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Ensaios-->Para Entender Os Fatos -- 12/04/2002 - 10:19 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VAMOS AOS FATOS, DE FATO
(por Domingos Oliveira Medeiros)

O candidato do PPS à presidência de República, Ciro Gomes, tem uma estratégia muito interessante para obter apoio político, inclusive de setores do PFL, para chegar ao poder. Tem muita gente falando que essa atitude não dará certo. O próprio Roberto Freire, presidente do PPS, é, em princípio, contra essa estratégia. . Mas já disse que a decisão não é sua. Em princípio, eu concordo com o Ciro Gomes. E arrolo, em seguida, o porquê.

No Brasil, jamais a oposição teve a chance de chegar ao poder e tentar por em prática idéias e programas diferentes, que possam, efetivamente, tirar o país dessa mesmice em que se encontra, durante anos, nas mãos das mesmas pessoas e dos mesmos grupos, que, a bem da verdade, não têm produzido os resultados esperados pela população, no que tange ao crescimento econômico, com justiça social, pela via da desconcentração de riquezas, da criação de empregos, e da melhor distribuição de renda. Ou seja, à cada presidente, agrava-se o quadro social e econômico, com o crescimento, em proporções geométricas, tanto da dívida pública, como da externa. Estamos todos fazendo imensos sacrifícios para nada. Ou melhor, para manter o pagamento do serviço da dívida, dos juros, em dia. O principal continua crescendo.

O Partido dos trabalhadores, por sua vez, já teve três grandes oportunidades. Mas perdeu todas. E aparece, agora, com nova roupagem. Mudando o discurso, ao meu ver, para pior. Não necessariamente por causa de sua pretensão em coligar-se com o PL, partido do mundo evangélico, segundo dizem, da Igreja Universal, que, salvo melhor juízo, possui cardápio ideológico tão diferente das oposições que, inclusive, durante anos, foi motivo de árduo combate por parte de alguns integrantes do PT, inclusive o próprio Lula. Não bastasse isso, o Lula está pecando por excesso de confiança. Abandonou o convite do Brizola para unir as oposições. E tudo porque o PT, sabidamente, não faz coligação em que dele não seja o cabeça de chapa . Além do mais, no próprio partido, teria gente melhor preparada para a disputa. Essa é a minha opinião. O próprio Professor Cristovam Buarque seria uma excelente escolha. E há, ainda, outros quadros. Mais sintonizados com a conjuntura atual. É como no futebol. O Lula já jogou muita bola, já balançou a rede muitas vezes, mas agora está contundido, politicamente, pelo tempo. Pois ele não acompanhou, como devia, as mudanças.

Além do mais, os partidos estão cada vez mais descaracterizados. Seja pela infidelidade partidária, movida por interesses escusos, seja pela própria falência da política como instrumento de desenvolvimento econômico e social, que hoje tornou-se, mais do que nunca, um grande negócio, para um determinado grupo de politiqueiros.

Tanto é verdade, que o próprio PSDB nada mais é do que uma dissidência antiga do PMDB que, por sua vez, encontra-se dividido em duas facções: uma, que apóia o governo, e outra que a ele se opõe. E assim, guardadas as proporções, acontece com todas as demais agremiações partidárias.

Hoje, a bem da verdade, fica muito difícil estabelecer, com precisão, o que seria um partido de esquerda e outro de direita. Parece que todos convergem para o centro, tal a confusão que tomou conta do processo político no Brasil. A fulanização das eleições, a rigor, tem tomado conta de várias eleições. Os partidos, há tempos, deixaram, infelizmente, de influenciar o pleito.

Por tudo isso, sou a favor, até a presente data, bem entendido, das idéias e da candidatura do Ciro Gomes. Primeiro porque ela está representando a aliança possível das oposições ainda existentes.

Por trás dela, existe uma liderança que considero histórica, que se chama Leonel Brizola, contra o qual não se pode levantar qualquer suspeita. Brizola é um nacionalista convicto, brasileiro honesto, jamais envolvido com escândalos que estamos acostumados a presenciar, além de exímio conhecedor do universo político interno e internacional.

Ele sabe que a única chance de a oposição chegar no poder é pela união. Assim, ele conseguiu o que pôde. Costurou uma aliança entre o PDT, o PTB e o PPS. E agora, para consolidar a chegada de Ciro Gomes ao Segundo Turno, procura setores esclarecidos do PFL, partido sabidamente experiente e em cujos quadros, inegavelmente, encontram-se políticos de raro valor, que passam ao largo da rotulagem de “direita”, como foi o caso, por exemplo, do ex-senador Josaphat Marinho, grande representante da Bahia, que nos deixou na semana passada, mas que, por certo, continuará presente no partido, através de sua obra e de seus ideais democráticos, pela via de muitos de seus seguidores.

Se tudo isto vier a ser convalidado, como parece, não tenho dúvidas que estaremos inaugurando um novo marco, uma nova era, na história da política brasileira, que ensejará, inclusive, uma reorganização partidária, uma profunda reforma política, em torno de uma nova liderança que estará no poder, com competência e com idéias novas, capaz, realmente, de alavancar o desenvolvimento econômico-social deste país, inserindo-o no contexto internacional, com maior capacidade de negociação e, sobretudo, soberano em suas ações.

Riqueza, nós temos. Capacidade e vontade do povo, idem. Só falta a vontade política, que já está sendo anunciada. No momento, a bola preta, a mais valiosa, chama-se Ciro Gomes. E um dos melhores técnicos, que ensaia as jogadas, chama-se Leonel Brizola. Só falta o povo compreender este processo, o que se tornará muito mais fácil com o acréscimo de tempo na televisão que a candidatura de Ciro Gomes terá frente ao eventual apoio do PFL.

DOM-12 de abril de 2002


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