----- A Milene Arder
----- Por toda a montanha de motivos, mas
----- especialmente pela repentina e ardente
----- afeição que nos relaciona apesar da lonjura
----- real que se entrepõe: eu sou o faeno, ela é
----- a chama!
----- Ora em prosa, ora em verso, praza que saia
----- obra até que se me esgotem assunto e
----- argumentos e porventura colija então os
----- textos que for ensaiando
----- A amizade, tal e qual a entendo por sentimento de entrega, devoção e dádiva a alguém que o nosso coração escolhe, enforma-se na enlevada respeitabilidade e confiança mútuas que se estabelecem. Amizade assim, ainda existe?! Nos tempos que decorrem, quando se evoca, terá o mesmo canhestro e esconso significado que os desenvolvidos fariseus hodiernos na prática lhe dão: o sorriso simulado é a baínha do punhal!
---------------- Os amigos, figos verdes
---------------- Da árvore do coração
---------------- Caem na trama das sedes
---------------- Logo que gela no Verão.
----- Numa primeira sensação, maugrado as vicissitudes de percurso, a amizade perdura nos casos de exemplar atracção, mas, quanto a mim, só aonde o relacionamento sexual seja desde logo incompatível; a sê-lo, dá amor, ódio, indiferença e repulsa ou nada! E cá vamos na estrada...
----------------- Torre da Guia ----------------- |