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Contos-->O matador part 1 -- 11/07/2000 - 11:38 (elcio henrique ramos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Já vou logo avisando: ganho a vida como assassino profissional. Muitos acham que o meu modo de viver é violento, que matamos por prazer e que gostamos de ver o sangue de nossas vítimas correndo pelo ventre, aquele mesmo sangue vermelho que os trouxe ao mundo um dia.
Que nada... matamos porque temos um papel social importante. Temos que equilibrar as estatísticas dos governos; matadores como eu sabem que é preciso lutar contra a impunidade das próprias leis, que a justiça só é feita à moda antiga; a ferro e fogo. Por isso, muitos de nós são policiais.
Tenho uma vida modesta no interior do Estado de São Paulo, apesar de receber mensalmente uma média de trinta mil reais por trabalhos realizados. Dinheiro para nós é equipamento, mesmo porque não podemos aparecer em colunas sociais.
Trago a morte para quinze pessoas; mês a mês. Em dezembro, o número dobra podendo a ultrapassar a trinta vítimas. Estou confidenciando tudo isso porque, muitos no futuro vão me agradecer. Recebemos rezas diárias para que permaneçamos vivos.
Não mato pais de famílias. Minhas vítimas são a mais "fina" escória do mundo, desde políticos a traficantes de armas e drogas.

Vocês querem saber quem me paga?

A maioria das vezes os poderes eclesiásticos e legislativo, ong´s de segurança, instituições de caridade e logistas.
São nesses lugares, onde a lei era o único recurso para colocar atrás das grades essa escória que estou ganhando notoriedade.
Nós matadores somos respeitados porque temos um código de ética e tecnologia que o governo não tem. É verdade que às vezes nos contradizemos pela ocasião de segurança própria. Por isso, raramente, mas acontece, temos que apagar alguns arquivos inocentes.
Para essas mortes não cobramos. É o único custo para um matador: a consciência em constante choque de interesses.
Aliás, pelo código de ética de nossa categoria profissional, nunca matamos um concorrente. Queremos mais é que o mercado cresça e que a justiça permaneça para àqueles que não devem nada. Queremos que o cidadão que paga impostos todos os dias deite a cabeça no travesseiro e tenha um sono tranquilo.
Para essa categoria de inocentes acreditamos que a morte chega um dia: um túnel branco com um som orquestral idêntico a nona sinfonia de Beethoven .
Para nós, matadores alugados, a morte também chega, porém nenhum de nós é recebido pela porta da frente do céu: somos convidados a subir como empregados que sobem pelo elevador de serviço.

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