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Ensaios-->Eleições á Vista. Vamos às Compras -- 19/01/2002 - 22:24 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

ELEIÇÕES Á VISTA. VAMOS ÁS COMPRAS. (com correções)

Não se discute a validade científica das pesquisas. Mas da maneira como elas vêm sendo utilizadas, aqui no Brasil, com o agravante dos profissionais marqueteiros, que transformam os candidatos em verdadeiros produtos para consumo imediato, o problema passa a ficar mais sério, mais complexo, merecendo, salvo melhor juízo, atenção redobrada da parte da Justiça Eleitoral.

Na verdade, trata-se de procedimentos que envolvem nosso futuro; e o presente, no mínimo, de nossos filhos, netos e bisnetos. Um erro de avaliação, que abra espaços para a persistência de vícios - ou erros no processo eleitoral -, inviabilizará e tornará inócuo todo o esforço produtivo que se fizer no sentido de galgarmos o tão almejado sonho do desenvolvimento econômico- social sustentado.

Vale registrar, logo de início, que nunca fomos consultados por qualquer desses institutos de pesquisas. Nem conheço amigos ou parentes que o tenham sido. Não tivemos, portanto, o privilégio, digamos assim, de compor os cerca de 2000 entrevistados (geralmente é esse o número da amostra), que teriam respondido às indagações contidas nos questionários de pesquisas eleitorais. Aqueles em que seus resultados são divulgados com ampla cobertura da mídia, que o anunciam com a célebre frase: 'Se a Eleição Fosse Hoje', seguida dos percentuais obtidos pelos candidatos.

Igualzinho, tais pesquisas, à validade que é posta em prática durante as famosas promoções dos 'Mc Donald´s', dos 'Habib´s', dos 'Bob´s' e de tantos outros fast foods deste país, quando oferecem comida rápida, para consumo imediato, a preço baixo; ironicamente e coincidentemente para quem não precisa de tanta pressa para comer. Muito embora, tal como lá, não alimentem os eleitores com os esclarecimentos necessários para o voto consciente.

Lucro, diga-se de passagem, única razão dos exíguos prazos de validade das pesquisas, que se renovam quase que diariamente, no intuito de aumentar a propaganda e a venda dos produtos, inclusive a partir de promoções de candidatos, que são mudados de posição, em cardápios variados, para motivar os consumidores.

Melhor fariam, por exemplo, estes institutos de pesquisas, se publicassem as regras e os critérios utilizados nas pesquisas, via Internet. Seria, pelo menos, mais transparente e democrático. E com amostragens bem mais significativas.
Naturalmente, sem qualquer obrigatoriedade de participação. Aos interessados, seria solicitado, apenas, o nome e o número de seu título eleitoral. Tenho certeza de que os resultados, em relação aos até aqui apresentados pelos institutos, seriam outros. Talvez aí resida o desinteresse pela utilização da internet.

Achamos que o que não deve continuar é a chamada 'fulanização' das pesquisas; que não prioriza o debate de idéias. E sem a exposição dos candidatos sobre temas de interesse da população, em geral, não se pode mensurar nada de proveitoso.

Ficamos, a rigor, à semelhança das agências de matrimônio, onde o retrato do candidato ou candidata é apresentado tal como um produto para consumo: envolto em bonita embalagem, com seu conteúdo escondido pela máscara da propaganda enganosa, até que alguém, movido pela paixão e, portanto, alheios às cautelas ditadas pela razão, de repente, diante de um belo 'produto', desse um salto da cadeira e gritasse: 'Encontrei minha cara-metade política'. É esse, não tem conversa'...na alegria, na dor, na desgraça, e até que a morte nos separe ou que termine nosso mandato!...'.

A conclusão óbvia, ante o até aqui exposto, resume-se na constatação de que, insistir nestes questionários significa manter a desinformação e o desvirtuamento do objetivo principal da eleição, o voto consciente. Analfabetos políticos e fanáticos por jogos, apostarão, sempre, no fulano que estiver melhor cotado, segundo as pesquisas. É a opinião dos que não têm opinião.

O máximo que poderá acontecer é uma zebra aqui ou acolá. Mas zebra em eleições, com todo este aparato de marketing, infelizmente, não é todo dia que acontece. Tal qual na corrida de cavalos. Cria-se um pretenso favorito, que é sempre bem cotado, mas que, no final, acaba perdendo o páreo. No dia da corrida, a 'zebra' aparece e surge o azarão para garantir o prêmio aos grandes apostadores, geralmente os mais bem informados e afortunados.

Não podemos continuar com este mercado de candidatos. Candidatos-Produtos. Trabalhados por marqueteiros profissionais, que dizem o que eles devem pensar, vestir, falar e até a hora e a maneira de sorrir. Nossas chances de acertos nos jogos eleitorais passa, necessariamente, mais do que nunca, pela educação.E o pior de tudo é que, depois de eleitos, os governantes adquirem o vício do marketing e passam a deixar tudo por conta de outra classe de marqueteiros, especialistas em economia, que passam a comandar o jogo das aparentes soluções, até que cheguem novas eleições e tudo fica de novo, nas mãos dos marqueteiros políticos.
Domingos Oliveira Medeiros






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