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Ensaios-->Conjeturas -- 21/11/2002 - 22:57 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Conjeturando
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Fala-se muito sobre ética e moral. Fala-se muito, aliás, sobre muitas coisas. Fala-se sobre tudo. Ou quase sobre tudo. Mas sempre permanecem as dúvidas. Posto que, em quase todos os assuntos, existem as opiniões divergentes. Poucos são os casos de unanimidade de entendimento.

E quando assunto toma o rumo do pensamento filosófico, a coisa fica em suspenso. Bem mais complexa. Pois, em torno dele, começam a girar hipóteses, suposições, teorias e conceitos diversos. Nada, ou quase nada, é conclusivo. Definitivo. Definido. E a questão da ética e da moral não foge à regra. Principalmente quando ela sugere o tal do relativismo.

Alguns pensadores divergem sobre o assunto. Mas há os que afirmam que a ética e a moral, por serem questões de comprovado relativismo, não se sustentam, por si só, como viáveis e capazes de serem postas em prática. Como regra geral. Seriam conceitos mutáveis e inconsistentes, até.

E as premissas, que poderiam sustentar tais afirmações, partem do ponto de vista de que o bem o mal são conceitos que esbarram na repressão, no tolhimento da liberdade. Para ser boa ou má, a pessoa teria que abrir mão de sua liberdade.

Não considero assim. Muito embora reconheça que o processo de escolha inclui, obviamente, abrir mão de outra coisa. Ao se escolher uma delas, descarta-se a outra. Mas isso não seria, no meu entendimento, cerceamento de liberdade.

Estou mais propenso a aceitar a premissa, segundo a qual o homem tem um compromisso com a sua natureza. E com a natureza, de modo geral. Assim, todos temos, em princípio, um comportamento específico. Que segue as regras da natureza. Que faz todo o sistema funcionar de forma correta.

Dias atrás assistia à uma palestra sobre este assunto. Assunto, aliás, que estudei no tempo de faculdade. Quando fiz Administração. Assunto inserido na Teoria dos Sistemas, então muito em voga. E o exemplo dado na palestra caminhou neste sentido. Partindo do pressuposto que tudo são sistemas. Que interagem entre si. E com o eco-sistema maior.

Assim, o violão, por exemplo, seria um sistema menor. Onde as cordas fariam parte desses sistemas. Cada uma com seu “conhecimento específico”, digamos assim. O dó, o ré, o mi, enfim, as cordas do violão teriam uma função específica para que se atingisse os objetivos e missões daquele sistema. A música, afinada e harmônica. Um corda frouxa ou com defeito, estragaria ou deturparia o objetivo do sistema. E o resultado seria negativo. Uma música de má qualidade, em decorrência da desafinação das cordas.

Esta seria, também, a explicação para o bem e o mal. O mal seria a corda desafinada. O bem, a afinação pura e precisa. Tudo nesta vida, portanto, estaria vinculado a um processo de comportamento específico. Aquele comportamento natural que se espera de cada um de nós. Animais, minerais ou vegetais. A sintonia com a natureza.

Uma água, desprovida de condições de higiene, imprópria para o consumo, não estaria de acordo com o seu comportamento específico. Desse modo, ela só faria mal. A quem a bebesse, a quem nela se banhasse ou quem dela fizesse uso para cozer os alimentos.

No mundo moderno, poderíamos enxergar o mal em vários lugares, se considerarmos como válido o processo do conhecimento especifico. Não é â toa que o mundo está tão deprimente. Ninguém respeita mais os sistemas e os subsistemas.

Sistemas como a fauna e a flora não têm sido vivenciados pelo homem sob a ótica do conhecimento específico. Desmatamentos irregulares, na busca desenfreada pelo metal precioso, sem os cuidados de recomposição das matas e do terreno surrupiado, só fazem mal ao meio-ambiente.

Utilizar aviões para carregar bombas e despejá-las em cidades inteiras, matando e destruindo povos, animais, desfigurando a natureza local, caminha na direção do mal.

Poderíamos ficar horas e horas relacionando os males a que estamos submetidos. E a contrapartida do bem que estamos deixando de fazer. Mas os exemplos acima já são suficientes para entender o motivo dessas conjeturas.

O homem tem sido estúpido. Consigo mesmo. Com seus semelhantes. Com a natureza. Com o nosso planeta. E já estamos sujando os espaços de nossa galáxia.

E pensar que poderíamos estar em situação bem mais confortável. Se todos atentássemos para a nossa missão cá na terra. Que é finita. Mas que é permanente, no sentido de que se renova em direção aos nossos dependentes. Precisaríamos deixar de tanto egoísmo. Tanta vaidade. Tanto gosto pelo poder.

Que mundo queremos construir para nossos filhos ? Não posso precisar. Mas tenho certeza de uma coisa: esse que deixaram para nós está muito ruim. O mal tem levado uma enorme vantagem. E ainda falam em restrições à liberdade. De que liberdade estão falando?

Domingos Oliveira Medeiros
21 de novembro de 2002








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