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Ensaios-->O SENTIDO DA PINTURA -- 09/02/2002 - 16:12 (J. B. Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O SENTIDO DA PINTURA
J.B.Xavier


Quando Daguerre inventou a máquina fotográfica, o 'daguerreótipo' um rudimento da fotografia atual, ficou claro para os pintores paisagistas, retratistas etc., enfim os 'copistas da realidade', que sua arte nunca mais seria necessária, do ponto de vista da informação. Grandes acadêmicos contemporâneos, como Dali, Picasso e outros, deram então uma guinada na maneira de pintar, fugindo à cópia do real, e dedicando-se ao desenvolvimento de formas abstratas de retratar a realidade, o que se constituía na vanguarda do pensamento artístico de então. As descobertas de Freud e seus passeios pelo inconsciente humano ajudaram a catapultar essa nova estética, já vislumbrada por Goya e outros gigantes de sua época. Cada vez mais distantes no tempo ficava a arte de Donatello, Rubens e de toda a renascença.

Entretanto, o fim buscado pelos artistas não mudou: a pintura deve ser uma janela, literalmente, por onde o expectador espia e mergulha na representação, à luz de suas próprias contemplações, expectativas, cultura, experiências de vida, humor, comportamento e até caráter! Sendo assim, duas pessoas não vêem a mesma tela, não importa o quão próximas estejam uma da outra, diante dela. O que acontece, na verdade, em países sem tradição artístico-cultural, como o Brasil - especialmente no tocante à pintura, não importa que tenha produzido um Di Cavalcanti, ou um Portinari, é que a pintura ainda é analisada, e às vezes, avaliada, pela interpretação que se faz na tentativa de compreender o que o artista tinha em mente - ou na alma - no momento em que o pintou.

Invertendo-se a pergunta para: 'o que essa pintura desperta na minha mente - ou alma? fica mais fácil avaliar e gostar ou não de uma pintura.

Então, na verdade, o artista abre uma janela para o infinito, cujo horizonte só será determinado pelo alcance da imaginação do expectador.Assim, a grande mudança que a pintura sofreu no último século, foi ter invertido o sentido de abertura dessas janelas. Antes elas se abriam para o exterior, para os grandes espaços, as maravilhosas paisagens, os anjos esvoaçantes, as grandes batalhas épicas, os grandes vultos históricos, e hoje, cada vez mais elas se abrem para o interior, para a busca de si mesma, para um mergulho - nem sempre prazeroso - em nossos universos internos, levando-nos as vezes, a nos introspectar em busca de crescimento.

Por isso nenhum artista consegue dirigir a compreensão dos expectadores sobre suas telas. Elas não são nada, não dizem nada, até o momento em que alguém deite um olhar sobre elas e dispare seu caleidoscópio interior. Então, inicia-se uma viagem às verdades interiores que só Deus sabe onde vai parar. É que a verdade redime, mas antes, incomoda!

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