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Contos-->TUDO COMEÇOU........parte 7...continuação -- 03/11/2002 - 15:25 (Lucilene Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Olhei fixamente aqueles olhos azuis que brilhavam, e pela primeira vez depois de tanto tempo eu disse:
-Se eu puder, sim, eu ajudo.
Ela sorriu, se aproximou de mim, segurou minhas mãos e docemente as beijou. Fiquei imaginando o por que daquilo e então ela começou a falar:
-Venho trazer um recado, um recado de alguém que esta sofrendo muito, por te ver assim. Que quer vê-la bem, longe deste lugar, que quer que você reaja a tudo e volte a vida.
Não entendi o que ela dizia, mas achei que tivesse trazendo um recado dos meus pais. Então, fechei os olhos e virei minha cabeça, foi quando ela me disse:
-Não é dos seus pais o recado.
Rapidamente me virei e olhei assustada, como ela podia saber o que eu estava pensando? Então continuou:
-Trago um recado de alguém que te ama muito, e que jamais deixou ou deixará de te amar. Ele precisa que você reaja, pois assim como está, esta fazendo com que ele sofra e você não quer isso, quer?
Não sabia o que dizer, não estava entendendo. Mas acenei negativamente a cabeça, e ela então continuou:
-Sabia que poderíamos contar com você, pois todos admiram esse amor que existe entre vocês. E tenha certeza de uma coisa, a morte jamais, separa aqueles que realmente se amam.
Quando ouvi isso, rapidamente sentei-me na cama e como se não acreditasse no que ouvia, perguntei:
-A senhora está falando do Eduardo?
E ela sorrindo, simplesmente acenou afirmativamente, então não me contive e comecei a chorar e a perguntar:
-Como à senhora pode dizer isso? Nem o conhecia, quem são essas pessoas que sabem do nosso amor? A senhora veio aqui, pra me fazer sofrer, mais do que já sofro?
Continuando a sorrir, ela docemente me disse:
-Entendo que você esteja assim, mas te peço, não chore mais, não faça isso com ele. Cada lágrima sua é uma punhalada no coração dele. Você tem que entender e aceitar, que a morte não separou vocês, que ele continua te amando assim como você também o ama. Mas você precisa ajuda-lo, e pra isso precisa reagir, sair daqui, continuar sua vida. Só assim ele poderá evoluir e te esperar.
Que maluquice era aquela? Do que essa senhora falava? Cada vez mais confusa, perguntei firmemente a ela:
-Se realmente está dizendo a verdade, diga-me então, uma coisa que só eu e ele sabíamos, tipo um segredo só nosso. Então assim, irei acreditar no que está dizendo.
Nesse momento ela me disse algo que me deixou surpresa:
-Aninha, pergunte o que quiser, pois ele está aqui.
Ironicamente eu respondi, que isso era mentira, pois ele estava morto, e jamais poderia estar ali. Então sorrindo e segurando minhas mãos ela disse:
-Está sim. E me disse pra te perguntar se você se lembra onde guardaram aquela corrente com um coração, que era o símbolo do amor de vocês?
Meu coração disparou, como ela sabia disso. Ninguém sabia. Então acenei afirmativamente com a cabeça, e ela continuou:
-Ainda está na segunda gavetinha do armário do sótão, dentro da caixinha de bombons que ele te deu?
Claro que estava e só nos dois sabíamos disso. Comecei a chorar e a chamar por ele, então, ela subitamente fechou o sorriso e me repreendeu, dizendo:
-Lembra? Você disse que ia me ajudar e fazendo isso, só está atrapalhando mais ainda. Preste atenção Aninha, ele depende de você, se não o ajudar, talvez o perca pra sempre.
Perde-lo? Mas eu já o havia perdido. Como ela dizia isso pra mim? Será que essa senhora estava querendo me enlouquecer? Mas como ela sabia do nosso segredo? Fui ficando zonza, meus sentidos foram sumindo e acho que adormeci.
Quando acordei, senti que não estava só, mas senti também uma espécie de alivio, como se algo tivesse mudado. Olhei pra janela e vi que o Sol brilhava, senti um doce perfume e já o conhecia. Senti você perto de mim, podia sentir seu calor e isso me acalmava.
De repente um médico entrou no quarto e começa a falar comigo, me fazia muitas perguntas e eu nem ouvia direito, mas respondia, como se alguém estivesse falando por mim. O médico saiu sorridente e dizendo que avisaria meus pais.
Avisaria o que? Nem sabia o que ele tinha dito. Mas depois de algumas horas, meus pais chegaram e me levaram pra casa.
Quando cheguei em meu quarto, tudo estava exatamente igual. Nada tinha sido mexido, parecia que eu tinha saído há poucas horas. Então fui até o guarda-roupa, procurei meu vestido de noiva e ele não estava mais ali. Procurei por todo os cantos do quarto e nada do vestido, então perguntei pra mamãe:
-Onde esta meu vestido de noiva? Que vocês fizeram com ele? Quando sai ontem o deixei bem aqui.
Mamãe, começo a chorar e saiu, papai então me disse:
-Aninha, minha filha. Você faz idéia em que mês estamos?
E eu respondi:
-Julho!?
E papai, com lagrimas nos olhos me pediu que me sentasse, pois tínhamos que conversar.
Sentei em uma poltrona e ele ficou de pé, e começou a falar:
-Filha, estamos em Outubro. Faz tempo que você saiu e só está voltando hoje, consegue se lembrar do que aconteceu?
Levei as mãos ao rosto, e como num filme, tudo voltou a minha mente. Claro que me lembrava, como podia esquecer. Mas não imaginava que fizesse tanto tempo. E papai, continuou falando:
-Sabe filha, foram dias de muito sofrimento e aflição. Tivemos medo de te perder, agora queremos que você seja forte e reaja a tudo. Você pode fazer isso?
Não eu não podia, mas tinha que fazer. Afinal eu sentia que o Eduardo estava comigo e se eu me deixasse voltar pra aquele lugar, poderia perde-lo pra sempre.
Então me levantei, caminhei até meu pai, docemente beijei sua face e me abracei a ele, como se pudesse dizer-lhe tudo sem ter que falar nada. E ele entendeu, mamãe também se juntou a nós e ficamos assim por alguns minutos.Então papai e mamãe saíram do quarto e me deixaram sozinha.
Caminhei até a janela, e podia sentir a brisa tocar meus cabelos. Mas de repente senti algo quente, como se me alguém acarinhasse minha face, era uma sensação maravilhosa. Sentia segurança, alívio, podia sentir sua presença.
Os dias foram passando até que resolvi, que precisava conversar com meus pais a respeito de tudo que havia acontecido. Então pedi a eles e também a sua mãe que marcássemos um horário para uma reunião. Eles concordaram e no dia e hora marcados, estávamos todos lá.Nos sentamos e eu comecei a falar:
-Acho que já é hora de conversarmos a respeito do que aconteceu. Tem algumas coisas que vocês precisam me dizer.
Todos se olharam e continuaram a me ouvir:
-Sei que estive ausente por algum tempo e peço desculpas por isso. Mas agora quero e preciso recomeçar minha vida. Será que vocês podem me ajudar?
Todos concordaram e então eu continuei a falar:
-Primeiro, gostaria de saber, onde o Eduardo foi sepultado, pois quero ir até lá.
Nesse momento, todos se entreolharam, mas ninguém disse uma só palavra e eu continuei:
-Depois quero saber, como está a nossa casa. Também preciso ir até lá.
Nesse momento meu pai se levantou e começou a falar:
-Filha, que bom que você quer voltar a cuidar de sua vida, isso é muito bom. Mas antes de tudo precisamos falar sobre um outro assunto.
Meio confusa, mas curiosa perguntei sobre que assunto precisávamos falar, e então ele continuou:
-É sobre o seu casamento. Não sei se você sabe, mas se quiser, ele pode ser anulado. Afinal, vocês não tiveram tempo nem pra cerimônia religiosa, e o nosso advogado disse que isso pode ser usado para a anulação.
Nesse momento, me levantei e como uma louca gritei:
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