Corre, corre a vida
Passo pela vida
Sem deixar rastros
Sem deixar marcas
Sem deixar guias
Para que ninguém
Diga um dia
Que se perdeu
Por me seguir
Escrevo minha vida pelas costas
Em linhas tortas
Para que ninguém consiga ler
Falo entre as mãos
Dos meus desejos
Meus medos e segredos
Minhas faltas e pecados
Nunca atendo meus recados
Para nada confessar
Fecho a casa
Fecho o corpo
Fecho a alma
Finjo que estou morto
Pra não ter que me encarar
Fujo, fujo, fujo...
Finjo, finjo, finjo...
Choro, choro, choro...
Morro, morro, morro...
Pra não ter que me suportar
( Codo. Recife, Pernambuco, dezembro de 2002)
|