Usina de Letras
Usina de Letras
141 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62072 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50478)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Ensaios-->Gênios -- 24/06/2002 - 21:05 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Genialidades
(Domingos Oliveira Medeiros)

Os gênios, dizem os mais entendidos, são aquelas pessoas dotadas de capacidade mental criadora, em todos os sentidos, e que, em tese, poderiam nos ensinar muita coisa. Mas há, no meu modo de ver, um ponto curioso a respeito dos gênios ou da genialidade, para ser mais preciso. Acredito que a genialidade seja um atributo natural, de caráter mais específico do que genérico. Ou seja: a genialidade concentra-se sempre em algo específico. E, raramente, pelo menos não conheço nenhum caso, ela se dá em vários ramos do conhecimento humano, em relação à uma única pessoa.

Até hoje não sei de gênio que tenha sido generalista. Que jogue em mais de uma posição, para traçar um paralelo com o nosso futebol. Nunca soube, por exemplo, de que Santos Dumont soubesse ou tivesse capacidade para compor música clássica e tocar piano como Beethoven E, vice-versa, em relação à capacidade do referido compositor para inventar aviões.

Talvez esteja neste ponto a explicação de cunho mais espírita segundo a qual os gênios seriam pessoas superiores, reencarnadas, e que já trazem consigo a bagagem de conhecimentos acumulados em outras vidas, em outras passagens por este planeta. Pode até ser.

Mas, também é verdadeira a afirmação de que não se aprende, apenas, com os gênios. Aprendemos com todas as pessoas, pois, na verdade, fica cada vez mais comprovado que nos somos únicos, isto é, não existe em todo o planeta, uma pessoa que seja exatamente igual a outra. E não pára por aí. Aprendemos com todos e com tudo. Com as pessoas, com os dias, com as noites, com as chuvas, com os ventos, com as flores, e, até mesmo, com outros seres, como os cães, para ficarmos, apenas, no campo daquele que é considerado nosso melhor amigo.

E eu tive vários cachorros que foram meus amigos. Uns mais, outros menos. Mas todos, sem exceção, amigos. Dedicados, atenciosos e com os quais muita coisa aprendi. Atualmente tenho um casal de amigos. O Rambo e a Laika. Um casal da raça Fila Brasileiro. São grandes e bons companheiros.

O Rambo é mais jovem do que a Laika. E seu humor também é melhor do que o dela. Ele é ciumento, um pouco egoísta mas bom vigia. Em pé, segurando pelas patas dianteiras, chega a medir um metro e setenta, mais ou menos. Conheço-o mito bem. Sei quando precisa de afeto, sei quando não está para brincadeiras e sei quando está com algum problema. Sua fisionomia e seu comportamento facilita o diagnóstico. O olhar, o balançar de rabo, a posição das orelhas, o tipo de latido, tudo são amostras de sua personalidade. Do mesmo jeito que a Laika. Não sei se porque mais velha,, o fato é que a Laika é mais séria. Exerce uma liderança maior dentro e fora do canil. E até nós, os donos, sabemos disso. Com a Laika tem que ter atenção redobrada. Ela toma decisões que nos pega de surpresa. E as vezes não são decisões muito agradáveis. Se ela não gostar de uma criança, por exemplo, mesmo que estejamos por perto, ela é capaz de burlar a vigilância e mordê-la. Enquanto o olhar do Rambo é franco, aberto, transparente, o da Laika sempre deixa uma incógnita. Não sabemos, com certeza , o que ela estaria pensando em determinados momentos, em determinados olhares.

Mas eles, na maior parte do tempo, nos dão alegrias. Brincam entre eles, na nossa frente, como crianças, fazendo gracinhas para nos agradar. É nestas horas, também, que surgem os ciúmes. Se a gente demora mais um pouco alisando a cabeça de um deles, o outro vai e dá uma mordida e começa uma pequena briga. Igual a criança.

À noite, é hora de abrirmos o canil e começa o trabalho de vigilância do terreno e da casa. Nesta hora, a fisionomia do Rambo muda por completo. Ele fica mais sério, como que assumindo ares de adulto responsável. Pelo menos na minha frente. Mostra serviço, latindo por qualquer vulto ou por qualquer barulho estranho. Já a Laika é mais silenciosa. Dá um passeio geral por toda a chácara e senta´se à frente da casa. Só emite latidos em casos de comprovada necessidade. Um dia desses, tive que levar a Laika para o médico. Estava muito mal. Foi quando eu vi o quanto eles se gostavam. Rambo chorava, emitindo um latido tão sofrido que fiquei impressionado. A Laika ficou três dias internada. E o Rambo não se alimentou direito, perdeu peso e ficou mais triste. Só melhorou com o retorno da Laika. Correu para abraça-la e, depois de “conversar” sobre o tratamento que teria feito,. Começaram a correr e a brincar. E o olhar da Laika, para nós, depois desse fato, parece que mudou um pouco. Ganhou ares mais acentuados de agradecimento pelo que nós fizemos por ela. E assim estão até hoje conosco. Ensinando e aprendendo algumas coisas. Pelo menos sobre psicologia ,relações “humanas”, sentimentos diversos, companheirismo, responsabilidade, respeito, carinho, afeto e amor.


Domingos Oliveira Medeiros
2002
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui