Em face da imensidade que nos envolve e do permanecente mistério sobre os seus limites, somos bem uma presunçosa cambada flagelante em paranóico e persistente paradôxismo. Afinal, o punhado de massa encefálica que se nos aloja no crâneo - pretensiosa água benta - não passará tão só dum rudimentar transmissor do elaborado cósmico, domínio onde qualquer excepcional ideia provocará sempre comiserada vontade de rir.
Apesar do esforçado e glorioso legado científico que nos empurra para a luz, continuamos indiferentemente a sabujar na gamela da predação humana, cada vez mais e mais refinados: a expensas do Diabo pretendemos ir até Deus às costas de Cristo! Os que se arrogam de consciência límpida, como as crianças, não sabem aonde estão ou então sabem-no de mais e impõem-se aos semelhantes com premeditada imbecibilidade, fingindo que têm sentido e rumo entre escombros à deriva.
Constata-se, por exemplo, como os responsáveis tutelares estão a tratar a maléfica excressão social da droga, permitindo a instituíção de dois predadores e meio por cada tóxico-dependente (doente e criminoso por causa de...). Nem a Bíblia os inspira sobre como debelar a progressão de cabeças no disforme corpo da hidra. É nítido: só o que não lhes passa pelos bolsos é que é ilegal.
De imediato, após a exígua exibição de tão séria e inquietante coceira, vou ali para o lado cochichar com os amigos e sorrir para a sala.