Continuo achando que sair de casa foi a melhor coisa que eu poderia ter feito, naquele momento, para evitar confrontos desgastantes que iriam magoar profunda e irremediavelmente a vida de todos nós.
Cometi muitos erros na minha vi, porém nunca magoei deliberadamente a ninguém. Se alguém sofreu por minha causa foi por esperar muito de mim e eu nunca tive muito para oferecer a ninguém.
Eu não servia para mais nada dentro de casa, tudo o que eu fazia era criticado, ninguém respeitava os meus pontos de vista. O relacionamento conjugal e a convivência familiar tornavam-se, cada dia, mais difíceis.
As minhas queixas ninguém as ouvia.
Habituei-me a resolver os impasses ausentando-me por algum tempo de casa. Quando regressava os problemas, aparentemente, haviam desaparecido, mas não haviam sido resolvidos. Estavam apenas encobertos e continuavam latentes à espera de uma oportunidade para virem à tona novamente.
Sofremos muito, é claro. Ainda continuamos sofrendo, é verdade. Mas somos hoje muito mais nós mesmos do que seríamos se não tivesse havido a separação.
O casamento para mim era uma prisão e eu não poderia continuar fingindo.
Cada um procurou o seu caminho à sua maneira. Cada um teve oportunidade de vivenciar novas experiências e colocar à prova sua capacidade de vencer desafios.
Máscaras foram rasgadas.
Precisamos ter coragem de sermos nós mesmos e não o que os outros querem que sejamos. Para isso temos que pagar um preço. Muitas vezes esse preço é a incompreensão e o desprezo dos outros.
Finalmente; a felicidade de vocês complementa a minha felicidade. Por isso farei o que estiver ao meu alcance para que vocês sejam felizes. E a felicidade para mim significa, antes de tudo, liberdade.