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Textos_Religiosos-->Predestinação TLA 190402 -- 03/02/2005 - 17:58 (Rodrigo Moreira Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rodrigo M. Martins 190402


CALVANI, Carlos Eduardo B. – “Deus escolhe a vida – Releitura da predestinação na ótica da Teologia da libertação”. In: Simpósio nº 37. São Paulo: ASTE, 1994. (data final: abril)


Diante da proposta de construir uma teologia a partir dos excluídos e de forma provisória, temos em foco a predestinação relida na perspectiva que pretende apontar para “a eleição como a opção que Deus fez de dar vida e dignidade aos excluídos e àqueles que, aos olhos do mundo, ‘nada são’”. (p. 67-68)
As interpretações feitas pelos teólogos europeus aos longos dos séculos não embarcam o contexto da América Latina, por isso, são insuficientes.
Temos a seguir um pequeno resumo das interpretações da doutrina da predestinação que são mais conhecidas:
a) a de Calvino – sua maior contribuição foi a relativização da Igreja como detentora da salvação e a afirmação da livre soberania de Deus, que é livre para escolher e acolher, principalmente os inacolhíveis; (p.72)
b) a do calvinismo posterior – radical, porém contraditória; construída por Theodore Beza, essa doutrina veio a chamar-se supralapsarianismo, defendendo que tanto os eleitos quanto os réprobos foram predestinados a partir de uma massa ainda informe. A eleição dos que hão de ser salvos, não depende de qualquer mérito ou ação histórica; a preterição dos condenados, porém, é feita ‘por causa dos seus pecados’; (p.72-73)
c) a universalista – Deus escolhe a todos e não rejeita ninguém. Sendo assim, é desconsiderada a possibilidade de escolha por parte do ser humano, da mesma forma que na dupla predestinação; (p.73)
d) a pelagiana revitalizada por Armínio – Deus escolhe aqueles que antes o escolheram, parte do princípio de que a graça é universal, mas que a apropriação da mesma é individual. Deus escolheu aqueles que Ele próprio já sabia que se apropriariam da graça salvadora. É uma afronta à soberania de Deus; (p.74-75)
e) e a de Barth – concentra tudo na pessoa e obra de Cristo, afirmando não haver mais rejeição fatal sobre o ser humano, pois Cristo fazendo-se homem tornou-se responsável por esses que eram inimigos de Deus e aceitou sofrer a rejeição que eles mereciam. Cristo é o espelho da eleição. (p.77)

Enfim, temos três elementos para seguirmos para uma doutrina da eleição mais libertadora:

1- reconhecer que o tema é bíblico;
2- fazer do Cristo libertador o referencial para nossas reflexões;
3- evitar todo determinismo, fatalismo e deísmo que salva poucos e condena muitos, de modo que o triunfo seja realmente da graça de Deus.

Em uma reflexão acerca da teologia bíblica, percebemos que a tarefa da teologia é ‘dotar os cristãos de certa racionalidade nos argumentos que buscam explicar, dentro dos limites humanos, o mistério da ação salvífica de Deus no mundo e a boa nova’. (p.78) Também vemos que o conceito de eleição se dá no social, pois é um povo que Deus elege.
No AT a doutrina da eleição é resumida no que Gutiérrez diz em relação a Caim e Abel: Deus se fixa em Abel não porque despreze Caim, mas para fazer com que Caim olhe para seu irmão menor, comunique-se com ele e o proteja. (P.82) Essa idéia de uma escolha para chamar a atenção é muito esclarecedora para uma doutrina inclusiva do Deus da vida que é soberano mas também é amoroso.
No NT o tema é centrado na opção contextual de Jesus em alcançar primeiramente os pobres e marginalizados, opção esta que será seguida por seus discípulos e pelos escritos de tradição paulina. Portanto, a mensagem apresentada é de libertação e não duvidosa como foi apresentada pela Reforma do séc. XVI.
Uma teologia da eleição para a América Latina deve afirmar que Deus escolhe um lugar de encontro para que sua imagem se reproduza em todo ser vivo. Elege não para excluir, mas precisamente para negar a exclusão, incluindo a todos a partir dos excluídos que Ele elege. (p.87) Ou mesmo com Javier Limón que diz: O Deus verdadeiro dos cristãos que não são pobres é o Deus dos pobres. E por isso todos os crentes – seja qual for a sua origem sócio-econômica – recebem a exigência e o dom de optar pelos pobres. (p.91)
Concluindo, vemos que a reflexão nos conduz a um equilíbrio social conduzido pela soberania de Deus, feita a partir da opção que dos que se encontram dentro da classificação: ‘pobreza sócio-cultural’. (p.90) Afinal, Deus escolhe a vida.
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