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Ensaios-->DEUS -- 30/03/2002 - 10:56 (Francisco Assis de Freitas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DEUS

Não existe Deus conforme muitos homens o concebe. Deus é um estado de êxtase, uma grande exaltação interior. Quando a pessoa tenta limitar suas impressões cósmicas da Divindade, a palavras – atribuindo certas qualidades humanas ao Criador, cria um falso Deus. Porque o Princípio Divino transcende o poder da razão humana, que mal pode apreendê-lo incorretamente. As muitas definições que os homens de forma aleatória adotam para Deus estão muito aquém de sua verdadeira Natureza. Quando as criaturas procuram reduzir Deus a formas e expressões, elas se equivocam, e o destroem em sua própria consciência, ou melhor, perdem os indivíduos, a consciência da Natureza divina do seu ser.
Quem apreende Deus, não violará a santidade da sua Natureza buscando descrevê-la. Pois Deus é uma concepção e uma experiência íntima do indivíduo, e não uma idéia que possa ser definida intelectualmente com vocábulos. Deus é luz sem mácula e sem sombra que só pelo sentimento, e nunca pelos sentidos pode ser alcançado. Deus é como um imensurável campo de energia de freqüência absoluta que o homem não pode captar por aparelhos por ele fabricados.
Deus é como uma imagem psicológica de um ser todo-poderoso que não pode ser expresso corretamente, devido à incapacidade da percepção e da linguagem humanas. Deus encerra num campo concreto do entendimento: a umidade da água, a cura pelo sol, a vida do ar e a natureza da terra. E num espaço abstrato da consciência: a compaixão da alma, a vida espiritual da mente, a ciência da sabedoria da Natureza, e a fortaleza do espírito e do amor em harmonia com o discernimento transcendental.
Deus pode ser imaginado como a totalidade de tudo que existe, com formas ou sem elas. E por analogia e com presunção, pode ser comparado a um imenso oceano, sendo as almas minúsculas gotas dessa infinidade inalcançável, que como as águas vão e vêm incontáveis vezes, consciente ou inconscientemente, ao gosto das leis divinas.
A concepção de Deus tem de ser inerente ao nosso âmago e em concordância com o nosso sentimento mais profundo e implícito em termos. Por conseguinte, a criatura não devia ter uma imagem convencional do Criador que pudesse ser disposta e restrita em conceitos. Pelo contrário, é preciso vivenciar a Divindade de acordo com o nível de nossa consciência. Pelas razões expostas, Deus deve ser a compreensão individual da pessoa. O homem pode ter uma experiência de Deus, mas nunca criar uma imagem formal dele, pois isto significaria confiná-lo à condição humana, isto é, depreciá-lo extremamente em tudo.
Deus está presente nos aromas das rosas, nos odores do ar, na fertilidade dos seres e dos solos, nas variedades dos peixes, das plantas e dos animais. Está também nos campos de cultura, nas alturas das serras e na exuberância das florestas virgens. E comunicando-se pelas águas que jorram e murmurejam nos córregos, nos rios, nos mares e cachoeiras. Uma linguagem natural e universal indecifrável para a quase totalidade dos homens que não depreende o seu real significado. Porque tudo o que existe, ponderando o que a criatura percebe e o que lhe é ocultado, tem seu germe em Deus. A origem do universo é a mais sobeja manifestação da Divindade, por isso ninguém jamais conseguirá descobri-la, por ser o maior mistério de Deus.
De Deus vem a perfeição orgânica dos seres animados e inanimados, o instinto para procriar e alimentar a prole, situar e construir os ninhos, selecionar as tocas onde buscar refúgio. Vêm também, o poder e a violência destrutiva dos raios, furacões, terremotos, e vulcões sobre a matéria e a vida na superfície da terra, bem como a inteligência humana para se proteger desses perigos e reduzir seus efeitos. Dele origina-se a ordem que rege a terra, os astros, e as galáxias. E igualmente a luz que se irradia ou ilumina esse conjunto de tudo quanto existe.
Deus e o Cosmo são intrinsecamente sinônimos, e se ambos não tiveram começo, logo, não poderão ter fim. A Mente Divina é como se fosse a energia motriz e a força potencial de tudo o que existe. Ela não planeja, não imagina, e nunca propõe, simplesmente existe. E somente quando a Alma Cósmica se lança para a matéria, dá-se a autoconsciência do Cosmo.
O templo de Deus na terra é o corpo humano. As igrejas que são apenas matéria semimorta, apesar da suntuosidade, não podem conter a Divindade. São, portanto, templos de homens que se reúnem para nada. Conseqüentemente, Deus nunca estará dentro delas. Entretanto, permanecerá para sempre no íntimo dos homens, em qualquer lugar. Desse modo só há uma forma de se deparar com Deus: é tornar-se apto para procurá-lo dentro de nós mesmos. As religiões, notadamente as cristãs, não ensinam como buscar Deus, só pregam a crença e a fé, formas de assentimento que predominaram na Idade Média, período histórico de maior obscurantismo espiritual da humanidade. No nosso dia-a-dia, vemos várias situações que denotam claramente, que somente pela crença ou a fé é impossível achá-lo. Por conseguinte, para aqueles que aprenderam onde encontrar Deus, essas religiões são inúteis.
Você só terá certeza que está permanentemente em Deus, e Deus em você, quando nenhuma circunstância mais, tiver força para perturbar a paz em que viva. Quando não estiver buscando mais nada além do que tem, porque sabe que o que tiver de vir ou ir, virá ou irá naturalmente.
Os sentimentos mais elevados do homem podem ser qualificados de divinos. Seria então o Deus interior na sua sutileza, sempre pronto para orientar, persuadir e inspirar o ser na sua totalidade. Os métodos de Deus guiar os seres humanos não podem ser iguais às técnicas mundanas de direção. Portanto, aqueles que têm uma compreensão errônea de Deus, chegando a compará-lo ao homem, em seu comportamento, nunca entenderão, por inferência, os meios divinos aplicados.
Parte da literatura sagrada tem sustentado que a criatura é a imagem de Deus. Como o criador não tem forma material, e como não se pode desenhar o espírito – porque ninguém nunca o viu, já que é impossível ver – tudo que se descreve nesse âmbito, desde o início do mundo, são meras idéias geradas na ilusão do ser humano crédulo, e isolado de Deus. Entende-se que o homem fez o inverso. Como não tinha lógica ele conceber a si mesmo como deus, por se ver e se tocar quando tinha vontade: arbitrariamente, e baseado em fantasias de mentes pródigas nesse campo, optou por conceber Deus à sua imagem e semelhança. Como a essa criatura iludida e ilusória, não ocorreu que lhe estava dando importância de mais, ainda outorgou a Deus, como prova da solidariedade do mundo, qualidades e atributos inerentes ao homem. Assim formou e qualificou para seu comodismo, o Ser Supremo como ser humano. Na realidade, isso foi muito mais que uma simples pretensão. No conceito da parcela da humanidade racional e judiciosa, este foi o pior sentimento que o ser humano pôde sentir um dia, afastando-o definitivamente da Divindade.
A falácia da religião cristã foi por muito tempo, a corrupção dos poderes divinos, como se Deus fosse um homem de tamanho, existência e poder infinitos abrangendo todo o universo. Entretanto, esse gigante universal tinha mãos para apalpar, olhos para ver e ouvidos para ouvir. Se por um lado tinha bons sentimentos: de piedade, de amor, e ainda senso de justiça e de compensação; por outro tinha sentimentos ruins, e praticava o mal, perseguia, irava-se, punia e matava. É o cúmulo da injúria, da ignorância e da petulância do homem, num verdadeiro pandemônio de pecados contra a Deus.
O maior erro do homem, visivelmente do religioso cristão – seja ele culto ou crédulo – é conceber Deus e querer fazer os outros acreditarem, que se trata de um ser superior, porém com características e qualidades humanas, e que por isso: pensa, se manifesta e age igual a todos as criaturas. Não se achasse esse Ser Superior – sem forma tal qual o vento, e com sentimentos imponderáveis para a razão humana – acima das necessidades, dos interesses e das baixezas mundanas, não teria poder de ser jamais um Deus.
Da mesma forma que temos consciência do ar que respiramos, devemos sentir a Deus. Se você não pode explicar porque e para que ele se faz vento, agitando as águas e dobrando os galhos das árvores, como ousa ter a pretensa ilusão de saber como é Deus, como ele se comporta, e qual o seu propósito? Só estará eternamente em Deus, aquele que tiver a experiência inefável da Divindade.
Os atributos máximos de Deus que o homem tem capacidade de conceber são: amor e perfeição. E estes estão em todo o mundo manifesto que nos cerca e com o qual temos contato, desde a menor partícula visível ou invisível de matéria ou energia, até as grandes massas de água, de terra e de ar.

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