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Artigos-->COMPASSO DE ESPEERA -- 02/09/2011 - 15:24 (LUIZ CARLOS LESSA VINHOLES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


COMPASSO DE ESPERA



 



L. C. Vinholes



Agosto de 2008



 



O excelente artigo Compasso de Espera, de Nahima Maciel, sobre as últimas etapas do processo que visa à reabertura do Museu de Arte de Brasília (MAB) publicado no Correio Braziliense, de Brasíli, em 10 de fevereiro de 2008, mostra o quanto é difícil cumprir cronogramas quando eles se referem às instituições de cultura. O tempo passa, as reuniões se sucedem, providências são proteladas, verbas são discutidas e prometidas, promessas são esquecidas e tudo continua como estava ou fica ainda pior. A última vez que estive no MAB foi por ocasião da exposição de Kazuo Wakabayashi que encerrou mais uma etapa de atividades da instituição. Deu para apreciar o estado deplorável do prédio e imaginar a situação em que se encontravam as obras do seu acervo.



Com a reportagem citada foram publicadas entrevistas com Glênio Lima e Bené Fonteles, diretor e curador, que “se empenham em fazer o acervo respirar” em exposições didáticas que mostram até mesmo “obras danificadas pela conservação precária”. Nas três respostas às perguntas feitas ao curador, chama a atenção o que ele diz sobre as obras do acervo que não foram transferidas para o Museu Nacional: “O que ficou lá, como curador, não gostaria de ter no MAB”, nestas incluindo obras recebidas do Fundo de Arte e da Cultura e as de exposições que “deixavam qualquer coisa”.



Manifesto minha admiração pela carreira de curador do também artista René Fonteles que comecei a acompanhar com interesse desde a mostra "Eu procuro a claridade, a luz da luz", na Universidade Holística, em Brasília, em 1992.



Cumpre recordar que de 4 a 30 de novembro de 1993, foram expostas no MAB obras de artistas pertencentes à Sociedade Internacional de Artes Plásticas e Audiovisuais (ISPAA) e ao Grupo TAO, com sede em Toyonaka, Japão. Esta mostra, vinda diretamente para Brasília, resultou de negociações, que envolveram representantes da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, da ISPAA, da Associação dos Amigos do Museu presidida pelo embaixador Wladimir Murtinho, e da Fundação Athos Bulcão, instituições que coordenaram e apoiaram o evento. Em 20 de maio daquele ano, o diretor do MAB Rogério Duarte e o diretor-executivo da Fundação Athos Bulcão Evandro Salles formalizaram o convite para a realização da mostra em cartas enviadas ao pintor Kenzo Tanaka, presidente da ISPAA. Encerrado o evento, em nome do grupo, Tanaka e mais três artistas que estiveram em Brasília, doaram todas as obras expostas aos seus patrocinadores: MAB e Fundação.



Na ausência de inventário completo do acervo do MAB, da precariedade da conservação das obras nele depositadas e da eventual - e espero remota -, possibilidade de serem rejeitadas as obras dos 13 artistas vindas diretamente do Japão para serem apreciadas pelo público de Brasília, como um dos membros brasileiros da ISPAA ao lado de Fernando Lemos, Wesley Duke Lee, Samson Flexor, Maria Bonomi, Raul Porto Danúbio Gonçalves, Vera Barcelos. Zorávia Bertiol e tantos outros, coloco-me à disposição para intermediar o melhor destino a ser dado, caso elas já não estejam no Museu Nacional e venham a ser enquadradas entre aquelas que o atual curador “não gostaria de ter no MAB”. Nesta última hipótese, espero que a decisão que venha a ser tomada pela “comissão que vai definir as obras que vão ficar no perfil museológico” do MAB seja favorável à permanência dos trabalhos dos artistas japoneses da ISPAA e do TAO que, em “compasso de espera”, aguardam a conclusão sobre o tema.



É bom recordar que este ano transcorre o Centenário da Imigração Japonesa para o Brasil, com eventos os mais diversos em todos os recantos do país, e uma notícia positiva quanto ao destino das obras dos artistas japoneses doadas ao MAB e a Fundação Athos Bulcão, pode ser considerada gesto positivo no clima festivo das comemorações bilaterais.



Nota do ator: a título de colaboração, este artigo foi enviado ao Correio  Braziliense, de Brasília, mas não foi publicado.


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