM DE SUZU -- 02/09/2011 - 15:50 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


AINDA O JARDIM DE SUZU



 



L. C. Vinholes



Como naves espaciais em tentativas frustradas de lançamento para ganharem o espaço, a Praça “Jardim de Suzu” teve duas inaugurações negligenciadas por quinze anos pelas administrações da época e não teve seu projeto concluído.



Agora, finalmente, a administração do prefeito Antonio Fetter Júnior, com pragmatismo e objetividade, decidiu instalar na Avenida República do Líbano, em caráter definitivo, o espaço público que homenageia a cidade-irmã japonesa.



Suzu está localizada na Província de Ishikawa, extremo Norte da Península de Noto confrontando o Mar do Japão, e, por troca de correspondência entre as duas municipalidades, é cidade-irmã de Pelotas desde 17 de setembro de 1963 constituindo-se no primeiro entrelaçamento fraternal entre cidades do Brasil e Japão.



O “Jardim de Suzu” segue as diretrizes do desenho original de Kenzo Tanaka e na sua composição estão elementos que fazem recordar valores da cultura japonesa, assim homenageando a todos os que fizeram parte da corrente migratória que teve início com a chegada do navio Kasado Maru ao porto de Santos, em 18 de junho de 1908, bem como a todos os descendentes destes destemidos pioneiros.



No espaço do jardim poderão ser vistas 16 pedras que representam as 16 pétalas do crisântemo do Brasão da Casa Imperial do Japão (kikunogomon). Elas estão divididas em 4 grupos. O primeiro, com 4 pedras, faz referência às 4 principais ilhas que formam o arquipélago japonês: Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu. O segundo grupo tem 3 pedras que lembram os conceitos clássicos de “céu-terra-homem” (ten-chi-jin) que nortearam as primeiras escolas de arranjo floral (ikebana) no final do século XV quando esta arte foi iniciada na pequena casa de chá situada ao lado do Pavilhão de Prata (Ginkaku-ji) do templo Jisho-ji, em Kyoto, então capital do Japão. A pedra isolada é a figura não só do indivíduo, mas também da união, uma vez que é na pessoa humana que se concentram todos os valores culturais e artísticos de um povo. As 8 pedras restantes, formando um grupo singularizado por seu próprio espaço, dão equilíbrio ao conjunto e complementam a simbologia pretendida. Ornamentam o jardim exemplares de cerejeiras, camélias e chorões. A flor da cerejeira (sakura) é símbolo do Japão e a da camélia (tsubaki) é a flor símbolo da cidade de Suzu. O chorão (yanagui), entre nós também conhecido por salgueiro, é árvore comum à flora do Brasil e do Japão onde é utilizada nos espaços urbanos, apreciada inclusive pelo fato de valer-se do vento para manifestar seu lamento. O pequeno lago, com seu espelho d´água faz lembrar a passagem do ser humano na grande viagem entre seu nascimento e sua morte, refletindo o azul do céu e confundindo-se no horizonte com a cor verde das plantas. Cumpre registrar que em japonês clássico as cores verde e azul podem ser referidas com um único hideograma/fonema: “aó”. Daí, em certas ocasiões, a necessidade de usar expressões específicas de esclarecimento quando se faz referência ao azul dizendo “sora no aó” (azul do céu) ou “midori no aó” (verde do verde, a planta). A areia que ocupa a maior superfície do jardim é símbolo da água, da extensão do mar, permeando os espaços entre os rochedos (iwa), as pedras nela presentes, razão pela qual é costume no Japão traçar linhas paralelas ou em curvas para criar e mostrar o movimento simbólico de ondas.



As 45 mudas de camélias e 45 mudas de cerejeiras plantadas no jardim instalado por ocasião da visita do Prefeito Matsuhiro Izumiya é uma maneira simbólica de comemorar os 45 anos da história do relacionamento fraternal entre Pelotas e Suzu.



 



Nota do autor de 02.09.2011: publicado em 18.08.2008, no jornal Diário Popular, de Pelotas (RS) .....


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