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Ensaios-->PARABÉNS SÃO PAULO, APESAR DE TUDO -- 25/01/2002 - 12:01 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PARABÉNS SÃO PAULO, APESAR DE TUDO

Parabéns São Paulo, apesar de tudo. Apesar de tudo, posto que não posso ficar nem mais um minuto com você. Foi bom enquanto durou. Ainda metrópolis, ainda bonita, apesar das rugas. Ainda lhe vejo formosa. Menos industrial, talvez. Mais financeira, mais Bolsa de Valores. Menos empregatícia e menos acolhedora, provavelmente. Sinal dos tempos. Menos parecida com o futuro, futuro que, no passado, era a sua cara. No tempo em que ditava o ritmo para o Brasil, o ritmo de que não se devia parar. Mesmo morando longe. Não moro mais em Jaçanã, aliás, nunca morei. Jaçanã é quem mora na minha lembrança, junto com os demônios da garoa. Eh! São Paulo, São Paulo da garoa, São Paulo que já foi terra melhor, terra boa, e que hoje continua sendo a terra de gente boa. Gente como Rita Lee, a sua mais completa tradução, conforme assim imortalizou, na canção, o nosso poeta Caetano Veloso. Hoje é dia do seu aniversário e, apesar de tudo, como brasileiro, já que não tive o privilégio de aí nascer, alguma coisa acontece em meu coração. Um misto de saudades e tristezas. Apesar de ter sido criado no Rio de Janeiro, aprendi a gostar de você; de implicar com você; e de ficar triste por causa, - não da deselegância de suas esquinas -, mas pela violência e pela droga que corre solto por lá. Do povo oprimido, nas filas, nas favelas e da feia fumaça que apagava as estrelas não guardo mágoas. Ao contrário, sinto que eu era feliz e não sabia. Basta olhar para você, no dia de hoje, sem ter o que fazer, onde trabalhar, onde produzir e onde morar, com segurança. Paramos no tempo. No cruzamento das Avenidas São João e Ipiranga. Olhando, esperançoso, sem ver as chaminés que davam o tom do progresso. Hoje não preciso ir à São Paulo. São Paulo está em todo o Brasil. Infelizmente, nas páginas dos jornais. Encabeçando estatísticas de seqüestros e de mortes. De trânsito caótico. Mas, São Paulo é São Paulo. Não se pode subestimá-lo. De lá já se ouvem os gritos da liberdade. Os gritos da cobrança popular. Os gritos do Ipiranga pelas mudanças que de lá brotarão. Das panaméricas de áfricas utópicas e do túmulo do novo samba do quilombo do zumbi. Parabéns, São Paulo. Parabéns aos paulistas e paulistanos.

Domingos Oliveira Medeiros
25 de janeiro de 2002
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