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Artigos-->A TERRA DOS ESPRITADOS¬ JENIPAPEIRO -- 15/08/2011 - 21:50 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


A TERRA DOS ESPRITADOS: JENIPAPEIRO



 




Francisco Miguel de Moura*


 


Jenipapeiro, terra de muitas histórias vividas, inventadas, guardadas na memória dos descendentes dos baianos que, não se sabe como nem por qual razão, ali aportaram em 1818 e criaram um povo: o jenipapeirense, pois franciscossantense é uma invenção nova, de após o desmembramento do município de Picos.  São histórias dos alheiros e mangalheiros que percorreram meio mundo, histórias de plantadores de alho e cebola no rio Riachão, e de mandioca e feijão nos dois chapadões que margeiam o rio, e onde hoje plantam cajueiros e colhem mel.




Mas, na verdade, a história social e política de Jenipapeiro, escrita, estava faltando. E o escritor João Bosco da Silva a desfia, corajosamente, em 300 páginas, com sua pena inteligente e viva, em estilo elegante e forte, depois de longa e angustiante pesquisa. História que o envolve e a mim também, passando por gente como Chodó (primeiro vereador de Picos, nascido ali), Miguel Guarani (mestre e violeiro), Sinhô do Diogo, Simplício Pereira, Neném Belchior, Zé de Chico, Joaquim Quaresma, Mundico de Boronga, Divindade, Paderé, Quincó, Areolino, Francisquinha (a mulher que alinhavou a linhagem das famílias iniciais: Rodrigues, Silva, Sousa e Chaves).  Envolve a vida dos moradores, poetas e apreciadores de poesia e lorotas: desde os Macacos, ao Diogo, ao Curral Novo: Joaquim de Mãe Ana, Simplício Moraes (primeiro Prefeito), Eliseu Pereira, Nobre, o Pereirinha, o tio Licínio (ou seu Licínio) – fundador e guardião da igreja. Enfim, todos os Santos (com S maiúsculo) e todos os “espritados”, em parte simbolizados na vivência dos poetas Wilton Santos e Zé de Crispim – verdadeiros poetas ambulantes. 

 


Jenipapeiro, terra já hoje bastante próspera e civilizada, passa quinau nas suas vizinhas mais próximas: Santo Antônio de Lisboa e Monsenhor Hipólito (antigos Rodeador e Riachão). Terra dos padres Franco e Mariano da Silva Neto, terra do maior número de apelidos conhecidos em todo o Piauí, quiçá no Brasil. 


 


Que mais poderia dizer? Estilo limpo, corrido, sem muitos atavios nem a carga de anotações de pé-de-página e explicações extras, muitas vezes supérfluas, como soe acontecer com velhos historiadores, João Bosco da Silva, já poeta (veja-se a letra do hino da cidade) e autor também do romance Pensão Cassilda, do livro de contos Geralho e muitas obras inéditas, algumas premiadas em concursos literários principalmente da Fundação Cultural Mons. Chaves, agora é o real historiador de nossa terra, universalizando-a. Finalmente, ponho em destaque a página antológica escrita sobre seu pai – o velho Loura, encerrando a segunda parte do livro. Rico de informações e de cultura, insere também fases da História do Brasil recente, vivida por nosso povo – e o faz de maneira muito eficiente. Porém a matéria principal é a crônica dos “espritados” - palavra popular entre eles e assim pronunciada, significando pessoas que têm espírito (forte, inteligente, vivo, em ação), que enfrentam todos os perigos, todas as barreiras e terminam saindo vencedoras.




“Terra dos Espritados, eu te amo!” – exclama o Autor.




Deliciei-me, na leitura do livro “Jenipapeiro – a Terra dos Espritados”, Gráfica do Povo, Teresina, 2010. Terra de meus pais, avós, bisavós, tetravôs, terra minha. Fiquei com água na boca, vou ler de novo. E amar muito mais minha terra querida e a terra do escritor João Bosco da Silva.



                            http://cirandinhapiaui.blogspot.com

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