----- Ensaie-se a questão infinitamente. Então não somos nós provávelmente os únicos caminhantes do infinito?!
-------------- Do que o mundo fero diga
-------------- Sediado na inveja...
-------------- Oh Musa, Deus nos proteja
-------------- Do produto da intriga
-------------- E Tu, que és minha Amiga,
-------------- Porque acreditas em Deus
-------------- Por obra dos versos meus
-------------- Tolera-me por não crer
-------------- Que Deus algo vá fazer
-------------- De seu trono lá nos céus.
-------------- Medito nos fariseus
-------------- Que atacam constantemente
-------------- Os que de credo diferente
-------------- Não pretendem ser dos seus,
-------------- Colocando-os de réus
-------------- Sem culpa alguma formada
-------------- No vão de qualquer escada
-------------- Por onde teimam subir
-------------- Sobre o humano a cair
-------------- E Deus nunca lhes faz nada!
-------------- Em cada canto deitada
-------------- À sorte do Deus-dará
-------------- Eu vejo cada manhã
-------------- Uma vítima esfaimada
-------------- Que dormiu abandonada
-------------- Sob o lixo da sarjeta
-------------- E pede de alma incerta
-------------- Que lhe dê uma moeda
-------------- Para lhe amparar a queda
-------------- Na cova que está aberta.
-------------- Ah... Se o estro de poeta
-------------- Pudesse enfim libertar
-------------- O poema salutar
-------------- Com a solução mais certa
-------------- A ditar a linha recta
-------------- Da viva solidariedade
-------------- Que a falta de humanidade
-------------- Dos que em Deus a fingir
-------------- Atraiçoam pra subir
-------------- Ao trono da vanidade!
------------------ Torre da Guia -----------------