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Ensaios-->A Ararinha Azul - Um Paradoxo -- 09/03/2002 - 10:10 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Há dezessete meses, israelenses e palestinos travam sangrentas batalhas na região conhecida como Intifada. E o mundo assiste, atônito, a mortandade de crianças, mulheres, jovens e idosos, quando não ficam aleijados, deficientes para o resto de suas vidas. No Afeganistão, a coisa não é diferente. Por conta de um suposto terrorismo mundial, que de mundial não tem nada, os Estados Unidos despejam toneladas e toneladas de bombas naquela região montanhosa, matando e ferindo gente inocente, que nada tem a ver com os supostos interesses econômicos que se vislumbram por detrás deste ferrenho combate ao terrorismo.

No continente africano, em alguns países, as mulheres continuam sendo tratadas como bichos selvagens. São apedrejadas pelo simples fato de terem engravidado, via estupro, e portanto praticado ato sexual fora do matrimônio, ainda que sem o seu consentimento. Mesmo assim, elas são condenadas, por conta de um fanatismo religioso idiota. Que lhes impedem de estudar, de trabalhar, de mostrar o rosto, de sugerir, de participar, de influir, de ser livre.

Na Colômbia, membros das Forças Armadas Revolucionárias (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), emprestam apoio às alianças para o tráfico de armas e o fortalecimento da guerrilha, travando intensa luta com o governo local, matando e ferindo civis inocentes, crianças, mulheres, jovens e adultos.

No Brasil, a epidemia de dengue alastra-se pelo país, competindo com a violência e a corrupção. Já é grande a epidemia no Rio de Janeiro que avança para outras regiões, acarretando desesperos e mortes. No nordeste, e também nos grandes centros, famílias se amontoam embaixo de pontes, passando fome e toda a sorte de necessidades. Crianças desnutridas, quando não morrem antes de completar um ano de idade, crescem com débito mental garantido.

E tem mais. Ameaças de bombas assustam a capital de são Paulo. A polícia ainda não estabeleceu uma ligação entre os atentados e a ação que resultou na morte de 12 integrantes do Primeiro Comando da Capital, o PCC, em Sorocaba, na terça-feira passada. Aqui, entram em cena duas organizações: a dos direitos humanos e a da defesa da ecologia.

A da defesa dos direitos humanos, em que pese alguns inestimáveis serviços prestados à causa dos direitos humanos, em defesa da justiça e ao combate aos desmandos de toda ordem, às vezes exagera um pouco. No caso de Sorocaba, por exemplo, levantou a hipótese de que os policiais teriam se excedido, ou seja, realizado um massacre. Não podemos concordar.

Os ladrões estavam fortemente armados. Sua intenções abrangeriam, inclusive, o roubo de armas nas dependências policiais localizadas nas proximidades. Pelo potencial bélico de que dispunham, vieram dispostos a matar todos que ousassem impedir sua atuação criminosa. A polícia não poderia esperar que eles atirassem primeiro, com suas armas sofisticadas, para depois reagir com armas de calibre 38, totalmente ultrapassadas. Conclusão: os policiais, que agiram com coragem e senso do dever cumprido, agora estão sujeitos a serem afastados de suas atuações para “tratamento psicológico”. Isto significa, entre outras coisas, que os policiais, sabidamente são mal remunerados, deixarão de ganhar o excedente que conseguem fazendo seus “bicos”, fora do horário normal de trabalho. Além de ficarem desmotivados. Se não podem atirar, não devem atuar. É o ciclo vicioso.

Interessante é que quando morre um prefeito ou outra autoridade qualquer, a ordem é exatamente contrária. E ainda falam mal da polícia, sempre que ela, por qualquer razão, deixa de reagir ao ato criminoso ou demora na investigação.

Enquanto isso, do lado da organização ecológica, temos a outra ponta da questão. O tigre de bengala, ou melhor, à tigre de bengala deu à luz a alguns filhotes. E todos comemoraram, pois a espécie estava na lista de animais em extinção. Nada mais justo.

Não se pode tratar mal às baleias. Também concordo. E o projeto de defesa das tartarugas, já viu que coisa mais bela! E o mico-leão dourado é outra espécie que está a merecer muitos cuidados. São muito bonitinhos! E a ararinha azul, fecha, por enquanto, a lista de condecorados. Nada contra. Apenas uma ressalva.Não estaria na hora de se estabelecer prioridades?

Que tal lembrarmos que o homem está em extinção? Que tal fazermos um projeto para que o homem tenha a proteção do Estado e possa nascer, crescer e viver livremente? Afinal de contas, o homem é mais importante do que o restante dos animais. Até porque, é o homem quem cuida dos animais. Se o homem não tiver a proteção do Estado, não for devidamente cuidado, quem cuidará das baleias, dos micos-leões dourados, dos tigres de bengala e das ararinhas azuis? Melhor ainda: Prá que servirão estes animais sem os homens para cuidar deles e admirá-los? Está aberta a discussão. Se é que tal discussão interessa aos políticos. Aos candidatos à presidência da república que, pelo visto, têm outras preocupações para cuidar.


Domingos Oliveira Medeiros
09 de março de 2002
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