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Ensaios-->Rodrigo e Seu Mundo -- 22/09/2002 - 13:06 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O MUNDO DO RODRIGO
(por Domingos Oliveira Medeiros)

Já diziam os entendidos: “A arte é um caso privilegiado de entendimento intuitivo do mundo, tanto para o artista, que cria obras concretas e singulares quanto para o apreciador que se entrega a elas para penetrar-lhe o sentido.” Ö verdadeiro artista intui a forma organizadora dos objetos ou eventos sobre os quais focaliza sua atenção. Ele vê, ou ouve, o que está por trás da aparência exterior do mundo. Por exemplo, no filme Amadeus, de Milos Forman (prêmio Oscar de 1985), há uma cena que mostra didaticamente esse processo.

A sogra de Mozart, emocionada e muito irritada, conta ao compositor por que a filha dela o abandonou. Mozart, que a princípio realmente procurava uma resposta para essa questão, lentamente deixa de prestar atenção às palavras para sintonizar com a melodia e ritmo do discurso.” Enquanto a mulher falava, Mozart prestava atenção ao discurso e, ao mesmo tempo, e aos poucos, já surgia em sua mente a musicalidade daquelas palavras inflamadas. E, assim, num ato súbito, de intuição, percebe e interpreta os sentidos do discurso e compõe uma ária para “A flauta mágica”. (1)

A questão que se coloca é sobre a criação. A obra em si. E caímos na questão do gosto. Da beleza. Para Platão, “a beleza é a única idéia que resplandece no mundo”. Segundo o citado pensador, somos, por isso, obrigados a admitir a existência do “belo em si” independente das obras individuais, que devem ficar o mais próximo possível do ideal universal. E a corrente do classicismo, inaugurando a estética normativa, completa: ‘É o objeto que passa a ter qualidades que o tornam mais ou menos agradável, independente do sujeito que o percebe.”

Os que se contrapõem a essas idéias, os chamados filósofos empiristas, (David Hume), entendem que a beleza depende do gosto e da opinião de cada pessoa. E, por isso mesmo, não poderia ser objeto de discussão racional. Daí o ditado: “Gosto não se discute”.(1)

Há um certo absolutismo nas idéias do Rodrigo, no sentido de que ele já traz consigo uma idéia prejulgada a respeito do mundo, e que seria a verdadeira, imutável. Desconsidera, portanto, as variações do complexo pensar humano. E para tanto, o Rodrigo faz uso de uma analogia muito própria, que, por si só, já seria uma indução imperfeita de um ou mais fatos singulares, que não permitem uma conclusão generalizada, universal.

Há, por conseguinte, nas sua interpretações, um erro de origem.

A priori, a conclusão do Rodrigo seria antitética, contraditória. Carregada de ceticismo. E influenciada por uma representação intelectual eivada de um certo determinismo. O Rodrigo é assim. Envolto em conhecimentos que o tornam, por vezes, prolixos. De outras vezes, irônico. E, quase sempre, erudito.


É este o mundo do Rodrigo. Um misto de real e virtual. Realidade que se confunde com sonhos e indignações. Às vezes procedentes. Outras vezes não. E o interessante é que o Rodrigo nunca se engana. Pois ele traz o mérito, até certo ponto, de tentar sempre estar influenciando. Apesar de que já teria se manifestado contra mudanças. Ou pelo menos não se lembra de enganar-se. Mas, por outro lado, é franco. O bastante para indignar-se. E ser admirado por isto. Seria, digamos, um paradoxo imperfeito.

Este é o mundo do Rodrigo. Qualquer semelhança com pessoas ou fatos, terá sido mera coincidência.

(1) Filosofando. Introdução à Filosofia. Ma. Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins. 2a. Edição. Editora Moderna Ltda





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