SEM DESTINO
José Virgolino de Alencar, em jun/2002
Perdido na longa estrada do destino,
Caminha só sem nenhum horizonte
Vendo o sol cair por trás do monte.;
O viver parece-lhe cruel, deveras ferino,
Implora o apoio do braço divino,
Anda, anda, cansa, nunca chega lá,
E já não espera a vitória alcançar.;
Assim, por não ter objetivo algum,
Não chega a lugar nenhum
Quem não escolheu onde chegar.
Esta verdade não é só uma frase:
A glória não nos cai do céu,
A vitória não se encontra ao léu.;
Obstinação e coragem devem ser a base
Para quem enfrenta em qualquer fase
As forças que teimam em obstacular
E se opõem ao seu caminhar.;
Se não, o veredicto é só e só um:
Não chega a lugar nenhum
Quem não escolheu onde chegar.
Como cego na sombria escuridão,
Caminhando no compasso da bengala,
Sentindo o zunir do vento que estala,
Tateando em busca de uma boa mão
Que lhe segure e dê orientação,
Assim é pra quem não mirar
Um alvo e nele firme acertar.;
Portanto, sem meta, sem rumo algum.
Não chega a lugar nenhum
Quem não escolheu onde chegar.
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