Ética e eleições
(por Domingos Oliveira Medeiros)
A política brasileira nunca esteve tão amarfanhada como agora. Parece que resolveu acompanhar o roteiro do Big Brother e de outras casas que estão sendo mostradas através da fechadura da mediocridade. Se alguém, de repente, retornasse de um longo coma, com certeza iria julgar que estivesse louco. O PMDB, que gerou o PSDB, agora tem mais dois filhos: um, com a cara do Fernando Henrique, do PSDB, e outro, com a cara do Itamar, do outro PMDB. Aguarda-se o surgimento de um novo partido, o DNA, para descobrir a cara dos meninos e o nome do pai, caso não tenha havido clonagem. Isto, naturalmente, a depender da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a questão da coligação única. Só depois dessa decisão, então, será possível identificar se o pai é o presidente, a nível nacional, ou o governador de Minas Gerais, a nível estadual. .O PT, que já foi o principal representante da oposição nacional, desta vez resolveu mudar o discurso. Abandonou o Brizola e o Roberto Freire, e converteu-se aos apelos evangélicos do PL, contrariando princípios programáticos do PT, em relação ao aborto e a união civil entre pessoas do mesmo sexo, por exemplo. O PFL abandonou o governo. Em tese, ou por enquanto. E está com o coração confuso e partido em três pedaços. Um pedaço, que manifesta simpatia pelo Ciro Gomes. Outro, que prefere reatar o divórcio com o PSDB. E o último, a parte mais indecisa, que optou por ficar solteirona, muito embora, na falta de um noivo mais bonito, acabe namorando com o Serra. Garotinho, do PSB, está tranqüilo em relação ao Paulo Maluf, Mas, a Erundina não está gostando nada disso. Enquanto isso, o governo segue seu desgoverno: aumenta impostos, para compensar perdas mas, em compensação, aumenta os juros, que inibe o crédito, o investimento, retardando o crescimento econômico e aumentando o desemprego e a violência, enquanto aguarda pelas chuvas do próximo verão. Há luz do final do túnel? Só vejo uma, e seu nome é Enéas!......
Domingos Oliveira Medeiros
Res.- 18 de abril 2002
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