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Artigos-->GALERIA DE ARTE DA EMBAIXADA DO BRASIL EM TOKYO -- 02/09/2011 - 15:43 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Galeria de Arte da Embaixada do Brasil em Tóquio



L. C. Vinholes



Maio de 2011



São poucos os que lembram e menos ainda os que sabem que, em novembro de 1976, a Embaixada do Brasil em Tokyo, visando ter um espaço permanente para apresentar obras de arte brasileira ao público japonês, inaugurou a Galeria de Arte do Brasil um espaço com aproximadamente 25 m2 de área 18 metros lineares de parede, tão espaçosa quanto à maioria das galerias do Japão, inclusive as mais conceituadas de Guinza, região central da capital japonesa.



Minhas experiências na primeira estada no Japão (1957-1968) mostraram que, naquela época, a maior dificuldade para promover a arte e a cultura brasileira naquele país, era a obtenção de espaço adequado à realização de uma mostra ou de um evento qualquer para uma palestra, a exibição de um filme, a apresentação de um artista. A busca por “um lugar ao sol”, no País do Sol Nascente, enfrentava sempre uma concorrência singularizada pela quantidade de interessados, pela impossibilidade de cobrir custos ou pela exigência de um compromisso a ser assumido com bastante antecedência. Pelo lado brasileiro a quase improvisação no planejamento de eventos culturais era a regra. Meus contatos diretos com poetas, músicos e artistas brasileiros facilitaram a realização de inúmeros eventos que, felizmente, mereciam o apoio da embaixada, quase sempre apenas nominal. Nem mesmo este foi dado à, hoje histórica, Exposição de Poesia Concreta Brasileira, em abril de 1960, no Museu de Arte Moderna de Tokyo.



A mostra da inauguração da galeria da embaixada, com 24 gravuras e a presença do pintor nipo-brasileiro Kazuo Wakabayashi, foi possível graças ao aproveitamento da mostra de Kobe realizada no mês de outubro anterior na Galeria de Arte do Super-loja Daimaru em Kobe, terra natal do artista. Na sua residência naquela cidade ocorreu nosso primeiro encontro em 1961, dias antes do seu embarque e mudança definitiva para S. Paulo, onde passou a ser figura representativa nas artes plásticas do país.



Outra exposição de caráter singular, promovida pela referida Galeria, foi a dos 32 desenhos de Lourdes Cedran. O crítico de arte e físico brasileiro Mário Shoenberg no catálogo da mostra chamava atenção para o fato de que “nesta série de desenhos, iniciada em 1971, Lourdes mostrava uma grande mudança no estilo de sua arte, associando-se às suas manifestações paranormais, utilizando símbolos dos cultos mágicos de origem africana e indo americana e, até mesmo, lembrando mandalas asiáticas e a arte tântrica do século XV.” As obas da artista eram realizadas sobre papel vegetal artesanalmente por ela confeccionado, aproveitando a singularidade da textura de fibras de plantas da flora brasileira. Esta exposição interessou sobremaneira ao calígrafo e professor de filosofia da Universidade de Tokyo Fauré Harada que escreveu extenso trabalho estético-filosófico, mais tarde traduzido para o português com a colaboração do monge budista Ricardo Mário Gonçalves, mas que, até o momento, pelo que sei, não foi publicado.



A revista mensal SD - Space Desing -, nº 151, de abril de 1977, divulgou a realização da mostra, publicando pequeno comentário que assinei e reproduzindo quatro desenhos da artista. Por outro lado, na edição de 13 de março do jornal The Japan Times, a comentarista de arte Barbara Thoren publicou longo texto sobre a artista, sua formação e sobre as obras exibidas.



Na mesma Galeria, foram realizadas outras mostras freqüentadas por numeroso público, interessado em conhecer aspectos característicos da cultura e da arte brasileira. Teve repercussão significativa a Exposição de Música Contemporânea Brasileira, em abril de 1977, à qual compareceram centenas de visitantes, inclusive os compositores Toshi Ichiyanagi, Sadao Bekker e Yoshino Irino.



A efêmera história da Galeria de Arte da Embaixada do Brasil em Tokyo teve seu golpe de misericórdia quando fui transferido para a Embaixada em Ottawa em agosto de 1977, onde recomecei trabalho que durou mais de uma década e que beneficiou a inúmeros artistas e que me foi sumamente gratificante.


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