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Ensaios-->Sobre Cristianismo e Diplomacia No Brasil Contemporâneo -ms -- 29/09/2002 - 13:51 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Livro: Cristianismo e Diplomacia no Brasil Contemporâneo
Autor: José Octávio de Arruda Mello
Coleção Mossoroense – RGN
Série C – Vol.1048 – 112 pgs
Por: Maria do Socorro Cardoso Xavier

O autor, conceituado historiador paraibano, o é de muitos temas, sob uma historiografia comprometida com a investigação da verdade. Suas interpretações englobam o conjuntural e o estrutural.

Nesta obra, o autor enfoca a religiosidade e a diplomacia brasileira, respaldados teoricamente pelo pensamento de José Honório Rodrigues, do qual é discípulo entusiasta. O autor discorre matérias marcantes da História brasileira, na qual forças antagônicas dão a dinâmica do processo; polemisa aspectos da realidade brasileira nos âmbitos espiritual e da política externa, de cujos fatores o país sempre dependeu.

As mentalidades são preocupação neste trabalho, quanto a instituição da religiosidade e da Igreja, como sempre presentes no pensar e no agir brasileiros. Valores como a liberdade, os ideais, a solidariedade, fraternidade e quejandos, indissociáveis do imaginário nacional.

Assim, o autor ressalta a participação da Igreja e do exército nas pugnas nacionais e internacionais. Com erudição, José Octávio viaja percorrendo amplos horizontes, abarcando um sem fim de informações históricas: “ O Exército representa uma força indispensável porque não se faz revoluções sem armas. Mas eu também destaco a participação do clero. Este, em vários movimentos emancipacionistas, foi uma força renovadora”.

José Octávio, cujo embasamento teórico, calcado em José Honório Rodrigues, ambos enxergam a religião brasileira, não de fora para dentro, mas das crenças que brotam da massa do povo e do chão da História. Exemplifica os fenômenos messiânicos: Canudos, Contestado, Juazeiro do Padre Cícero, Caldeirão, etc., no quais estão visíveis sentimentos religiosos tanto quanto aspirações de justiça social. José Octávio ressalta que José Honório Rodrigues vê como frutífera a aproximação entre marxismo e cristianismo, no campo da ação prática e social. Lembra que na França, na época da ocupação Nazista, na qual o historiador Marc Bloch foi fuzilado, os cristãos e os marxistas se uniram na luta contra o Nazismo.

Destarte, a presença da Igreja fez-se sempre indispensável onde as tensões sociais ficaram incontidas; a reforma agrária desde o século XIX sempre obstaculada. E acrescenta: O pensamento de José Honório Rodrigues foi comungado pelo Arcebispo da Paraiba, Dom José Maria Pires, reconhecendo que a Igreja aproxima os seres humanos, apontando um destino comum, ponto de vista também do historiador Eurivaldo Caldas Tavares.

“Cristianismo e Diplomacia” está dividido em 3 unidades. Na 1ª o autor sintetiza os estudos de José Honório Rodrigues sobre a Igreja e quejandos, que em poucas linhas acabamos de mostrar. A 2ª unidade trata das teses do filólogo e diplomata Antonio Houaiss insertas na Revista Política Externa Independente, esta visando reorientar a convivência internacional sob a ótica da paz e do desenvolvimento contra o intervencionismo americano nas repúblicas latino-americanas. A revista foi um forte baluarte às violações da OEA e inoperância da ONU. Houaiss sempre se posicionou avêsso aos colonialismos e submissões. Na 3ª unidade, José Octávio procede, também, uma correta avaliação dos intrincados problemas da política externa brasileira, destacando alguns nomes da diplomacia brasileira: o Barão do Rio Branco e seu nacionalismo na defesa de nossas fronteiras; Raul Fernandes, com a diplomacia de alinhamento, a guerra fria sem grandeza, enfim a submissão americanista. Com uma aguda visão crítica, o autor analisa de vitoriosos na última guerra, retroagimos à condição de vencidos, sem direito à reparações. Foi um retrocesso sem limites. Osvaldo Trigueiro e o IBRI – Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, o conservadorismo sem reacionarismo do diplomata; e Afonso Arinos, o liberalismo e consciência jurídica do século XX ao contrário do bacharelismo.

Enfim, sobre a América Latina, o historiador José Octávio reflete suas alianças e lideranças, e não vê razão para alianças de cunho militar para alimentar guerra santa contra o comunismo. Pondera: A união latino-americana deverá fazer-se em torno da intensificação das relações comerciais e adoção de amplo programa de industrialização. Desenvolvimento integrado evitará o espectro da fome e do pauperismo. Só assim despertará sobre os horizontes do seu destino histórico.

José Octávio de Arruda Mello é um dos historiadores paraibanos da contemporaneidade que mais produz quantitativa e qualitativamente. Com mais de 20 obras historiográficas no âmbito nacional e paraibano, professor da UFPB (aposentado), continua atuando no magistério da UNIPÊ e UEPB. É integrante da Academia Paraibana de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.
É uma cultura histórica pluralista. Em suas hipóteses do devenir histórico, enxerga a globalização das políticas autoritárias do mundo capitalista, sufocando as massas.

Maria do Socorro Cardoso Xavier
Professora, ensaísta, poeta
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