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Ensaios-->Sonhos e Utopias -- 06/10/2002 - 21:19 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O SONHO NÃO ACABOU
(por Domingos Oliveira Medeiros)

O sonho não acabou. E o sonho a que me refiro, não necessariamente seria a volta do socialismo ou do comunismo. O mundo ideal está próximo do mundo irreal. Do mundo que inexiste. O sonho também tem limites. O que não se pode é deixar de sonhar. Conforme, lamentavelmente, algumas pessoas parecem assim proceder. Entre o socialismo e o capitalismo não há diferenças significativas. Pois ambos os regimes foram deturpados. Do ponto de vista das liberdades individuais. Do ponto de vista político e econômico. Meu sonho tem um pouco de utopia. Mas de uma utopia possível, de que nos fala o Prof. Cristovam Buarque, ex-governador do Distrito Federal.

Não acredito nem no socialismo e nem no capitalismo como solução adequada para os problemas da humanidade. Se é verdade que o socialismo teria acabado, não menos verdade é que o capitalismo está acabando. Como instrumento de desenvolvimento sustentável e de justiça social.

Por isso, minha opinião é a de que a verdadeira utopia, a utopia irrealizável, ou seja, as asas de cera de Ícaro, estão sendo utilizadas neste vôo, sem rota e sem volta, impostos pela globalização assimétrica a que estão sendo submetidas as nações mais pobres ou menos desenvolvidas. Os que acreditam na globalização colocam seus pés estão no chão da mais pura ilusão. Ultrapassam o sonho sadio e passam a viver um pesadelo que ora assusta, ora promete, ora subjuga. Uma psicose. Um desejo incontido de que o capitalismo prospere. Como se não existisse outra solução. Outro terreno sólido para andar. Estamos no chão, é verdade. Mas de areia movediça. E não se trata aqui de mero pessimismo.

Quando se diz que é possível , pela via desta frágil democracia, reaver a dignidade humana, construir uma consciência crítica, reivindicar mudanças estruturais na economia e retomar o respeito pela dignidade da pessoa, está-se apenas reconhecendo, em primeiro lugar, a falência do capitalismo; que até agora não conseguiu tais intentos. Depois, diante do quadro político e econômico mundial, que se agrava todo dia, todo mês e todo ano, não vejo como possa tal desiderato ser atingido. Basta olhar o exemplo da Rússia. Quem te viu e quem te vê.

Não acredito em milagres. Não acredito que a mão invisível de Adam Smith seja capaz de regular este mercado. Mercado que é um jogo de cartas marcadas. Mercado muito próximo do virtual. Onde quem ganha sempre é o dono da grande página eletrônica, construída pelo poder bélico, econômico e político, às custas da especulação financeira. Vivemos de boatos. De mentirinhas. Que não produzem bens e serviços. Que não geram empregos. Ao contrário. Geram desempregos e dependência. De todos os tipos.

Não posso acreditar num regime que permite a prática do antigo ditado “faça o que eu digo, mas não façam o que eu faço”.

Os Estados Unidos da América, malgrado o grande povo daquela terra, têm sido muito claros em suas pretensões. Subjugar todos os demais países. Para ele somos o quintal do mundo. Para eles não há limites. Invadem, desobedecem, ditam normas, julgam, sentenciam, sem o amplo contraditório, e prendem e matam. E não fica só no governo. Recentemente, grandes empresas e conglomerados falsificaram seus balanços contábeis para burlar as regras do jogo, criadas por eles mesmos.

Afrontam o meio ambiente, quando se recusam a participar de projetos para diminuir o efeito estufa. Invadem países, sem antes esgotar os meios diplomáticos. Sem antes observar as regras ditadas ou insertas nos objetivos da Organização das Nações unidas, da qual eles são os principais fundadores e conselheiros.

Quebram as regras econômicas quando subsidiam seus produtos agrícolas, em detrimento das nações menos desenvolvidas, principalmente. Viram as costas para o massacre que Israel, seu aliado, impõe ao povo palestino. Abandonaram o combate ao terrorismo africano. O terrorismo que mata de fome, de sede e de doenças, milhares de ciranças;.

Assistem, impassíveis, a miséria econômica e social que tomou conta da Argentina. O Fundo Monetário Internacional, a rigor, não consegue resolver nenhum problema econômico. Enquanto as nações devedoras pagam em dia os escorchantes juros de seus empréstimos, que são concedidos sobre determinadas condições, tudo vai bem. No momento que a coisa anda errado, o FMI tira o corpo fora e coloca mais condições para novo empréstimo. A população, o país que se dane.

E aqui no Brasil, depois de oito anos, que a nossa dívida pública foi multiplicada por mais de dez vezes, chegando, atualmente, a atingir 61,9% do PIB, cerca de R$ 819 bulhões de reais, não vejo saída possível dentro deste contexto neo-global. Basta verificar a freqüência de resultados. Cada presidente que é eleito, assume um país pior, tanto do ponto de vista econômico, como, do social e político.

Nenhum grande problema, eu disse, NENHUM, foi resolvido no governo FHC. Saúde, Educação, Segurança Pública, Drogas, Crime Organizado, Reforma Tributária, Reforma Política, Reforma do Judiciário, Reforma Administrativa, Crescimento Econômico, Distribuição de Renda, Diminuição da Carga Tributária, Endividamento Público e Privado, Sistema Penitenciário, Emprego e Renda, Salário Mínimo, Investimentos em setores estratégicos, além do enorme fracasso na apuração e punição de autoridades envolvidas em atos criminosos de corrupção e roubo aos cofres públicos.

O próprio pentacampeonato nos trouxe uma alegria com reservas. A CPI do futebol não conseguiu colocar ninguém na cadeia. Apesar das fortes evidências. Apesar de farta documentação. Apesar dos testemunhos.

A Seleção, que começou desacreditada, acabou trazendo o tão almejado caneco, reconquistando o seu prestígio no cenário mundial. O povo, eufórico, e com justa razão, exibiu, com orgulho, a camisa amarela, com mais uma estrela bordada. Passada a euforia, e tão logo a poeira assente, já estamos às voltas com outro campeonato. Desta vez em solo brasileiro.

São as eleições que se avizinham. Sem grandes estrelas. Sem grandes novidades. Um jogo de pernas de pau. Onde o goleiro costuma engolir frangos e a arrotar faisão. Onde a tônica tem sido o bate-boca dentro e fora de campo. Onde prevalece o ataque e a ofensa pessoal. Um jogo feio e sujo. De jogadas perigosas e desleais. De cartas marcadas. Apático. Não se corre atrás da bola. Joga-se nos erros dos adversários. Os fundamentos básicos foram esquecidos. Erram-se passes. É raro o chute a gol. E quando acontece, a bola vai prá fora; ou bate no travessão.

O povo anda descontente com esses jogadores. Que fazem o jogo do capital especulativo. Jogo que vem sendo prorrogado por duas copas. Há exatos oitos anos. Sem uma vitória convincente. Sem algo para comemorar. Está na hora de mudar o time. Vamos eleger uma equipe de craques experientes. Construir uma boa defesa de nossa economia e um bom ataque às questões de ordem social. Precisamos despejar nas urnas os cartões amarelos e vermelhos utilizados em qualquer campeonato. Advertindo e expulsando os maus jogadores. E preparando o campo para o sexto campeonato. O HEXA da educação, da segurança pública, da distribuição de renda e da justiça social. Prá frente Brasil! Afinal, somos o eterno país do futuro. Até quando?




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