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Ensaios-->A falsa aristocracia se impõe -- 04/03/2002 - 12:56 (Rodrigo Mendes Delgado) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A FALSA ARISTOCRACIA SE IMPÕE




Na Idade Média, na época do feudalismo e das conquistas por grandes espaços territoriais, período denominado de Expansionismo, os grandes países se lançaram na busca pela expansão cada vez maior de seus reinos. As grandes classes, detentoras de direitos e opulência eram a nobreza e o clero. À classe dos servos restava apenas a subjugação e o desprezo pelas classes que se sobrepunham.
Uma das formas de se obter prestígio pela nobreza era por meio de títulos e terras. Quanto mais terras e mais títulos um nobre possuía, mais respeito e prestígio gozava no reino, principalmente, junto ao rei. Os títulos eram hereditários, o que significa que eram transmitidos de geração a geração. O pai que conseguisse um título o transmitia, posteriormente, a seus filhos. O nobre pagava um tributo anual pelo título que recebia e assim, seu prestígio e respeito estavam assegurados. O título conferia a seu detentor confiabilidade, o apresentava como homem honesto, valente e digno de respeito.
Mas, é óbvio, que tudo não passava da mais pura e sórdida hipocrisia, pois, jamais um título poderá atribuir a uma pessoa virtudes que somente com um contínuo e constante proceder correto, podem lhe conferir tais qualidades. Um homem digno de respeito, de confiança, de crédito somente pode ser considerado como tal quando, após uma minuciosa análise de seu comportamento, resta claro que tal homem, jamais cometeu um deslize reprovável, que sempre se portou com postura digna, escorreita e proba. Um homem, na verdadeira acepção da palavra, somente pode ser encarado como tal, quando tem a capacidade de responder, de cabeça erguida, pelas conseqüências dos atos que pratica. Caso contrário, de homem jamais se tratará.
Hodiernamente, nossa sociedade vem padecendo do mesmo mal que assolava a Idade Média. Muitos, principalmente, as classes mais abastadas da sociedade, crêem, hipocritamente, que propriedades e, não mais títulos, mas sobrenomes, podem lhes conferir respeito e dignidade.
A atual “aristocracia”, pútrida e decadente, ainda se ilude com a idéia de que um simples sobrenome é suporte suficiente para lhes dar sustentação dentro da sociedade. Uma forma, muito comum, de mascarar sua inescondível ruína e decadência, principalmente, moral.
Que uma pessoa tenha o sobrenome pomposo de um avô ou bisavô, ou qualquer outro parente, que tenha sido peça importante para o desenvolvimento de determinada região do país, ou até mesmo do próprio país, é algo que muito a deve orgulhar, entretanto, usar este artifício, para avocar a si direito a respeito, direito a cometer abusos e atitudes ilícitas, isso já é outra estória. É uma situação, ou melhor, uma pretensão inadmissível.
Os nobres da Idade Média utilizavam-se de seus títulos para saquear vilarejos, matar os colonos e estuprar suas mulheres e filhas. Hoje, não é muito diferente. Os hipócritas que sobrevivem na sombra dos sobrenomes de seus antepassados, que muito bem podem ser assemelhados aos títulos da Idade Média, utilizam-se deste expediente, no mínimo, frívolo e que denota grande pequenez de personalidade, também, para justificar os erros e falhas que cometem.
Se cometem um ato ilícito, como porte de droga, maus tratos em relação àqueles que estão à sua volta, e demais infrações legais, muitas vezes invocam seu sobrenome de família para se eximirem da pena a ser imposta. E a verdade, a repugnante verdade, é que muitas vezes, ou na maioria das vezes, conseguem este desiderato sórdido. As autoridades responsáveis pela repressão ao crime, muitas vezes se deixam levar por esta escatológica realidade e, levando em consideração favores pedidos por estes pretensos “aristocratas”, muitas vezes arquivam o caso e a impunidade prevalece.
Mas, o erro começa justamente, onde não poderia, em tese, subsistir. Começa com o policial, que atende a chamada, que acaba liberando o infrator; o delegado, despreparado, que se deixa levar pelas possíveis influências que o pai do infrator pode ter na cidade; o juiz que não sentencia, conforme deveria sentenciar; o promotor que não denuncia, da forma como deveria denunciar. São vários fatores que confluem para a impunidade.
Só há uma forma de se acabar com tal mazela, ter coragem para desbaratar esta hipocrisia reinante em nossa sociedade, de uma vez por todas. A Idade Média ficou para traz, a idade das trevas, como se costuma dizer, e que fique para traz também a hipocrisia, o jogo político, as falcatruas, as impunidades. Que as autoridades tenham consciência, do que deve ser a Justiça, para que dessa forma possam desempenhar bem seus misteres.
Devemos unir forças para que, de uma vez por todas a falsa “aristocracia” que se quer instalar em nossa meio, propagando a impunidade e a falsa opulência, sofra a fatal derrocada, para que nunca mais ouse querer se restabelecer, e restabelecer seu império de impunidade e atos irresponsáveis.



Rodrigo M. Delgado

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